Capítulo 16

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Dom Fenn - 21 anos
Abril, 2044
Rynvale, Valoria

Acabamos de chegar dentro do quartel e já estou de saída, minha roupa ainda está molhada pelo percurso nadando e a mochila nas minhas costas ainda permanece.

Enquanto corro pelas ruas escuras, ainda molhado pelo percurso nadando e com a mochila pesada nas costas, sinto o peso da responsabilidade sobre meus ombros. Deixei Mia para trás, e agora preciso focar no próximo passo: chegar em um local seguro onde poderei verificar as informações presentes no pen-drive. Não sou louco de entregar de bandeja algo que impeça o filho da puta do governador de invadir um dos poucos países que ele ainda não destruiu.

Quando entro no que chamamos de covil dos mais puros filhos da puta e desgraçados que já encontrei na vida, mas, eles são o motivo da resistência. Os que ainda lutam por seus direitos nesse país acabado.

Todos tem alguma origem criminal, nem que seja por baderna.

Infelizmente, tive que deixar o Elio no meio deles, mas agora que tive coragem de dizer a Mia sobre ele e sei que ela nunca seria capaz de fazer mal a uma criança.

O beijo de mais cedo se passa novamente na minha mente como se fosse um filme, já havia revivido essa lembrança inúmeras vezes e não cansava de fazer isso.

Abro a porta do Elio e o vejo na cama fazendo o que mais gosta que é tentar lê. Com 5 anos de idade meu menino é bem inteligente, fala Valoriano com quase excelência mas o sotaque ainda é forte. E eu gosto disso, mesmo Valoriano sendo a atual língua de Tressida o Tressidês ainda permanece enraizado e se passando de geração em geração.

_Elio? - Chamo sua atenção, apesar de não confiar muito em todos que reside aqui sei que nenhum é louco em mexer com ele.

Eles ainda tem amor a vida e é graças às minhas informações que cada vez mais atentados tem surtido efeito.

_Pai! - Ele sabe muito bem que não sou seu pai de verdade mas pegou o costume de me chamar assim. E quem é louco de dizer não ao meu pequeno anjo?

Impossível.

Seus olhos brilhantes e cheios de vida me conquistou desde a primeira vez em que o vi, seus cabelos extremamente loiros deixa ainda mais evidente o visual de bom menino.

Ele corre na minha direção abrindo os bracinhos pequenos e o pego abraçando forte e tentando matar a saudades fudida que estava sentindo dele.

_Você não se despediu. - Ele reclama com a voz abafada por estar com o rosto enfiado no meu peito.

E isso foi graças a Mia, vim aqui justamente para fazer o que disse a ela e deixá-los cientes que não poderiam agir no momento, e também me despedir do meu neném.

_Desculpe, tive um imprevisto mas agora trago boas notícias.

Ele me solta e me olha com os olhinhos brilhando, provavelmente achando que é chocolate ou um livro novo. Como ele é mantido escondido não o deixo frequentar escola e passa a maior parte do tempo enfiado nesse cúbico, mesmo fazendo de tudo para deixá-lo confortável sei que uma criança precisa de certas coisas que no momento ainda não pude oferecer a ele.

_Chocolate?

_Não pequeno, você vai comigo para casa. - Sua boca levemente aberta deixa claro sua surpresa, nem sei se ainda estou fazendo o certo mas é o que mais desejo.

_Pai...

_Arrume suas coisas que irei só verificar umas coisas e sairemos, tente colocar só o essencial na mochila. Depois volto e levo o resto.

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