Capítulo 18 - Laura

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Capítulo 18

Laura

Hoje o dia não estava legal, não, ele estava péssimo, queria-me foder e não do jeito bom. Eu estava muito estressada, puta, no meu limite, pois alguns dos meus contratos haviam sumido. Sumidos da porra do nada.

Fora dias de muito trabalho, de horas a mais para bater droga da meta que a minha chefe me deu, — meta essa que é quase impossível — para agora do nada tudo sumir.

— Que inferno! — grito e bato minha cabeça na mesa do computador.

— O que houve, Laura? — Brean me questionou entrando na minha sala.

Deixara a porta entreaberta tantas vezes ao sair da sala para conversar com as colegas de trabalho e descobrir se elas também estavam tendo o mesmo problema que o meu. Não me dei conta de que isso teria uma interpretação equivocada por parte de quem me visse e viesse me perturbar.

E, para me deixar ainda mais maluca, somente os meus contratos haviam desaparecido.

— Meus contratos simplesmente sumiram. Eu já busquei em tudo e nada deles aparecerem. — estava com vontade de chorar.

Amanhã de manhã tenho um encontro com um cliente para o qual levei horas fazendo o bendito contrato, mas que por pura maldade da vida que insiste em me foder, eu não o tenho mais em mãos para entregá-lo ao cliente em questão.

Eu estava bem ferrada.

— Pode ter sido algum problema com seu computador. Posso dar uma olhada se você quiser. — ofereceu.

O olhei com desconfiança. Ainda não tinha como provar os crimes que ele cometia e por isso o aturava, Brean até estava me tratando com uma gentileza além do normal nos últimos dias e isso estava me deixando com a pulga atrás da orelha.

Na verdade, um elefante atrás da orelha.

— Não, obrigada. Tentarei refazer o contrato e avisarei ao cliente que não poderei comparecer na reunião de amanhã. Ele já iria fechar uma compra de um dos meus imóveis que tento vender a meses, mas infelizmente não dá para ser amanhã.

Ele olhou com pesar. Mentiroso maldito!

— Tudo bem, mas se precisar de algo pode contar comigo.

Ele sorriu gentil, porém falso e retribui o sorriso com a mesma falsidade. Ele estava jogando comigo e iria dar corda para ver até onde ele iria.

— Você já está indo embora? — questionou se aproximando ainda mais.

— Sim, não adianta ficar aqui, nada vai mudar. — olhei para meu computador. Eu estava realmente frustrada com o sumiço os meus contratos de venda dos meus imóveis.

Havia levado meses para conseguir concretizar a venda e agora eu não tinha mais nada.

Engoli o choro e comecei a arrumar minhas coisas para ir embora.

— Posso lhe dar uma carona, assim podemos conversar e nos conhecer melhor. — ofereceu, um sorriso galante se formou em seus lábios e isso fez meu estômago revirar.

— Obrigada, mas não vai rolar. Meu namorado vem me buscar, — olhei no relógio em meu pulso. — Deve estar para chegar.

— Não sabia que namorava. — sua postura mudou drasticamente.

— Relacionamento recente. — dei de ombros.

— Espero que esse dure, os relacionamentos de hoje acabam em um passe de mágica. — seu sorriso se tornou sombrio. Ele estava tramando algo, eu sabia, podia sentir sua maldade em cada célula do meu corpo grande.

Pus-me de pé e peguei minha bolsa.

— Eu o conheço? — continuou a falar.

— Não, ele não é daqui. — menti. Nunca diria a ele que estou ficando com o homem que o quer matar.

— Ele é um homem de sorte. — me olhou com desejo mostrando sua verdadeira face.

Controlei para não vomitar aos seus pés.

— Obrigada. Tenho que ir.

Passei por ele, mas Brean pegou minha mão.

— Gosto de você, Laura. É uma mulher linda e se caso esse relacionamento não der certo saiba que estou esperando por você.

Tentou beijar minha mão, mas a puxei de imediato, impedindo que seus lábios asquerosos me tocassem. Todavia, ele sorriu de lado sem se afetar com meu ato.

— Tenho que ir, tchau.

Girei nos calcanhares e saí da sala a passos largos querendo tomar o máximo possível de distância dele. Queria-me ver longe dele o mais rápido possível.

Estava chegando ao estacionamento quando Romeo parou ao meu lado e me chamou. Olhei para os lados em busca de algo suspeito e entrei em seu carro.

— O que houve? Está assustada. — questionou assim que me sentei no banco ao seu lado.

— Brean estava na minha sala. Veio com uma conversa suspeita, então saí quase correndo de lá.

— Ele suspeita de algo? — sua voz estava dura.

— Não, creio que não. Soltou uma de suas cantadas, mas disse estar em um relacionamento. — o olhei para ver se ele reclamaria, mas Romeo fez menção de não ter gostado da minha resposta.

— Ele a quer. — socou o volante. — Só não entendo uma coisa. Se aquele filho da puta a queria, então por que lhe enviou aquele dia para morrer? — uma sombra passou por seus olhos ao me fitar.

— Não faço ideia. Na verdade, não foi ele quem me mandou, foi Miriam.

— Acha que ela elaborou isso por ciúmes?

Ele colocou o carro em movimento.

— Talvez. Ouvi de alguns colegas que eles têm um caso.

— Como ele está de olho em você, ela pode ter te enviado para morrer e assim você sair do caminho dela.

— É uma boa suposição.

— Está mais para a verdade. Porém, se ela é amante dele, ela está envolvida com o roubo. — comentei.

— Creio que sim.

— Se são mafiosos, por que não prende os dois e torturam para descobrirem a verdade?

Na minha mente, mafioso não perguntava, torturava e matava até ter a resposta para suas perguntas. O modo como Romeo e seus irmãos estão agindo é algo novo para mim.

— Vontade não me falta. Mas se Brean for um espião, o que tenho certeza que ele é. Ele não dirá o que quero saber. Precisamos descobrir quem está por trás dele com ele vivo, pois assim descobriremos quem são os nossos inimigos. Oliver perdeu sua família por causa deles e merece saber quem é o mandante de tudo para assim o matar da pior forma.

— Acho que na base da tortura, Brean entregaria quem está por trás dele. — acreditava realmente nisso.

— Quem está por trás de tudo isso o matará assim que souber da nossa desci fiança. Esses dias que fiquei fora matei alguns dos envolvidos, mas nada descobrimos. Eles morrem sem falar nada. Aguentam a pior das torturas sem abrir a boca. Julgo que quem os treinou usou de castigos perversos para moldá-los em pessoas sem sentimentos, sem medo de nada.

— Vocês não são assim?

— Somos! É por isso que sei o porquê de não estarmos recebendo respostas. As coisas não são tão simples no submundo do crime, Laura. — o modo como falou me deu arrepios.

Virei minha cabeça para a janela e permaneci calada até chagar em sua mansão.

Estava praticamente morando lá, pois Romeo não me deixava voltar para casa. Ele temia que algo me acontecesse se eu estivesse longe ele.

Ele havia me prendido a ele por completo e não estava disposto a me deixar ir.

Sob as garras da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora