Amy Grace 22 parte 1

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Eu acho que só desisti de tentar lutar, nada do que eu tenho feito está dando certo

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Eu acho que só desisti de tentar lutar, nada do que eu tenho feito está dando certo. Sempre foi muito fácil enfrentar o Elliot, mas isso porque ele me ama. Eu poderia dar um tiro nele que ainda assim ele ficaria comigo. Quando eu estava correndo, sua gargalhada macabra, a sua vontade em atirar em mim, ele é assim, se entrar no seu caminho, ele não se importa em ter que acabar com você. Elijah Black é o pior integrante dos Inimigos da facção.

Se fosse pelo Elliot, ele entraria nesse quarto e acabaria comigo. Às vezes, tenho vontade de carregar uma arma e atirar nele, mas eu não sou tão corajosa para matar alguém quanto ele é.
Ele entrou no quarto sério, já percebi que não vinha coisa boa.

— Você precisa escolher uma máscara — ele estava agachado, me olhando.

Uma máscara? Querem tornar uma policial em uma inimiga? Não faz sentido.

— Não posso ser uma de vocês, como vou ser policial e uma inimiga ao mesmo tempo?

— Você não escolhe, gatinha, ou ficará presa aqui para o resto da vida, aqueles dois lá fora não vão te deixar sair — Ele segurou a minha mão, me ajudando a levantar.

Como eu fui tão idiota, a porta estava aberta, olhei para o lado de fora e os dois me observavam. Liam, sério, e Elijah com um sorriso que ia de ponta a ponta, ele quer definitivamente acabar comigo.

— Vamos, Amy, você brincou com quem não devia — ele abriu uma gaveta, pegando a sua balaclava. — Não complique mais as coisas para você.

— Eu quero a sua balaclava antiga, a que tapava só a metade do rosto — fui em sua direção.

— Por que ela? Você pode ter a que quiser, tenho outros estilos guardados aqui — ele fechou a porta.

— Ela tem o seu cheiro, eu quero ela — Respondi.

Fui para frente do espelho e retirei sua blusa social, ficando nua, estou sem roupas aqui, preciso improvisar. Peguei uma blusa preta sua que me serviu como um vestido curto, coloquei uma jaqueta preta que tinha no seu armário.

Ele se aproximou por detrás de mim, colocou a máscara no meu rosto enquanto eu me olhava, pegou um taco de beisebol e me entregou. Eu estava pronta, meu cabelo cacheado estava para fora, estou totalmente diferente de quando estou de policial, até o sentimento é diferente.

Saí do quarto sem olhar para os dois idiotas que estavam do lado de fora. Elliot segurava na minha mão enquanto descíamos, ele com a sua roupa e o seu taco e eu com o meu. Ethan estava nos esperando na sala, ele se assustou quando me viu.

— Hoje é dia de ritual de entrada, coloque sua máscara — Elliot disse a Ethan.

Ele colocou a sua máscara e logo atrás desceram Liam e Elijah com suas máscaras e tacos. Entrei na Porsche do Elliot com ele e com o Ethan, Liam foi na sua BMW e Elijah na sua moto.

Fiz uma coisa que não fazia há muito tempo, rezei. Alguns minutos estarei dos dois lados da mesma moeda e terei que aprender a lidar com isso. Nós chegamos à mata, onde será o meu ritual de entrada. Não vou mentir, eu ainda pensei em correr, mas chega de fugir, paramos no meio do mato, a floresta estava escura.

— Pegue sua madeira, Amy — Elliot parou e me olhou com os braços cruzados.

Olhei para o chão e comecei a pegar as madeiras, galhos grandes, enquanto era observada pelos quatro. Ethan estava balançando a cabeça em negação, Liam estava de braços cruzados e Elijah estava encostado em uma árvore, me fitando.

Fui pegando todas as madeiras que eu conseguia e colocando no centro. Quando já tinha uma pilha grande, Elliot se aproximou e me entregou o isqueiro e o álcool. Olhei ao redor e ainda estava sendo observada, os olhos sangrentos do Elijah não saíam de cima de mim.

Joguei o álcool em cima das madeiras secas, liguei o isqueiro e joguei, o fogo foi se espelhando, transformando as madeiras em uma enorme fogueira.

Fiquei parada observando o fogo queimar, Elliot se aproximou, me deixando o mais perto possível da fogueira. Agora eu entendo a sensação, o bafo do fogo é como se estivesse entrando na minha alma e me queimando por dentro.

Suas mãos tocaram a minha cintura, seus lábios foram até o meu ouvido e senti seu hálito antes de ele sussurrar algo. Esse é o meu ritual de entrada.

— Precisa jogar algo, Amy Grace, uma verdade, uma mentira, um objeto... diga o que você irá jogar? — Sua mão cravou com força.

— Eu vou jogar uma mentira — falei, fitando o fogo que quase me engolia.

— Diga a mentira em voz alta — Seus lábios tocaram a minha orelha.

A hora de contar isso é agora, depois que tudo isso acabar, ninguém mais poderá falar sobre o assunto, é o dilema.

— Eu... eu não traí Elliot Lockhart — Suas unhas entraram com força, me apertando, enquanto uma lagrima escorria dos meus olhos. — Eu menti — Ele rosnou no meu ouvido.

Eu podia sentir a sua fúria enquanto me tocava, suas unhas me apertando, seu rosnado alto nos meus ouvidos. Eu não estava sendo consumida só pelo fogo, mas o homem atrás de mim também estava me devorando agora.

— Por que mentiu? Diga — ele disse, rosnando.

Eu precisava fazer aquilo, mas hoje me arrependo porque, no final, foi assim que acabamos, eu aqui me tornando uma deles.

— Eu queria afastá-lo, deixá-lo longe, mas não funcionou e mesmo assim eu levei essa mentira comigo até hoje — minhas lágrimas escorriam.

— O que nós fazemos com coisas ruins, Amy Grace? — Ele sussurrou, me apertando com força.

— Nós jogamos na fogueira — respondi.

— Então deixa queimar, Amy Grace — ele me largou.

Fiquei parada observando a fogueira queimar cada pedaço de madeira até cessar o fogo completamente. Quando o fogo acabou, senti suas mãos grandes me levantando pela bunda e me jogando nos seus braços.

— Bem-vinda, Amy Grace — Liam falou.

— AGORA VOCÊ DEVE LEALDADE A NÓS — Elijah gritou.

— Bem-vinda aos inimigos da facção. Mas agora o seu papo vai ser comigo — ele rosnou, me levando embora.

— Achei que depois de jogar alguma coisa na fogueira não poderíamos mais falar dela, foi esquecido — Respondi, me esperneando.

— Quieta, gatinha — ele me levou. — Pequena mentirosa — Ele deu tapa na minha bunda.

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