Seu corpo estava sobre o meu, pressionando-me na parede. Levei minhas mãos até o ouvido porque a arma estava perto demais dos meus ouvidos, o som das balas saindo estava abafado. Tirei minha mão dos ouvidos e olhei para o homem caído no chão, um furo bem no seu coração. Outro homem se aproximou, trocando tiros com o Elliot, nós estávamos atrás da casa se protegendo.
— Eu preciso de cartucho, esqueci o meu no carro — falei com a mão no seu peito.
— Não deveria ter esquecido algo tão importante, se você morrer, minha vida não tem mais sentido. — Ele apertava o gatilho. — Tem cartucho de glock na cinta na minha cintura, pegue — seus lábios foram até os meus ouvidos.
Levantei a sua blusa social, tinha uma cinta com várias coisas. Eu e Morgan ficamos tanto tempo paradas sem ter trabalho de verdade que eu esqueci completamente de que preciso usar a minha cinta também.
Deslizei a minha mão por dentro da camisa, peguei o cartucho e coloquei na minha arma. Seu corpo me apertava tanto que eu não conseguia me virar.
— Preciso me virar — ele me soltou.
Me virei, olhando para os homens que estavam atirando na nossa direção. Ele voltou a me pressionar na parede, usando sua mão livre para segurar forte na minha cintura enquanto usava a outra para atirar. Senti o seu pau roçando em mim.
Nós estávamos juntos trocando tiros com os homens, nenhuma bala chegou nem perto de nos acertar, e todas as deles acertavam com precisão.
— Sabe por que você não tem boa mira? — Sua boca foi aos meus ouvidos sussurrando. — Você não atira para matar, você tem medo, Amy, e isso pode acabar ferindo você.
— Não quero virar uma assassina — apertei o meu gatilho, mirando nas pernas de um dos homens.
— Gatinha, ou é você ou eles, atire direito, mate e sobreviva, se algum deles te acertar, eu vou trazer o inferno inteiro para a terra — ele acertou mais um homem.
Eu estudei para ser psicóloga, nunca foi o meu desejo ser uma policial até o dia em que o Elliot foi preso e depois falsamente morto. Quando aquilo aconteceu, eu senti que precisava provar a inocência dele a todo custo e o único jeito foi desistindo do meu sonho de ser psicóloga e me tornando uma policial.
Agora sinto que estou entre a vida e a morte, hoje eu quase morri por deslizes burros, eu preciso tomar a minha decisão, tenho que mirar para matar. Essa é a primeira vez que realmente atiro para tirar a vida de alguém, eu mirei no homem mais próximo, sua bala era a que mais se aproximava da gente, mirei na sua cabeça, apertei o gatilho, a bala saiu.
Eu sou uma assassina.
O barulho que a troca de tiro estava fazendo me deixava surda. Minha bala acertou bem no nariz dele, explodindo seu rosto e o fazendo cair. Ele com certeza estava morto. A boca do Elliot foi até a minha cabeça, me beijando.
— Sua vida sempre em primeiro lugar — ele disse.
Mais homens chegaram, as coisas estavam piorando e estava tudo ainda mais caótico. A polícia também chegou e Elliot estava ali sem máscara, escondido nas sombras.
Matei alguém.
Eu estava ficando louca, meus pensamentos estavam me infernizando. A polícia estava trocando tiros com os homens, não dava para ficar onde estávamos. Você é um monstro.
Minha cabeça estava girando, estava tão desorientada que o meu próximo tiro acabou acertando o pé de um dos policiais, eu entrei em desespero.
— Acertei um companheiro, preciso ir lá — falei, tentando sair dos seus braços.
Ele me puxou com força, eu tentei correr, preciso ajudar o meu companheiro. Elliot me jogou nos ombros, não me deixando ir lá.
Assassina, assassina.
— TEMOS QUE SAIR DAQUI AGORA — ele gritou, me levando com ele.
Eu comecei a chorar, meu companheiro, acertei um dos nossos. Encontramos Morgan e Ethan fugindo, o meu carro estava todo fodido, pneus com tiros, no vidro em todos os lugares.
— Entre no meu carro, ele está escondido entre as árvores — Elliot apontou, me levando jogada no seu ombro.
Chegamos no seu carro, ele me jogou no banco da frente, Morgan e Ethan entraram no de trás e nós fomos embora. Ninguém percebeu a presença do Elliot ali, nem mesmo o delegado, que também chegou junto com os policiais. Morgan chamou a polícia quando percebeu que estava ficando caótico e que não iríamos conseguir sem eles.
Assassina.
— Que porra foi essa? — Ethan estava em desespero.
— Ainda bem que eles chegaram, tomara que consigam os prender — Morgan estava ofegante.
— Acho que acertei um dos nossos sem querer, minha cabeça começou a girar — abri a janela.
Coloquei a minha cabeça para fora e comecei a vomitar, o que está acontecendo comigo? Eu só queria provar a inocência dele, para onde o meu caminho está indo?
Você o matou.
— Amy... — Elliot me chamou.
— O que foi? — me virei, vendo dois dele ao mesmo tempo.
— A primeira vez é sempre assim — ele falou.
A primeira vez é sempre assim? O que me torna diferente deles agora? Eles matam e torturam, e eu? O que faço? Qual a diferença entre nós? São tantas perguntas vagando na minha mente, eu tenho permissão para matar porque sou da polícia, mas qual a diferença entre nós se estamos matando as mesmas pessoas?
Você é igual a eles.
Ele deixou Morgan na casa dela, chegamos ao meu apartamento, o elevador está com defeito, Elliot comprou, mas esquece de mandar alguém para consertar as coisas. Ele está me ajudando a subir, minha mente está acabando comigo, me consumindo. Ethan estava logo atrás, exausto, ele nunca passou por isso antes. Quando chegamos, ele foi direto para o seu quarto.
Assassina.
Entrei no banheiro chorando debaixo do chuveiro, eu sabia que quando me tornasse policial isso um dia aconteceria comigo, mas eu tentei não fazer isso por todos esses anos. O que me tornava diferente deles era o fato de não ter sangue escorrendo pelas minhas mãos.
Você é igual.
Quando saí do banheiro, recebi uma ligação do delegado. Perguntei sobre o meu companheiro e ele disse que o tiro foi de raspão e que estava tudo bem. Foi um alívio a menos para mim. Às vezes, o mundo não precisa de um outro herói. Às vezes, o que ele precisa é de um monstro. Drácula- A história nunca contada.
Sentei-me na cama, Elliot estava sentado na sua poltrona me olhando, jogado com as pernas abertas. As lágrimas estavam rolando no meu rosto, eu fui até ele, ele me puxou para o seu colo, abri minhas pernas e me acomodei, deitei com a cabeça no seu peito e chorei.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Esse capítulo ainda tem uma parte e vou postar ainda hoje.
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O amor dos contrários
Historia Corta(Completo) 🔞Dark Romance🔞 O amor da sua vida faleceu há 5 anos, mas algo inesperado aconteceu. - É você Elliot? - perguntei sem parar de apontar para o seu peito enorme. Ele tem o triplo do tamanho dele, se Elliot estivesse vivo, ele teria vinte e...