Amy Grace 20 parte 1

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A primeira coisa que fiz quando abri os meus olhos foi olhar para a poltrona, ele não estava mais lá, eu sinto o seu toque no meu corpo como se ele tivesse se despedido antes de sair

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A primeira coisa que fiz quando abri os meus olhos foi olhar para a poltrona, ele não estava mais lá, eu sinto o seu toque no meu corpo como se ele tivesse se despedido antes de sair.

Levantei-me, olhando o buquê que coloquei em um vaso em cima da minha cômoda. É realmente como o céu estrelado durante as noites quentes, quando não está nublado. Tenho certeza que foi ele que me deu as flores quando tínhamos quinze anos, mas ele nunca confirmou então não posso dizer que ele de fato.

Fui para a sala e liguei a televisão quando percebi a porta se abrindo bem devagar, era Ethan entrando sorrateiramente até que me viu e saiu correndo. Fui atrás dele e o agarrei antes que ele entrasse no elevador.

— Eu falei que você estava fodido — puxei pela sua orelha, o arrastando para dentro de casa.

— Eu não tenho culpa, Amy, eu disse que tinham três armas na minha cabeça, eu realmente estava temendo pela minha vida — ele disse, implorando por misericórdia.

Joguei-o ao chão dando uma chave de braço, ele ficou gritando até que fomos interrompidos pela notícia que estava passando no jornal.

"Eles se denominam os Inimigos da Facção, foi o que o segurança que foi atacado minutos antes de o prefeito ser sequestrado falou. O que esses três homens querem na cidade? E por que mataram o prefeito? O corpo dele foi encontrado nesta manhã dentro de um caixão no lago de Saler Viw."

— Você estava junto? — perguntei, preocupada.

— Não estava, eles não me deixam participar dessas coisas mais pesadas — ele respondeu, olhando para a televisão. — Não sei se foi uma boa eles se identificarem.

Voltei os meus olhos para a televisão, escutando o que a jornalista ainda estava falando sobre eles.

" São três homens, ninguém sabe como eles são porque os seguranças não viram seus rostos, será que eles estão alucinando? Pode ser só uma lenda. Algumas pessoas dizem que eles usam balaclavas com caveiras."

Liguei para o Elliot desesperada, com medo de algo acontecer com ele.

— Você viu o jornal? — perguntei.

— Eu vi, sim, somos uma lenda — ele riu.

— Você se orgulha disso, Elliot?

— Não é orgulho, Amy, é sensação de poder.

— A gente não combina mesmo — desliguei o celular na cara dele.

Coloquei minha roupa e fui para a delegacia correndo. Quando cheguei, vi todos andando de um lado para o outro desesperados pela morte do prefeito, eles ainda estavam sujos de terra, parece que procuraram pelo homem a noite inteira. Morgan Brown me puxou pelo braço e me levou para um canto vazio.

— Foram eles, por isso você não participou das buscas durante a madrugada, você já sabia que ele estava morto — ele deu um sorriso sarcástico.

— Eu não vi a mensagem — respondi seriamente.

Ele riu, olhando para cima, sabendo que eu não estava falando a verdade. Eram três homens, foi o que a jornalista falou, não tem como eu ficar fingindo para ela.

— Ele estava envolvido com o leilão e o tráfico.

— Tem provas? — Sua voz saiu forte.

Ela é muito séria quando se fala de trabalho.

— Elliot nunca faria nada se não tivesse provas — respondi, tirando sua mão do meu pulso.

O delegado se aproximou da gente afadigado. Ele está com olheiras e não parece estar se sentindo muito bem.

— Eu quero que vocês duas vigiem o cara de quem eu falei e, se acontecer algo de suspeito, siga-o, isso é urgente — ele passou a mão na cabeça e saiu.

Corremos até a minha picape e fomos ao endereço que estava no envelope, ficamos paradas, olhando a casa do homem que aparentemente não demonstrava nada de estranho. Morgan abriu uma caixa de rosquinha e ficou comendo enquanto a gente vigiava, confesso que também comi, já estávamos há algum tempo ali esperando que algo de mais interessante acontecesse.

Alguém bateu no vidro da minha janela no carro, era o Ethan, ele entrou no banco de trás.

— O que vocês estão fazendo aqui? — Ele pegou uma rosquinha da caixa da Morgan.

— Eu é que te pergunto, nós estamos trabalhando — respondi.

— Estou vigiando a casa de que você não tira os olhos, Elliot me mandou fazer isso — ele mordeu um pedaço da rosquinha.

— Fala para o Elliot que isso é um trabalho da polícia e não de assassinos — Morgan mordeu um pedaço da rosquinha com força, o olhando sério.

Continuamos observando com atenção tudo que estava acontecendo, estávamos querendo desistir e ir embora por já estar escurecendo.

— Olha, um homem entrou na casa dele — Ethan apontou com os olhos arregalados.

Um homem entrou lá vestindo umas roupas estranhas e, depois de algum tempo, saiu com uma bolsa grande.

— Vamos fazer o que o delegado disse, vamos seguir qualquer coisa que for suspeita — dei partida no carro.

Não vamos deixá-lo passar dos nossos olhos, essa é a nossa grande chance. Ethan pegou o celular assim que comecei a dirigir e ligou para o Elliot.

— Algo de suspeito aconteceu, estou com a Amy indo atrás de um homem — puxei o celular da mão dele e coloquei no ouvido. — Ele disse que vai vir também — Ethan disse.

— Não precisamos de você aqui — desliguei sem o escutar e devolvi o celular.

Seguimos o carro do homem que estava se afastando do centro da cidade e indo cada vez mais por ruas escuras e estranhas. Tive que desligar o farol para não sermos notados. O homem que estava à nossa frente não corria, ia lentamente até que entrou em uma rua com casas que pareciam estar vazias, já que tudo estava escuro. Ele continuou até o final dela, chegando na última casa, enquanto nós paramos o carro na primeira.

Descemos do carro, nos escondendo atrás da primeira casa, o lugar não tinha som nenhum, só escutávamos o farfalhar das folhas das árvores.

— Amy, Elliot disse que rastreou o seu celular e que está quase chegando — Ethan sussurrou.

Lá vem ele se meter onde não é chamado, andamos nos escondendo atrás das casas seguindo o homem que olhava para todos os lados antes de tirar uma chave debaixo de um vazo de plantas que tinha perto da porta. Ele não ligou nenhuma das luzes das casas, em seguida um outro carro chegou e parou em frente à casa, vários homens saíram de lá.

— Eu vi esses homens com o Vicente Vogel, o milionário, eles são os guardas dele — Ethan sussurrou no meu ouvido.

Saíram vários homens, menos o tal do Vicente Vogel, não teria nem como a gente provar que ele é o homem que está encomendando as drogas. Tivemos que andar um pouco mais para frente, Morgan e Ethan foram juntos para a casa detrás, enquanto eu decidi ir um pouco além para enxergar melhor.

Continuei andando um pouco mais, em passos lentos, tentava não fazer barulho nenhum para tentar escutar sobre o que os homens conversavam. Fui pisando lentamente até acabar colocando o pé em cima de um caco de vidro, quebrando-o e fazendo um barulho alto. Eu gelei, parei por alguns minutos.

Um dos homens virou, olhando na minha direção que estava escuro, eu me apertava nas sombras da parede para não ser percebida. Olhei para os seus olhos nas sombras e depois olhei para o chão, vendo um pedaço do meu pé aparente na única iluminação do lugar. O homem apontou a sua arma na minha direção e atirou. Outro tiro foi disparado na casa detrás onde Morgan e Ethan estavam.

— Eles viram a gente — avisei. — Atirem sem pena.

Eu apontei a minha Glock e fiz como Elliot tinha mandando, mirei, acertei na perna de um dos homens que não caiu, mesmo machucado ele continuou atirando em minha direção e eu retribuí até que as minhas balas acabaram e eu vi o homem chegando cada vez mais perto de mim, senti minha alma sair do corpo e me senti uma burra por ter esquecido a porra do cartucho no carro.

Fui andando para trás conforme ele se aproximava. Ele apontou sua arma para a minha cabeça e eu já fui me despedindo da minha vida. Uma mão grande segurou a minha cabeça e ela foi afundada no seu peito, e esse cheiro eu conheço bem, um cheiro amadeirado e forte, meu rosto sendo apertado e protegido nos seus braços.

— Tapa os ouvidos, gatinha — ele apertou o gatilho.

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