𝟑𝟖

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"O que se usa, exatamente, nas terras humanas?" Mor perguntou, se esparramando na cama de Feyre, com um brilho nos olhos, como se não tivesse passado a noite inteira dançando

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"O que se usa, exatamente, nas terras humanas?" Mor perguntou, se esparramando na cama de Feyre, com um brilho nos olhos, como se não tivesse passado a noite inteira dançando.

Ela parecia em ótima forma, como se o tempo nunca tivesse tocado nela.

Cassian e Azriel, por outro lado, estavam visivelmente exaustos, como se tivessem sido forçados a sair da cama contra sua vontade.

Seus rostos estavam marcados por cansaço. Mas Mor... Mor parecia intocada, sempre radiante, sempre cheia de energia. Eu realmente queria entender qual era o segredo dela.

Feyre se levantou da cama e caminhou até o meu lado, onde eu vasculhava os armários.

Rhys tinha enchido nossos armários com uma quantidade absurda de roupas, e uma sensação estranha me apertava o peito.

Eu me perguntava quanto tudo aquilo tinha custado, e a ideia de gastar o dinheiro dele me incomodava profundamente.

Não parecia certo. Ele já havia feito tanto por mim, me dado tanto. Tirar vantagem disso, de algum jeito, parecia uma traição.

Feyre começou a folhear as roupas com uma curiosidade tranquila. Parecia tão imersa no processo quanto eu.

"Camadas", ela respondeu para Mor.

"Elas se cobrem. É quase um escândalo se o tornozelo de uma mulher aparece." Eu soltei uma risada baixa, parando em um vestido que parecia perfeito para o que precisávamos.

Feyre fez uma careta divertida, balançando a cabeça enquanto observava a peça.

"O decote pode ser um pouco ousado dependendo do evento, mas... Todo o resto fica escondido sob saias, anáguas e bobagens."

"Parece que as mulheres estão acostumadas a não precisar correr, ou lutar. Não me lembro de ser assim há quinhentos anos", Mor comentou, sua voz tingida com um leve desapontamento.

Feyre pegou o vestido de minha mão, um turquesa com detalhes dourados, e examinou-o com um olhar atento.

"Mesmo com a muralha, a ameaça de invasão dos feéricos ainda persistia, então... Certamente roupas práticas teriam sido necessárias para fugir, para lutar contra qualquer um que cruzasse o caminho. Pergunto-me o que mudou..."

"Homens", eu disse, já arrancando as roupas que estava segurando e entregando-as a Mor.

Ela assentiu em silêncio, com uma expressão curiosa no rosto, mas não fez comentários. Eu só queria que ela fosse mais direta, que dissesse logo o que pensava.

Ou então que usasse um vestido como Lanthe teria usado. Um vestido que falasse o que ela nunca ousaria dizer com palavras.

Quando o nome de Lanthe me passou pela cabeça, uma onda de raiva me atravessou, quase me fazendo parar.

𝑨 𝑪𝑶𝑼𝑹𝑻 𝑶𝑭 𝑳𝑶𝑽𝑬 𝑨𝑵𝑫 𝑾𝑹𝑨𝑻𝑯Onde histórias criam vida. Descubra agora