GABRIELLA HUNTER
Brooklyn, Nova Iorque.
quinta-feira, 11:00 PM.Caminhei pela multidão vibrante e tumultuada que preenchia as ruas do Brooklyn naquela quarta noite de corrida, a semifinal da competição clandestina. O cenário era um labirinto de luzes neon e carros modificados, onde o cheiro de gasolina misturado com o som dos motores rugindo criava uma atmosfera elétrica e carregada de tensão. A multidão estava animada, cada pessoa ali esperando ansiosamente o próximo evento, os rostos iluminados pela luz bruxuleante dos postes e pelas faíscas de entusiasmo.
A corrida, conhecida como "Tiro no Escuro", tinha um charme especial: os competidores só descobriam seus adversários no dia da prova. Os inscritos precisavam superar a corredora escolhida pela organização, o que adicionava um elemento de surpresa e desafio. O evento atraía a elite da sociedade, que investia pesado para assistir a uma competição de alto nível. E, sem dúvida, saíam satisfeitos com o espetáculo.
Daia, com seu sorriso contagiante, se aproximou de mim através da massa de espectadores. Ela me entregou um pirulito com um gesto casual, uma forma peculiar de desejar "boa sorte". Desembrulhei o doce e levei à boca, o sabor artificial de morango contrastando com o frenesi ao meu redor.
Entrei no carro fornecido pela organizadora, o volante frio nas minhas mãos, sua textura um lembrete tangível da competição que estava prestes a enfrentar. Precisava vencer essa corrida para garantir meu lugar na final; ganhar o prêmio significava conquistar a liberdade que tanto almejava.
Apertei o volante com determinação, os olhos fixos no lado da pista, na expectativa de ver quem seria o meu próximo adversário.
Quando a visão se ajustou, meus olhos se arregalaram ao reconhecer a figura familiar.
— O que faz aqui, vadia? — perguntou, surpreso.
— Eu é que deveria perguntar isso, Caleb — respondi depois de tirar o pirulito da boca. — E obrigado, pelo elogio, prefiro ser uma vadia do que um vagabundo como você que vive encostado na namorada milionária.
O rosto dele se contorceu de raiva enquanto um sorriso vitorioso se formava em meus lábios.
— Espero que esteja pronta para perder. — ele rosnou, acelerando e lançando-me um olhar mortal.
Era evidente que a família dele enfrentava graves problemas financeiros. A gravidade da situação parecia tão extrema que ele estava disposto a se arriscar em corridas ilegais, uma decisão que falava volumes sobre seu desespero. O rugido dos motores e os gritos da multidão ao fundo se tornaram insignificantes diante da tensão crescente entre nós.
— Perder não é uma opção para mim. — respondi, pressionando ainda mais o acelerador.
— Talvez você devesse reconsiderar suas opções — ele respondeu com desdém. — Acha que uma mulher pode me vencer?
Sorria com confiança.
— Se você realmente pensa assim, por que não me dá um minuto de vantagem? — levantei as sobrancelhas desafiadora. — Acha que isso realmente faria a diferença?
— Vou te dar um minuto, então.
Vi a mulher posicionar-se diante de nós e levantar a bandeira. Quando ela a abaixou completamente, lancei um último sorriso para ele e pisei no acelerador. O carro disparou pela pista. Sessenta segundos podem parecer pouco tempo para alguns, mas eu sabia que esse intervalo poderia fazer toda a diferença. Em um piscar de olhos, uma vida pode ser transformada e dois quilômetros podem ser percorridos, o que me dava uma vantagem considerável.
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ᴍɪɴʜᴀ ᴅᴇsᴛʀᴜɪçãᴏ
De TodoEu pensava que já tinha enfrentado demônios suficientes, mas ao encarar Kaiden Volkov, percebi que tudo o que vivi era apenas o começo do verdadeiro inferno. Ele transformou minha vida em um caos ardente, mostrando as várias facetas do diabo. Cada d...