Capítulo 12 - Laura

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Capítulo 12

Laura

Senti algo macio sob mim e percebi se tratar de lençóis de seda. Eu estava deitada em uma cama e pela maciez dos lençóis que a cobriam soube que não era a minha. Abri os olhos assustada ao me dar conta de onde estava e me lembrar dos últimos acontecimentos em minha vida fodida.

Pisquei algumas vezes para que meus olhos se acostumassem com o novo ambiente e olhei ao redor para me situar. Eu estava em um quarto grande, bem espaçoso e muito bem decorado. Era um pouco sombrio, confesso. Sua decoração era fechada, nas cores cinza e preta, mais preto que cinza, contudo, o ambiente era muito bonito.

Deixei para excepcionar o quarto outra hora e me concentrei em meu corpo, dando-me conta que estava apenas de calcinha e sutiã. Automaticamente entrei em desespero com a mera ideia de ter sido abusada por alguns dos mafiosos que me mantinha presa.

Ajoelhei-me na cama e busquei cada detalhe do meu corpo, mas não havia machucado algum, nada de anormal estava presente nele e também não estava sentindo dor entre as minhas pernas, o que aconteceria se estivesse sido invadida por algo sem meu consentimento.

— Se está buscando algum ferimento não irá encontrá-los. Mas estou amando a visão do seu corpo. Principalmente essa sua bunda gostosa para o alto que está me fazendo ter os pensamentos mais pervertidos que alguém pode ter.

Assustei-me com a voz rouca vinda do lado esquerdo, pulei na cama e acabei me embolando nos lençóis e indo ao chão em um baque bem doloroso.

— Merda. — Resmunguei tocando meu braço que havia batido na mesinha ao lado da cama.

— Você está bem? — uma mão grande pairou diante do meu rosto e foquei na pessoa inclinada sobre mim que a estava estendendo.

Romeo tentava controlar o riso, mas nem eu me contive e acabei caindo na gargalhada.

Segurei sua mão e me pus de pé com sua ajuda. Alisei minha bunda e ele focou o olhar no movimento da minha mão. Reparei melhor nele e vi estar apenas com uma toalha enrolada em sua cintura e minha boca se abriu diante da beleza de seu corpo.

Ele era muito forte, ombros largos, barriga chapada com gominhos bem definidos. Seus braços tinham tatuagens, assim como boa parte do seu peito. Não contive meu olhar e desci por seu corpo, parando-o no V perfeito no final do seu abdômen e me fazendo querer ver onde ele acabava e se o resto era tão lindo quanto a parte que estava a mostra.

Um limpar de garganta me fez desviar o olhar e uma risada rouca soou.

Senti minha bochecha esquentar e não pude levantar o olhar para seu rosto, pois a vergonha que eu sentia era grande demais. Eu o estava devorando com os olhos no maior descaramento e não tinha como esconder isso.

— Se machucou? — voltou a questionar.

— Estou bem. — Afirmei após achar minha voz.

— O que estou fazendo aqui? — levantei o olhar e forcei meus olhos a focar em seu rosto bonito.

— Você desmaiou depois de eu lhe questionar o que fazia com a minha filha e eu a trouxe.

Ele andou até uma porta que julguei ser o closet e entrou lá saindo em seguida com um terno. Eu estava sentada na cama com o lençol cobrindo todo meu corpo.

Romeo retirou a toalha e quase me engasguei ao ver sua bunda.

O infeliz estava nu e nem se importou com minha presença ali ao trocar de roupa.

— Ainda não explica o fato de eu estar em seu quarto e ainda por cima praticamente nua.

— Você não acordava, mesmo depois de um médico vir examiná-la, então achei que seria mais confortável retirar sua roupa para que dormisse melhor. Não surte, pois não a toquei de nenhuma forma, uma das minhas empregadas fez isso.

Ele se virou assim que vestiu a calça.

A visão de seu peito nu me deixou quente.

— Que horas são? — desviei o olhar de seu corpo.

— Já amanheceu. Você estava esgotada fisicamente, o médico disse que dormiria por horas.

— Você me trouxe para cá? Nos braços quero dizer? — Estava incrédula com essa possibilidade.

— Sim, algum problema?

— Não, só... Sou pesada e nunca ninguém me pegou nos braços antes. — falei envergonhada. Sentia minhas bochechas queimarem diante de seu olhar avaliador.

— Só deve ter se envolvido com caras fracos, então, não pesa tanto assim e eu malho diariamente, é claro que posso com você. — falou como se eu fosse uma idiota por questioná-lo com isso.

Ele se sentou na cama e calçou os sapatos.

— Onde estão minhas roupas? — preferi não rebater suas palavras, estava cansada demais para brigar com ele por algo tão tolo.

— Na secadora. — respondeu sem me olhar. Incomodei-me por estar sendo ignorada por ele.

— Mandei lavá-las para quando acordasse tivesse roupa limpas para vestir. Tome isso como meu pedido de desculpas por tudo o que lhe fiz.

Abri a boca em choque, todavia nada saia: jamais imaginei algo desse tipo vindo dele.

— Mandarei que tragam sua roupa, pode descer e tomar café assim que tomar um banho e se trocar. — Ele ia sair, mas me levantei da cama em um rompante e fui até ele.

— Espera. — Seu olhar vagou por meu corpo e só então me dei conta que estava exposta demais para ele.

— Meus olhos estão aqui em cima. — Reclamei e ele subiu o olhar dos meus seios para meu rosto.

— Você não me disse se após comer eu posso ir embora.

— Sim, pode ir. Sei que não está envolvida com Brean. Está livre de todos nós. — Sua voz saiu áspera ao falar que eu estava livre.

— Sem mais pessoas me seguindo? Sem mais sequestros e ameaças de morte? Sem me machucar?

— Sem mais nada, Laura. Troque de roupa quando uma das minhas funcionárias as trouxer para você, coma e depois caia fora da minha casa.

Ele se virou e abriu a porta para sair do quarto.

— Romeo?

— O quê? — falou alto sem paciência alguma. Encolhi-me diante de sua rudez.

— Obrigada por cuidar de mim depois do desmaio. E por me dar comida ontem. — pedi baixo, mas ele ouviu.

— De nada, Laura. — Ele se foi e mordi o lábio, tomada por uma sensação ruim, de perda, de abandono.

Fechei a porta e me encostei nela.

Soltei uma longa respiração, e depois fui até o banheiro dele para tomar banho.

Não queria vestir a roupa com o corpo suado.

O cheiro dele estava por toda a parte do cômodo e me peguei cheirando a camisa dele que encontrei no banheiro.

— Deixa de ser louca, Laura. — Briguei comigo mesma e larguei a camisa onde a tinha pegado.

Peguei uma toalha no armário do banheiro e tomei banho.

Uma das empregadas trouxe minha roupa e eu me troquei.

Saí do quarto e fui conduzida por um de seus soldados até a cozinha e outra empregada me deu comida.

Já alimentada, fui conduzida até a saída da mansão e posta em um táxi.

Eu finalmente estava fora das garras dos mafiosos, mas algo em mim não estava bem com isso.

Sob as garras da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora