[Livro dois da série Starlight]
Aviso: Este livro abordará temas que podem ser sensíveis para alguns leitores.
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Danika Archeron emergiu das profundezas do próprio inferno.
Agora, obrigada a retornar à Corte Primaveril após...
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Acordei com Amren parada ao pé da minha cama, tão imóvel e sombria quanto uma tempestade prestes a desabar.
"Você não sabe que é rude ficar encarando?" Murmurei enquanto me sentava, a voz arrastada pelo sono.
Ela não respondeu. Apenas me lançou aquele olhar de repreensão que faria qualquer um recuar. Mas, para minha surpresa, não senti vontade de fugir.
Na verdade, quase ri.
Sem dizer uma palavra, ela jogou algo na cama.
Franzi a testa, inclinando-me para pegar o objeto. Era um amuleto de pedra azul, rodeado por delicados enfeites dourados que reluziam à luz do quarto.
"Isso me tirou da prisão", ela declarou, a voz cortante como uma lâmina. "Use, e jamais poderão prendê-la."
Segurei o amuleto contra a luz, os raios do sol arrancando reflexos dourados de sua superfície. Não parecia nada especial.
Não havia traço de magia, nem sequer o menor vestígio de um encantamento.
Meu olhar voltou para Amren, franzindo o cenho. Como algo tão banal sobreviveu a uma prisão? Mais ainda: como ela conseguiu escondê-lo lá? Alguma coisa assim deveria ter sido corroída pelo tempo ou perdido para sempre.
Amren estava aqui antes mesmo de Velaris ser erguida, há cinco mil anos. Não fazia sentido o amuleto ser tão antigo.
E, se tivesse sido substituído ao longo do tempo, qualquer encantamento nele teria se desgastado - a menos que estivesse gravado diretamente na pedra.
Segurei-o novamente contra a luz.
Por mais belo que fosse, não havia nada nele que parecesse especial. Apenas uma jóia, silenciosa e inofensiva. Ou, pelo menos, assim parecia.
"Vou deixar uma coisa bem clara," disse Amren, inclinando-se para frente, as mãos pequenas mas firmes apoiadas na madeira entalhada ao pé da cama. "Não dou esse amuleto à toa. Você pode pegá-lo emprestado enquanto faz o que precisa ser feito, mas quero ele de volta assim que terminar."
Ela estreitou os olhos, sua voz se tornando ainda mais afiada.
"Se decidir ficar com ele, vou atrás de você. E, acredite, os resultados não serão agradáveis." Amren apontou para o amuleto que eu ainda segurava, como se a mera visão do objeto fosse suficiente para me lembrar do perigo. "Mas, por enquanto, ele é seu. Use-o na Prisão e apenas lá."
Um pouco dramático para o meu gosto, mas foi o gesto que contou.
Encarei os olhos sombrios dela, firmes e inescrutáveis.
"Obrigada," falei com sinceridade, deixando claro que eu entendia o peso do que ela estava me oferecendo.
Eu sabia que o colar não passava de uma fachada. Mas o fato de ela me entregar algo assim... Era impressionante.