𝟐𝟏: 𝐏𝐞𝐫𝐟𝐞𝐜𝐭 𝐭𝐫𝐚𝐩

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GABRIELLA HUNTER 

        O carro cortava a estrada de terra, cercado por árvores altas e densas, mergulhando na escuridão da floresta, a única luz emanando dos faróis do Mustang que Kaiden dirigia. Um brilho entre as folhas chamou minha atenção, revelando uma imponente mansão de vidro, reluzindo sob luzes douradas. A piscina vibrante e o jardim exuberante eram a assinatura do requinte dos Volkovs. Ele parou diante de um portão que se ergueu, permitindo a entrada na garagem repleta de carros luxuosos. Saí do carro, os olhos presos na ostentação.

        Kaiden passou por mim, e tocou suavemente no meu queixo, antes de se dirigir a uma porta.

      Ele quer mesmo morrer hoje.

      Observei ele digitando a senha em um painel de controle e a porta se abriu. Esperei por uma galeria de artefatos raros, mas a cena que se desenrolou era de uma sala abarrotada de computadores, onde homens e mulheres digitavam freneticamente, alheios à nossa chegada ou ao cheiro de poeira misturado ao odor de pólvora e sangue que nos acompanhava.

       Encarei Kaiden carregando seu paletó preto com um sorriso arrogante enquanto liderava o caminho. Nós passamos por muitos corredores antes de chegar até uma porta de aço. Ele se dirigiu a um leitor de íris, um dispositivo avançado que parecia um olho metálico. Quando ele pressionou sua visão contra o scanner, uma luz verde piscou, e a porta se abriu com um hiss metálico.

       Descemos por uma escada em espiral, as luzes vermelhas pulsantes criando uma atmosfera opressiva. Quando chegamos a uma ala ampla, a mesa de vidro refletia a luz de maneira hipnotizante, enquanto as paredes estavam adornadas com enormes telas que exibiam dados em tempo real.

       Meu coração acelerava ao me aproximar dos arquivos espalhados, a expectativa de descobrir algo crucial queimando em minhas veias.

        Ergui os olhos e vi Kaiden se aproximando de uma das telas. Ele clicou em uma sequência de quadrados e triângulos, e as imagens das câmeras de segurança começaram a surgir, revelando cada canto sombrio daquela base. Quando a luz refletiu em uma fotografia que eu segurava, vi o sorriso da minha mãe. Deslizei o dedo sobre a imagem, sentindo uma onda de nostalgia e dor.

      — Eu quero respostas. — as palavras saíram com firmeza, enquanto escondia a foto na bolsa. — Agora.

      Kaiden caminhou até outra tela, digitando códigos que concediam acesso à rede obscura. Quando o nome da minha mãe apareceu, meu coração saltou de expectativa. Aproximando-me, parei ao seu lado, sem querer perder um único detalhe.

      — Você se tornou ainda mais impaciente.

      — Eu nunca tive paciência. — disse, vendo vários quadros repletos de palavras preencherem a tela à minha frente. Eles se uniram e formaram um retângulo.

     A tela piscou algumas vezes, e, para meu horror, a foto da minha mãe apareceu em uma lista de assassinos de aluguel. Meu estômago revirou, e a incredulidade tomou conta de mim. Como ela, com sua natureza doce e amorosa, poderia ser vista dessa forma? Apesar de suas frequentes ausências, sempre trazia uma luz ao nosso lar, com risadas e conselhos que abraçavam e aqueciam meu coração.

       — Isso não pode ser verdade! — esbravejei. — Ela nunca faria isso!

       Kaiden permaneceu impassível.

       — Você está certa, — disse ele, um sorriso sarcástico brincando em seus lábios. — Sua mãe não é uma assassina de aluguel como você.

      Ele clicou na tela novamente, e uma nova imagem surgiu. Minha mãe, vestida com uma farda azul que pertencia ao Escritório Federal de Investigação dos Estados Unidos. Ela encarava a câmera com uma determinação e frieza que nunca havia visto. O choque me paralisou.

ᴍɪɴʜᴀ ᴅᴇsᴛʀᴜɪçãᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora