O amor dos contrários

Elliot Lockhart 16 parte 2

— Não vou, eu juro — ela respondeu submissa.

— Então tira esse traseiro da minha casa antes que eu queira usá-lo — seu sorriso só aumentava.

— BABACA — Amy gritou.

— Chega, Amy, me leva em casa — Morgan pediu.

Ela segurou na mão da Morgan, a levando embora. O clima ficou tão pesado que tive que bater um papo sério com o Elijah sobre mulheres, e olha que eu nunca me intrometi na vida dele sobre isso.

— Que porra você fez com ela lá dentro — fui para cima dele, o encarando.

— Por que você se importa? — Ele perguntou, devolvendo o encaro.

— Porque se minha mulher me ligar chorando depois por causa do que você fez com a amiguinha dela, eu não vou ficar parado, Elijah — eu estava prestes a socá-lo.

Liam entrou no nosso meio, nos separando, a gente continuou se olhando como se tivéssemos sangue nos olhos, nossa ira era mútua.

— Eu acho que vocês dois precisam se controlar — ele apontou o dedo no rosto do Elijah e depois para o meu. — Vocês dois, desde que a gente começou com tudo isso, estão sempre discutindo por alguma coisa.

— É claro, esse idiota acha que é a porra de um líder, ele nunca falou que era, mas sempre fica mandando em tudo, por exemplo, mandou a Tracy embora — Elijah falou, me olhando furioso.

— E você quer mandar em alguma coisa, um cara que nem temperamento tem? — Minhas mãos estavam quentes, cerrei os punhos.

Se ele vier, eu não vou parar, vou socá-lo até o dia raiar, cansei dele gritando e se irritando por qualquer merda. Depois que perdeu a mãe e a irmã, ele ficou desse jeito igual a um louco, precisando ir para o caralho do hospital.

— Eu a mandei embora porque ela resolveu se meter na porra da minha vida — falei, avançando e apontando o dedo para ele. — Sabe qual é a verdade? Você só quer ela aqui para ficar olhando a bunda dela — dei um riso irônico. — Não sei como está vivendo depois do fora que ela te deu. Tracy Scott não quis Elijah Black porque ele é a porra de um maluco que precisa tomar Rivotril e porque ela é muita areia para o seu caminhãozinho quebrado.

Falei propositalmente, queria tirar a porra do juízo dele do mesmo jeito que ele tirou daquela garota, ele mereceu a coronhada que levou. Ele gargalhou, uma gargalhada que ele faz quando está prestes a matar alguém.

— Tudo isso por causa de uma policial que nem quer você, Elliot, ela vai te largar porque você é lixo como eu, um assassino — ele sorriu de canto. — Ela tem uma vida lá enquanto você fica preso nessa mansão escura, você nunca foi bom para ela, veio arrastado do inferno e vai voltar para ele — ele me provocou.

Olhei para o lado, torcendo o meu pescoço, e notei a presença do Ethan sentado no sofá com as pernas cruzadas, com os olhos arregalados, comendo pipoca e assistindo com atenção à nossa discussão. Ele percebeu que eu o notei e fez um aceno com a mão, mandando a gente continuar. Não tem como esse garoto ser meu irmão.

Eu estava cansado de discutir com ele, então decidi parar, deixar tudo do jeito que está, é sempre assim no final, não quero brigar com o meu amigo, pelo menos eu o considero. Eu estava andando para trás, recuando.

— Isso, fuja, covarde — ele continuou me provocando. — Tem medo de que eu abrace seu rostinho lindo? E esse teu cabelinho grande de novo, virou submisso da sua mulher, ela quem manda na casa agora? — Ele estava se sentindo satisfeito, me insultando.

Eu fiquei com tanta raiva que voltei e fui para cima dele, arremessando um soco que acertou o Liam quando ele entrou na nossa frente. Liam tinha duas pistolas que estavam uma de cada lado do bolso.

— Acabou, nós somos amigos aqui — sua arma estava nas nossas barrigas. — Elijah sobe e Elliot vai tomar um ar fresco.

Ainda ficamos por um tempo nos encarando, mas depois ambos recuaram e fizemos o que o Liam mandou.

— Eu vou buscá-la de volta e foda-se você — ele avisou, saindo.

#

Tem uns dois dias que não a vejo, e também não tenho respondido muito bem às suas mensagens, mas tudo isso tem um propósito. Estou no terraço observando o céu, ainda está de dia e quero aproveitar para fazer tudo antes de buscá-la. Enemy estava miando no chão, eu o peguei.

— Hoje eu vou pedir sua mãe em namoro, já que não podemos casar ainda, pelo menos quero ter algo a mais com ela — ele lambeu a minha bochecha.

Estou falando com um gato como se ele fosse me responder, às vezes sinto que estou enlouquecendo, já fiz tantas reclamações ou elogios da Amy para ele que deve estar cansado de me escutar.

Eu já peguei tudo o que eu precisava, temos uma mesa linda, comprei flores de Van Gogh que ela queria ganhar, ela sempre gostou de coisas diferentes, nunca foi igual a todas as mulheres que gostam de receber rosas. Ela sempre foi fascinada por Van Gogh, ela realmente deve achar que não fui que entreguei o buquê a ela quando éramos mais novos.

Coloquei a mesa no centro debaixo do telhado que estava enfeitado com pisca-piscas, coloquei o vinho na mesa, taças e também acendi velas. Contratei um cozinheiro para fazer um jantar para a gente.

Também coloquei um colchão enfeitado com pétalas de rosas espalhados por todos os lados, quero fodê-la a noite inteira, fodê-la para a lua até que a gente se canse de tanto transar, vou sentir o gosto dos nossos lábios um no outro, nossas salivas se misturando.

Quero dar algo especial a ela. No meu passado, eu fui rude com a minha princesa, eu estava tão possuído de todas as maldades que estavam acontecendo que acabei a fazendo sofrer por causa de nada. Ela não merecia todo aquele ódio que eu joguei nela. Minhas esperanças e perspectivas futuras repousam na expectativa da nossa união — Frankenstein.

Estava tudo preparado para eu buscá-la, não avisei a ela porque sei que essa hora ela está em casa, sozinha, Ethan está aqui resolvendo umas coisas para mim. A lua já está aparecendo atrás da floresta, vou logo, quero a lua bem na nossa frente quando ela chegar.

Coloquei uma gravatinha no Enemy para ele ficar arrumado igual ao papai, deixei-o na cama improvisada que fiz, estou de terno e gravata, todo de social, quero estar bonito para ela.

Eu desci ansioso, tem uma caixinha com nossas alianças no meu bolso, entrei no carro suando frio, eu fiz tantas coisas ruins e nunca fiquei tão nervoso, ok, eu preciso me acalmar.

Coloquei uma música do Bruno Mars para me deixar mais relaxado e sentir o romance se instalando no meu corpo.

Gold jewelry shining so brightStrawberry champagne on iceLucky for you, that's what I like, that's what I likeLucky for you, that's what I like, that's what I likeSex by the fire at nightSilk sheets and diamonds all whiteLucky for you, that's what I like, that's what I likeLucky for you, that's what I like, that's what I like

— Puta merda, é tudo o que eu quero fazer com ela — falei dentro do carro.

Fui para o seu apartamento, entrei no elevador ainda muito nervoso, cliquei no botão para o terceiro andar, minha mão estava tremendo. Saí do elevador e fui andando lentamente pelo seu corredor, sua porta é a última, esse corredor não parecia tão longo antes. Estava de pé na frente da sua porta, minha mão na maçaneta, pronto para girar e entrar, mas fico paralisado quando escuto a voz do Evans.

— Eu quero te dar um beijo agora — escutei sua voz saindo baixo.

Eu não entrei, eu queria continuar escutando. Depois do que ele falou, eles ficaram em silêncio. Eu contei os segundos em que eles não falavam nada, trinta segundos se passaram, eu estava encostado na parede de frente para a porta, com a cabeça de lado encostada na parede, se passaram cinquenta segundos. Minha mão estava coçando. Um minuto e quinze segundos, tempo suficiente para ter rolado um beijo.

— Você precisa sair agora — ela disse.

Escutei eles andando até a porta, vi a maçaneta girar e ela na porta me olhando assustada e surpresa.

— Boa noite — Evans falou, saindo.

Não respondi, meus olhos a fitavam sem parar, ele passou pelo meu lado, ouvi seus passos se distanciando, escutei quando ele entrou no elevador e quando o elevador fechou, então respirei fundo e tomei coragem para perguntar.

— Vocês se beijaram? — Minha voz saiu rouca.

Ela estava olhando para o chão com os braços cruzados.

— Aconteceu — ela falou tão baixo que acho que escutei errado.

— Não entendi, repete — ordenei.

— Aconteceu — ela olhou com seriedade, dentro dos meus olhos.

Apertei com força as caixinhas com as alianças que estavam no meu bolso, quase rasgando a minha calça de tanta raiva. Uma dor estava consumindo a minha alma e uma fúria estava subindo pelos meus pés e indo até a minha cabeça. Parece que o diabo está de volta. Às vezes, o mundo não precisa de um outro herói. Às vezes, o que ele precisa é de um monstro. — Drácula - A história nunca contada.

— Você jogou tudo o que a gente tinha fora em um minuto e quinze segundos? — perguntei, desacreditado.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Preparem os corações.

Amanhã não tem capítulo, não estarei em casa.

Não se esqueça de deixar uma estrelinha para me ajudar.