Capítulo 36 - Romeo

465 22 0
                                    

Capítulo 36

Romeo

Assim que Tyler me avisou que Laura havia sido levada, eu não pensei em nada que não fosse matar Sergey da pior maneira. Já tinha imaginado todos os tipos de tortura que lhe faria.

Não sobraria nada para contar a história. Já tinha conversado com Vicenzo e deixado claro que daria a um tempo para fazer Sergey sofrer, mas quem o mataria seria eu. Eu seria o responsável por ver a vida se esvair de seus olhos.

Ele hesitou, mas acabou cedendo. Eu iria fazer Sergey sofrer por tocar em Laura e sua morte seria bem dolorosa.

Todavia, isso seria depois. Agora, toda a minha atenção estaria voltada para Laura e meu filho.

Meu coração pulsava com força dentro do meu tórax ao andar em direção ao quarto onde ela estava. Laura desmaiou depois que a resgatei das mãos de Sergey, então a levei para minha residência e a deitei em meu quarto. Na cama da qual ela nunca deveria ter saído. Eu a queria dormindo sobre os meus lençóis. Dormindo no lugar de onde ela nunca deveria ter saído.

Tomei uma respiração profunda e abri a porta adentrando no cômodo que me pertencia. Olhei diretamente para a cama, pois sabia que ela estaria ali.

Laura estava sentada encolhida e seus soluços eram altos.

Meu corpo tremeu de raiva, de ódio pelo que aquele bastardo fez a ela. Apertei meus punhos tentando controlar o impulso de ir até nosso galpão e estraçalhar Sergey, sua hora iria chegar, mas não seria agora.

— Laura. — a chamei após encontrar minha voz.

Estava sufocado. Parecia que algo apertava a minha garganta me impedindo de respirar.

Com passos lentos, eu cheguei até ela e me sentei na beirada da cama. Temia me aproximar e fazer com que ela surtasse ou passasse mal.

— Por que tudo isso tinha que acontecer comigo, Romeo? O que fiz de tão errado para ser tão machucada assim?

Sua voz quebrada foi como uma faca enfiada em meu peito. Ela era uma mulher maravilhosa e não merecia passar por nada disso. Deveria ser cuidada, protegida, amada. E ter a consciência de quê tudo isso era por minha causa me destruiu de uma maneira irreparável.

Cravei as unhas nas palmas das minhas mãos até que saísse sangue. Eu precisava sentir a dor física, pois a da alma estava me dilacerando. Enlouquecendo-me.

— Não fez nada, minha lost girl. Você é um anjo, pura, inocente, gentil e linda. Não merecia passar por nada disso. — engoli em seco, minha garganta estava seca e arranhava minhas cordas vocais.

Ela não se mexeu, ainda estava encolhida em posição fetal chorando baixinho.

Fui até ela e toquei em sua mão.

Laura abriu os olhos e os fixou em nossas mãos juntas. Depois levantou o olhar e puxou sua mão da minha. A dor me tomou com sua reação ao meu toque e me levantei num impulso.

Tomei várias respirações profundas para me acalmar e conseguir ser racional. Sua rejeição dilacerava meu coração e me fazia querer buscar a dor.

— O médico já a examinou? — questionei já mais calmo.

— Sim, não tenho machucados graves. Onde está meu filho? — ela se sentou encolhendo as pernas e as prendendo com seus braços.

— Com Amanda e Victoria. Ele está bem, não se preocupe.

— Tenho que ir embora. — quis se levantar, mas suas pernas fraquejaram.

Corri e a segurei antes que caísse no chão.

Sob as garras da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora