[Livro dois da série Starlight]
Aviso: Este livro abordará temas que podem ser sensíveis para alguns leitores.
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Danika Archeron emergiu das profundezas do próprio inferno.
Agora, obrigada a retornar à Corte Primaveril após...
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"Eu não deveria esperar nada, menos de um espião mestre." Bufei, com uma sombra amarga na voz.
Achei que tinha evitado essa conversa por um instante, que seria poupada dos olhares fixos que agora pesavam sobre mim.
A mesa permanecia silenciosa, como se até o ar contivesse a respiração, enquanto todos observavam.
Meu passado era uma das coisas que mais odiava no mundo. Era uma âncora que envenenava meus pensamentos, um fantasma que atormentava meus sonhos e me deixava nauseada só de lembrar.
E aqui estava eu, Danika Archeron, a Morte Branca, assassina de vidas, prestes a despir meu passado sombrio diante de estranhos.
Stijn teria um ataque.
Talvez fosse uma brasa de rebelião queimando em mim.
Ou o peso de uma dívida silenciosa, um senso de obrigação de dar a Rhysand algo próximo da verdade, depois de tudo que ele testemunhou desde que me conheceu.
Talvez fosse porque eu estava exausta, cansada ao ponto de minhas últimas defesas se reduzirem a pó.
Ou talvez... Talvez fosse porque esses rostos à minha volta carregam cicatrizes próprias, marcas que eu entendia, e uma pequena, frágil parte de mim queria acreditar que eles poderiam compreender.
"Minha história é muito diferente da de minhas irmãs," minha voz era um murmúrio carregado, e todos ao redor da mesa ouviram. "Fui adotada quando era muito jovem para lembrar - uma decisão do meu pai. Minha mãe... Sempre me desprezou. Eu nunca soube o motivo, nem sei se ele existia."
Suspirei, recostando-me, com a sensação de que minha própria pele era um fardo insuportável, um casulo sufocante do qual eu desejava escapar.
Eu nunca tinha falado sobre meu passado dessa forma antes, a não ser nas migalhas que havia compartilhado com Feyre. E mesmo para ela, o suficiente foi escondido.
Meus olhos não se desviaram do vinho que eu girava na taça, como se ali houvesse respostas que nunca encontrei.
"Eu tinha oito anos quando ela me disse que eu iria para uma nova escola. Um segredo, algo para esconder das minhas irmãs, porque... Ficariam ciumentas." Um sorriso vazio surgiu nos meus lábios, amargo e cruel. "Mas, ao chegar lá, entendi que aquilo não era uma escola. Não no sentido que uma criança poderia imaginar."
As memórias retornaram como lâminas, me cortando com sua precisão, arrastando-me de volta para um lugar gelado e áspero.
Senti a garganta seca, e precisei limpar a voz, ajustando-me na cadeira, forçando-me a enfrentar o silêncio denso que dominava a mesa.
"Descobri que minha mãe me vendeu para uma organização de elite que treina pessoas para lutar. Para se tornarem soldados... Assassinos." Minhas palavras saíram lentas e frias, cada uma carregando o peso da verdade que eu nunca quis dizer. "Ela vendeu minha liberdade."