74• PARQUE ABANDONADO

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Aviso de Conteúdo:

Este capítulo contém cenas explícitas de sexo e uso de linguagem imprópria. Se você se sentir desconfortável com esse tipo de conteúdo, recomendamos pular este capítulo ou continuar a leitura com cautela

Clary Miller

Red me surpreendeu quando disse que tinha algo especial para mim naquela noite. Ele não entrou em detalhes, mas o jeito como me olhou, com aquele brilho misterioso nos olhos, me deixou curiosa e um pouco nervosa. Ele sempre tinha algo planejado, algo que mexia comigo de uma forma que eu nunca poderia prever.

Entramos no carro e, enquanto ele dirigia em silêncio, senti uma leve inquietação se instalar em mim. Não fazia ideia de para onde estávamos indo, mas, com Red, as surpresas sempre vinham acompanhadas de uma aura sombria e intensa, e eu não conseguia evitar o frio que subia pela minha espinha.

Depois de um tempo, o carro desacelerou, e olhei pela janela, tentando entender onde estávamos. Ao longe, consegui ver as sombras de algo grande e decadente. Conforme nos aproximávamos, o que antes parecia apenas um amontoado de estruturas abandonadas foi tomando forma.

Um parque de diversões.

As luzes estavam apagadas, e a escuridão envolvia tudo como uma cortina pesada, exceto por um leve brilho da lua que revelava a silhueta das atrações. Um antigo carrossel, com seus cavalos desgastados e uma montanha-russa de metal enferrujado, dominavam a paisagem. O lugar exalava abandono e esquecimento, mas havia uma estranha beleza nisso, algo que só poderia ser encontrado em um cenário tão decadente.

- Um parque abandonado? - murmurei, com a voz hesitante.

Red estacionou o carro e se virou para mim, seu rosto parcialmente iluminado pelas luzes do painel.

- Pensei que você fosse gostar de um pouco de adrenalina - ele disse, com um sorriso de canto, sua voz grave reverberando dentro de mim.

A porta se abriu, e ele saiu do carro. Meu coração acelerou. Eu sabia que ele tinha algo planejado, algo que iria mexer comigo de uma forma que só ele conseguia. Quando ele veio ao meu lado e abriu a porta para mim, estendeu a mão, e eu a peguei, sentindo o calor familiar de sua pele contra a minha.

Enquanto caminhávamos em direção ao parque, tudo parecia quieto demais, como se o tempo tivesse parado ali há anos. O vento soprava suavemente, balançando as cadeiras suspensas da roda gigante, que rangiam no silêncio, quase como um aviso. Sentia meu coração bater mais rápido e olhava para todos os lados desconfiada, mas tudo estava quieto e mal iluminado. Apenas o barulho do vento e das nossas vozes.

- Vamos - Red disse sorrindo, me puxando gentilmente em direção ao carrossel.

Eu olhei para ele, hesitante. Nunca pensei que um parque abandonado pudesse ser o cenário de um encontro, mas com Red, o inesperado sempre parecia natural. Ele me ajudou a subir em um dos cavalos, suas mãos firmes segurando minha cintura enquanto me colocava no assento desgastado.

- Não está funcionando, Red - sussurrei, com um sorriso tímido, ainda um pouco nervosa.

Ele riu baixo, aquele som que sempre fazia meu coração disparar.

- Nem tudo precisa funcionar do jeito tradicional, docinho - ele disse, inclinando-se para me beijar suavemente. - Apenas imagine.

E então ele empurrou o carrossel. Devagar no início, mas logo ganhando velocidade, o velho brinquedo começou a girar, enquanto Red corria ao meu lado, empurrando com força. O vento batia no meu rosto, fazendo meu cabelo voar ao redor, e, por um momento, senti uma liberdade que não sabia que precisava. O mundo ao nosso redor desaparecia, enquanto o carrossel girava cada vez mais rápido.

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