Hoje, Avni volta da Índia, tem mais ou menos uns dois anos que ela viajou para morar com os pais, mas parece que não deu muito certo e ela está voltando. Eu e Morgan iremos buscá-la no aeroporto. Mas antes de ir, vou levar para o Evans um pedaço do bolo de chocolate que eu fiz, quero ser uma vizinha legal também.
Estou com a minha farda, já que depois de buscar a Avni temos que ir para a delegacia. Acho que é difícil alguém me ver sem estar fardada. Cheguei no andar dele, bati na sua porta, tentando ser o mais agradável possível. Quando ele abriu a porta, lancei um sorriso e mostrei o bolo.
— Obrigada, Amy, não precisava — ele disse pegando o bolo.
Ele pegou um pedaço do bolo e comeu. Evans é um cara bacana, ele é bonito, não muito forte, é loiro, olhos castanhos.
— Está delicioso, eu adorei. Inclusive, eu conheci o seu esposo no elevador — ele falou, dando outra mordida.
— Meu esposo? — perguntei, já imaginando quem ele encontrou.
— Sim, o fortão que usa roupa social — ele respondeu.
Revirei os olhos, só podia ser esse idiota para falar essas mentiras por aí, depois eu tento cravar a faca no peito dele e ele não entende o porquê.
— Ele não é meu esposo, é meu ex-namorado super iludido — respondi.
— Nossa, ele falou com tanta convicção — ele riu. — Eu nem perguntei o nome dele.
— É Ell... quer dizer Alejandro — falei, me sentindo uma idiota.
Eu jurei para mim que nunca o chamaria desse jeito. O Elliot nem sabe falar em espanhol.
— Ele é mexicano? Que legal!
— Pelo visto, é né. Bom, eu estou indo agora — respondi, indo embora.
Ele fez isso de propósito, como pode ser tão idiota? O pior é que ele mexe comigo, estou dando tudo de mim para aguentar ficar longe dele. Seu polegar nos meus lábios me deu uma bela imagem minha ajoelhada mamando o seu pau, eu me odeio por isso.
Entrei na minha picape e parei em frente à casa da Morgan para buscá-la, ela entrou já reclamando do delegado Lucas.
— Meu pai vai deixar a gente uma semana de advertência dessa vez, ele me falou — ela bufou, pegou o cinco e colocou.
Bati no volante com raiva, ele sempre afasta a gente do trabalho mesmo fazendo o que é certo, a gente só não pediu permissão, ok, não estamos totalmente certas, mas o que vale é o resultado.
— Mas deu tudo certo — respondi, dando partida no carro.
— Ele é um idiota, Amy, doida para ele se aposentar logo — ela falou.
Morgan é minha melhor amiga, fiquei pensando durante o trajeto sobre contar para ela que os meninos voltaram, mas não vai dar certo, primeiro ela e o Elijah são como água e fogo e segundo que, se ela descobrir que eles são assassinos, provavelmente ela vai querer prendê-los.
Chegamos no aeroporto e ficamos esperando pela Avni. Ela chegou arrastando sua enorme mala com dificuldade, tão vaidosa. Assim que nos vimos, nós três corremos para nos abraçar, agora somos três melhores amigas, parece que o trio está junto de novo. Como eu estava sentindo falta de estar com elas, falando mal de todo mundo.
— Eu estava com tanta saudade de vocês — ela disse, quase chorando.
— Nós também estávamos, achei que você não voltaria mais — Morgan falou.
— Quase casei com um indiano por causa dos meus pais — ela reclamou.
Ela alugou um apartamento bem no centro, às vezes esqueço que Avni tem dinheiro, ela sempre viveu muito bem. Chegamos ao seu apartamento, eu e Morgan a ajudamos a levar as malas como se fossemos seus namorados. As bolsas estavam pesadas, tivemos que arrastar até o elevador e depois para dentro da sua casa.
— Estou em casa novamente — ela disse, se sentindo aliviada.
Nos jogamos no sofá depois de carregar várias malas e bolsas para cima. Avni suspirou como se tivesse levado alguma coisa.
— Eu preciso ir ao banheiro — Morgan falou, se levantando.
Assim que ela fechou a porta do banheiro, eu tive que falar com a Avni, não aguentava mais guardar isso só para mim.
— Eles voltaram — cochichei no seu ouvido.
— Quem garota?
— Elliot não está morto — sussurrei.
Ela ficou boquiaberta, ela deu um sorriso enorme.
— Liam está com ele? — ela perguntou desesperada.
— Sim, amiga, mas não podemos contar para Morgan — falei, olhando para a porta do banheiro.
— Por quê?
— É melhor você perguntar para o Liam se encontrar com ele, mas a Morgan não pode saber, senão ela vai prender eles — falei preocupada.
— Então eles estão fazendo merda mesmo, eu suspeitava desde aquela época. Você não vai me contar mesmo o que eles estão aprontando? — Ela perguntou.
— Não, Avni, sei que você e o Liam têm algum tipo de rolo, então fala com ele , não quero parecer fofoqueira — respondi, já fazendo a fofoca de que eles voltaram.
Quando Morgan saiu do banheiro, trocamos de conversa disfarçando para ela não perceber. Eu odeio ter que fazer isso, mas Morgan é muito certa com as leis. Para ela mudar de ideia sobre isso, algo muito grandioso tem que acontecer.
Morgan saiu do banheiro, ela ainda está irritada por causa do delegado, a gente ia para o trabalho hoje, mas não vamos, do que adianta se a gente vai ficar lá à toa mesmo? É quase que um protesto faltar ao trabalho hoje.
Eu recebi uma mensagem de um informante meu, dizendo que tem algo suspeito em uma cabana na floresta, e com certeza eu vou investigar.
— Morgan, vamos investigar um local comigo, mas tem que ser no sigilo. O delegado não pode saber — falei sério.
— Se for para pegar criminoso, eu estou junto — ela ficou animada.
— Vão abandonar sua amiga que acabou de chegar cadelas? — Avni perguntou rindo.
— Meu amor, nosso trabalho é pegar criminosos — Morgan respondeu, dando uma piscadinha.
Eu e Morgan fomos atrás da casa que o informante me passou, fica bem distante de tudo. Tivemos que deixar o carro na estrada, a localização da casa fica no meio da floresta.
— Tem certeza de que isso está certo, Amy?
— Tenho, confia em mim. Fiz amizade com um dos policiais que trabalha com a gente, ele disse que toda vez que soubesse de algo suspeito ele iria me falar.
Tive que fazer isso porque, infelizmente, o delegado não fala para a gente quando é algo muito sério, ele só nos dá informações de casos pequenos.
Sei que ele não está mentindo para mim porque ele disse da casa onde encontrei os meninos também vasculhando, e tinha droga lá. Naquele dia, eu avisei a polícia. Depois que saímos da casa, eles resgataram a menina que estava dopada e o senhor que estava no chão foi preso por abuso. E as drogas, os três idiotas queimaram, mas eles também chamaram a ambulância para a garota.
Entramos na floresta bem atentas a tudo, não escutamos som de nada, depois de andar por dois quilômetros encontramos a casa, uma cabana na verdade. Eu fui para a porta da frente enquanto Morgan ficou vigiando de longe. Abri a porta, apontando minha arma para todos os lados, o lugar está completamente vazio, não tem ninguém aqui. Morgan se aproximou, entrando pela porta de trás, confirmando que também não tinha ninguém lá.
Vasculhamos a casa por todos os lados, entramos no quarto, olhamos a cozinha e nada. A casa não é grande, é bem pequena, por isso conseguimos vasculhar tudo com tranquilidade.
— É melhor a gente ir, Amy, não tem nada aqui e já está ficando tarde.
— Eu sei que tem algo aqui, meu informante não erra, Morgan. Eu vou voltar outro dia.
Se eu não encontrar nada, o delegado nunca vai acreditar em mim. Eu fiquei por uma hora olhando tudo de novo, revirei os mesmos lugares, estou me sentindo derrotada, não encontrei nada que pudesse incriminar Carson e Ashley.
Olhando bem para o local, percebi que algumas gavetas já estavam abertas, algumas marcas no chão como se algo tivesse sido arrastado, parece que o local foi abandonado às pressas. Vou tirar foto de tudo e deixar registrado, não sei se o delegado vai aceitar isso, mas preciso tentar.
— Vamos, Morgan, Amanhã eu vou mostrar para o delegado as fotos que eu tirei, talvez sirva para alguma coisa — saí cabisbaixa.
— Vamos beber, para, comemorar nossa derrota então?
— Ainda bem que você apoia as minhas loucuras.
Nós rimos, pegamos o carro e fomos para um bar encher a cara. Pedimos uma garrafa, eu não quero ficar bêbada, mas necessito de uma garrafa de cachaça com certeza. Sempre que as coisas não saem do nosso jeito, a gente bebe e, quando saí, a gente bebe também.
— Estou com saudades dele, Amy.
— De quem? — perguntei, virando o copo na boca.
— Do cretino do Elijah — ela respondeu.
Fiquei surpresa em escutar isso, os dois quase se mataram diversas vezes.
— Saudades de fazer o que com ele? — olhei bem no fundo dos seus olhos.
— Ele é um idiota, mas tinha uma boa pegada — ela deu um sorriso de canto.
Se ela soubesse que ele virou o próprio demônio e que é frio para um caralho depois da morte da mãe e da irmã, ela não falaria isso, eu acho.
— E se você o encontrasse? — perguntei.
— Com certeza, a gente se mataria — ela respondeu rindo.
Recebi uma mensagem de um número desconhecido. Hoje o dia foi cheio, e ainda vou ser interrompida por estranho enquanto tomo minha cachacinha.
"Desconhecido: onde você está?"
"Eu:??"
"Desconhecido: é o seu homem"
"Eu: meu homem?"
"Desconhecido: exatamente"
"Eu: Elliot? 😑"
"Desconhecido: que bom que ainda me reconhece como seu homem"
Salvei o número dele.
"Eu: como conseguiu o meu número?"
"Elliot: Liam conseguiu para mim, onde você está?"
"Eu: na casa do caralho"
"Elliot: é muito longe? Vou aí te buscar"
"Eu: não quero que venha, Morgan está comigo 🙄"
"Elliot: estou no seu quarto te esperando, só me fala onde fica essa casa do caralho para eu não ficar preocupado"
"Eu: saí da porra do meu quarto, espera na sala. Estou em um bar, Elliot, agora para de me perturbar"
Um minuto depois.
"Elliot: cadê você?"
"Eu: Jesus, me dê paciência, estou indo coisa chata"
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Hoje de noite saí mais um capitulo 😘Não se esqueça de deixar uma estrelinha para me ajudar.
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O amor dos contrários
Short Story(Completo) 🔞Dark Romance🔞 O amor da sua vida faleceu há 5 anos, mas algo inesperado aconteceu. - É você Elliot? - perguntei sem parar de apontar para o seu peito enorme. Ele tem o triplo do tamanho dele, se Elliot estivesse vivo, ele teria vinte e...