Capítulo 10

871 122 50
                                    

Dom Fenn - 20 anos
Abril, 2044
Wynthor, Ygraine

Vejo a Mia sair de perto daquele resto de aborto que se diz soldado e vai em direção ao meio da multidão que está dançando no meio da boate lotada.

_Desgraçada. - Murmuro baixo sabendo exatamente o que ela vai fazer, a conheço como a palma de minha mão e esse espírito livre me mata qualquer dia desses.

De ódio, é claro.

Eu a vejo balançando o quadril de um lado para o outro enquanto se distrai no meio da multidão. Não havia tirado os olhos dela por nenhum segundo desde que se sentou ao lado daquele verme, espero que tenha válido a pena e ela tenha conseguido algumas informação relevante para compensar a minha raiva.

E ela continua lá dançando.

E rebolando.

Enquanto outros homens ficam de olho no seu corpo exuberante.

Viro o resto da bebida que está no copo, tive que gestivular para o garçom entender o que eu queria sem levantar suspeitas ou falar algo.

Achava que iria gostar dessa cidade mas os dias estão se passando arrastado e eu tô detestando cada momento.

Só tive raiva até agora.

Olho para o elemento que está bêbado feito um gamba e que sequer presta ainda atenção na Mia e está mais concentrado em terminar o próximo copo de whisky.

Como o cara vem para uma balada e tem ao lado uma garota como a Mia e nem presta atenção?

Convenhamos que não serei hipócrita ou idiota ao dizer que a Mia é feia, longe disso. Bem longe, Mia é uma mulher deslumbrante e por onde passa deixa homens caídos.

Seja por um tiro ou por sua beleza.

Tem horas que tenho que ter consciência e admitir que ela é foda para caralho, mas também bem imprudente. Meus sentimentos por ela é sempre assim, confusos e indecisos.

Mia é manipuladora e sabe disso, usa isso ao seu favor para conseguir o que quer. E às vezes até acho que ela me manipula mesmo sendo tão contra ela

E ela sempre consegue o que quer.

Enquanto ela segura os cabelos longos e continua rebolando lentamente no meio da pista de dança resolvo me levantar e se juntar a ela.

Engulo em seco mas mesmo com o meu coração saltitando dentro do peito tento me manter o mais normal possível.

Quando a alcanço enlaço sua cintura com um único braço e a puxo mais para perto. Ela vira o rosto e quando se dá conta de que sou eu sorri. A porra do sorriso mais lindo do mundo.

_O que você está fazendo? - Grita por cima da música alta, mas continua rebolando e agora bem próximo do meu pau.

Porra, preciso começar a pensar com a cabeça de cima.

_Dançando, não está vendo?

_Você não sabe dançar! - Ela está certa, mas mesmo assim pego a sua mão e a giro para ela ficar na minha frente e volto a segurar a sua cintura como antes.

Meu coração está prestes a sair pela boca sem permissão.

_Eu sei sim! - Rebato essa acusação injusta.

_Conseguiu alguma informação enquanto eu estava ocupada? Escutou alguma conversa?

_Não. - Até se tivesse escutando não teria entendido nada. - Acabei me distraindo.

FacínoraOnde histórias criam vida. Descubra agora