Capítulo 33

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Dom Fenn - 21 anos
Abril, 2044
Rynvale, Valoria

_DOM! - Me viro na mesma hora vendo um dos rebeldes correndo na nossa direção desespero. - ELES OS LEVARAM!

_Quem? - Pergunto sem entender mas fico rapidamente de pé juntamente com a Mia esperando o que vem a seguir.

_Eles levaram o Elio. - Quatro palavras, uma pequena frase, pouquíssimas letras. Mas foi o suficiente para fazer o meu coração saltitar dentro do peito e minha boca secar, em segundos a calmaria deu lugar ao desespero no meu corpo.

Em segundos, eu estava correndo desesperado pelas colinas e sobre os corpos tentando chegar o mais rápido possível. Elio é a única parte viva e imune que sobreviveu nesse caos, ele é o único que é inocente e deveria continuar assim.

Saber que nesse momento enquanto as minhas bocas tocam por míseros segundos no chão, e minhas pernas são obrigadas a me levar adiante, meu filho pode estar sofrendo por minha causa me trás calafrios.

O desespero tomou conta de mim assim que aquelas palavras foram pronunciadas. "Eles levaram o Elio." A realidade que eu conhecia desmoronava, e uma fúria ardente queimava dentro de mim. Eu não podia deixar que isso acontecesse. O meu pequeno era a luz em meio a toda essa escuridão, a única coisa que ainda tinha significado em um mundo tão corrompido.

Corri pelas colinas, desviando de corpos caídos, de destroços de casas e de lembranças que não deveriam estar ali. Cada passo que eu dava parecia ecoar em minha mente, lembrando-me da inocência do meu menino. O que eu faria se algo acontecesse a ele? Não, eu não podia pensar nisso. Precisava agir.

A adrenalina pulsava nas minhas veias enquanto meu coração batia com a força de mil tempestades. O que quer que tivesse acontecido, eu faria de tudo para trazer Elio de volta. Ele não deveria estar preso nessa guerra; ele merecia uma vida normal, cheia de sorrisos e brincadeiras, longe do sangue e da violência que me cercavam.

Ele não merece estar 24 horas dentro de um local sem amigos, ele precisa de crianças da idade dele.

Quando cheguei ao apartamento, a porta estava entreaberta, e um frio na espinha subiu pelo meu corpo. Entrei com cautela, o silêncio do lugar me atingindo como um soco no estômago. A sala estava vazia, mas os brinquedos de Elio estavam espalhados pelo chão, um lembrete cruel do que estava em jogo. Eu gritei seu nome, mas apenas o eco das minhas palavras respondeu.

_Elio! - minha voz soou desesperada, quase estrangulada. Passei rapidamente pelos cômodos, verificando cada um deles, mas não havia sinal dele.

O desespero começou a se transformar em pânico. Olhei em volta, como se cada objeto pudesse me dar uma resposta, uma pista de onde ele poderia estar. O sofá desarrumado, as almofadas caídas, tudo me lembrava da inocência daquele menino. A lembrança de seu sorriso e das suas risadas tornava a ausência dele ainda mais dolorosa.

Nesse momento, Mia apareceu, com a expressão tensa e preocupada. Ela respirava com dificuldade, como se tivesse corrido tanto quanto eu. Seus olhos buscaram os meus, e havia uma compreensão silenciosa entre nós, uma conexão que transcendeu as palavras.

_ Dom... - ela começou, mas a tristeza em sua voz a fez hesitar. - Eu ouvi o que aconteceu. O que nós fazemos?

_ Eles levaram o Elio! - Eu a interrompi, a frustração e o desespero se misturando em cada sílaba. - Ele está em perigo, Mia. Não podemos deixar que eles o machuquem, ele é o meu menino.

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