Epílogo

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Dom Fenn - 26 anos
Julho, 2049
Rynvale, Valoria

_Você não deveria estar aqui. - Digo para Elio que tagarelava sem parar dizendo que a mamãe estava linda. Com 10 anos Elio deixava os nossos cabelos em pé de tanto que aprontava, de um garoto calmo e sereno desde que começou a estudar fora virou um pequeno Golden retriever inquieto.

_Pai!

_Vai se sentar com os seus amigos, já vai começar. - Eu falei para ele.

O sol se punha sobre Valoria, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, enquanto a brisa suave da primavera dançava entre as árvores da mansão. Olhei ao redor, admirando a beleza do lugar que agora chamávamos de lar. O povo havia sofrido, mas agora, pela primeira vez em anos, havia esperança no ar.

Mia estava prestes a se tornar minha esposa, e a ideia de construir uma nova vida ao seu lado me enchia de alegria e entusiasmo. Havíamos enfrentado desafios inimagináveis, mas juntos superamos cada obstáculo, e hoje era o dia em que celebrávamos não apenas nosso amor, mas também a reconstrução de nosso mundo.

As flores eram uma explosão de cores, os convidados se reuniam nas cadeiras dispostas em fileiras, e eu sentia a emoção pulsar no ar. A mansão, que uma vez fora um símbolo de opressão, agora era um lugar de união e renascimento. O povo de Valoria estava ansioso, e a energia vibrante envolvia todos nós.

Quando Mia apareceu, meu coração parou por um instante. O vestido que ela usava era deslumbrante, um reflexo de sua força e beleza. Seus olhos brilhavam com a luz do amor. Ela não era apenas a minha noiva; ela era a comandante do nosso país.

Enquanto caminhava em direção ao altar, lembrei-me das palavras que trocamos ao longo dos anos. Lembrava-me de cada lágrima, cada riso, e cada luta que nos trouxe até aqui. O amor dela havia me mudado profundamente, e, com ela ao meu lado, estava pronto para enfrentar qualquer desafio que o futuro trouxesse.

O sacerdote começou a cerimônia, suas palavras ecoando em nossos corações. Falei sobre os países que se assemelhavam ao nosso, refletindo sobre as lições que aprendemos com eles. Falei sobre a liberdade que finalmente conquistamos e sobre como nossa história era semelhante à de países da Terra que lutaram contra a opressão.

_Assim como os Estados Unidos lutaram pela independência, nós também lutamos por Valoria. - disse, olhando nos olhos de Mia. - Assim como a França se levantou contra a tirania, nós também quebramos as correntes que nos prendiam.

Com os anos passando descobrimos muitas coisas e uma delas era que cada país de Lyserion tinham a língua da Terra. Terra essa que de fato está totalmente destruída e essas ilhas que chamamos de países é a única coisa que tem para nos manter vivos, agora todos sabem disso e depois de muito choque por parte da população conseguimos deixar as diferenças de lado e temos até visitas amigáveis de outros locais.

Só é um pouco conturbado a questão da comunicação, mas achei bem surpreendente que valeriano é o mesmo que inglês, tressidês é o igual a italiano e por isso o apelido Cara Mia era normal para mim.

Cara Mia em italiano significa minha querida. E ela é de fato a minha.

Ygrênico é chinês e soube que é uma língua difícil até no velho mundo, fendárico é espanhol e kavarês é português.

A multidão ouvia atentamente, suas esperanças renovadas. O reconhecimento da luta que fizemos juntos se tornava parte da nossa nova identidade. O que antes era um país dividido estava se unindo sob a bandeira da liberdade.

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