Capítulo 15

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Dom Fenn - 13 anos
Agosto, 2036
Rynvale, Valoria

De forma impulsiva, fecho a minha mão em punho tentando conter o ódio que cresce cada vez mais um pouquinho dentro de mim. Estou a um mísero passo de ir lá e acabar com essa putaria sem tamanho.

Quem já viu uma baixaria dessas acontecer?

A cena que se passa um pouco distante não me deixa menos raivoso do que se passasse na minha frente, bem em cima do meu nariz.

Tão perto... E ao mesmo tempo tão longe para quebrar a cara dele.

Mia está com a merda da mesma pulseira que me ofereceu de presente alguns anos atrás entregando ao desgraçado.

Mais precisamente quando tinha acabado de chegar na casa dos seus pais e fui idiota com ela, um merda total na verdade.

Aquela pulseira é minha.

Somente minha.

Jake a olha entediado; eu o conheço o suficiente para saber que ele não tem o mínimo interesse nela. Mia está entrando na puberdade como todos nós e, por algum motivo, declarou Jake como sua paixonite.

Na verdade, metade das garotas dessa escola se divide entre ser apaixonadas por ele ou por mim, eu já acho uma perda de tempo. Sei lá, vão arrumar um curso para fazer do lugar de ficar se apaixonando pelos outros.

Eu poderia me perguntar qual o motivo dela não ser apaixonada por mim, mas não sou tão burro nesse ponto. Fiz várias vezes merdas para ela me detestar.

Ela precisa me detestar, isso não é um desejo é um fato.

Vai doer menos quando fizer o que pretendo, o que anseio há muito tempo.

A morte dos seus pais tem que ser pelas minhas mãos, só assim ficarei em paz novamente. Preciso vingar os meus pais e sentir o sangue dos dela nas minhas mãos.

Vejo ela se afastar correndo e o Jake andar até os garotos. Estou encostado em uma pilastra e irei permanecer até que consiga uma brecha.

A tarde se arrasta lentamente. O sol já está quase se pondo quando vejo Jake se afastar do grupo de amigos e caminhar em direção ao ginásio, até que fim. Demora do caralho.

Esse é o meu momento.

Saio das sombras e o sigo em silêncio, mantendo uma distância segura para que ele não perceba minha presença. Ele vira à direita, passando pelo portão lateral do ginásio e entrando numa área menos movimentada.

Ótimo.

Antes de sair, passo pela sala de equipamentos e encontro um capuz velho e empoeirado. Perfeito. Tento bater para tirar o excesso de poeira e coloco-o sobre a cabeça, certificando-me de que cobre bem meu rosto.

Acelero meus passos, certificando-me de que ninguém mais está por perto. Jake para ao lado de uma velha quadra de basquete, mexendo no celular, bem distraído. Provavelmente mandando mensagem para alguma garota, ele e os caras gostam de vim aqui e chamar algumas.

O local da privacidade e ao mesmo tempo a sensação de perigo que pode ser encontrado a qualquer momento, vim aqui poucas vezes acompanhando eles e saia logo em seguida quando as suas companhias chegavam.

Me aproximo devagar, o ódio queimando dentro de mim como um fogo incontrolável. Quando estou a poucos passos de distância, chamo sua atenção.

_Jake. - Falo o seu nome.

Ele levanta a cabeça, surpreso ao me ver com o capuz, não entendendo nada.

_Quem é você? O que você quer? - Sinto o medo emanando por todos os seus poros. Ele guarda de imediato o celular no bolso traseiro.

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