Capítulo 28
Romeo
Forcei meu corpo a subir os degraus da escada da mansão, mas gemidos de dor saíram dos meus lábios. Qualquer pequeno movimento me fazia gemer. Tinha levado uma surra e tanto.
— Deixa que eu te ajudo. — disse meu irmão.
Oliver pegou meu braço e o colocou em volta do seu pescoço. Apoiei-me nele e subimos degrau por degrau bem devagar. Ao chegar no topo da escada me endireite e apertei a mão livre na lateral do meu corpo. Minhas costelas doíam e eu podia jurar que havia fraturado algumas em um dos chutes que recebera de Breno.
— Não ouse mais fazer isso de novo, Romeo. Eu o amo, irmão, mas se continuar buscando a dor física para não sofrer por seus erros, eu mesmo darei um fim a sua raça. Baterei tanto em você que ficará irreconhecível e nem o melhor cirurgião plástico conseguirá dar um jeito nessa sua cara feia.
Quis rir do modo bravo com que ele falou, mas me arrependi assim que a risada escapou dos meus lábios.
— Porra, tudo dói.
— Claro que vai doer, caralho, você se deixou ser massacrado.
— Sabe que mereci isso. — voltei a me apoiar nele e começamos a andar.
— O médico já deve estar chegando. Sorte sua que há essa hora Vic está dormindo ou ela faria um escândalo ao ver o pai que tanto ama todo arrebentado desse jeito.
— Minha bonequinha. — meu peito sufocou.
Eu sabia que ela choraria a me ver machucado. Pensar nisso me fez ter mais raiva de mim. Agora, por ser fraco e não saber lidar muito bem com minhas emoções, faria minha filha sofrer.
— Ela só me verá quando os machucados estiverem melhores. — ditei.
— Vai se esconder da sua própria filha? — questionou sem acreditar.
Encostei-me na parede enquanto Oliver abria a porta do meu quarto e me conduzia para dentro dele.
Sentei-me na cama e ele retirou meus sapatos.
— Só pelos dias que estarei muito machucado. — expliquei. — Ela não merece ver o bosta do pai dela nesse estado.
— Romeo...
— Vou tomar um banho e me deitar para esperar o médico. — me pus de pé e mesmo andando torto, rumei para o banheiro.
Oliver suspirou em derrota.
— Tudo bem. Prepararei algo para você comer e trazer o kit de primeiro socorros e remédios para dor. Não faça nenhuma besteira. — ordenou e saiu do meu quarto.
Com um esforço enorme, retirei minhas roupas e entrei no chuveiro. Gemi em satisfação quando a água morna caiu sobre meus ombros, me livrando um pouco das dores e da tensão das últimas horas.
Imagens de Laura sorrindo invadiram minha mente e não contive as lágrimas que vieram aos meus olhos. Não lembrara a última vez que chorei, não, mentira, lembrava sim. Fora no dia do sequestro de Victória. Quando pensei que não a encontraria com vida.
Eu sempre fui fraco com as minhas emoções, nunca soube lidar muito bem com o que sentia. Mamãe costumava dizer que eu era mais coração do que razão e se não soubesse trabalhar isso sofreria muito. Não entendia muito bem o que aquilo significava até o dia de sua morte.
Ali foi a primeira vez que me perdi. Não suportei a dor de perdê-la e busquei refúgio na dor física pela primeira vez. Naquele dia também me deixei ser surrado até quase desmaiar. Tyler foi quem me resgatou de uma das arenas na qual eu lutava e me deu o maior sermão.
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Sob as garras da máfia
Lãng mạnMáfia de Chicago + Sequestro + Protagonista Plus size + Dark Romance leve Sinopse Laura vivia uma vida pacata.Morando sozinha após deixar sua cidade em busca de uma vida melhor, ela contava apenas com a companhia de sua melhor amiga Amanda. Mas tudo...