𝟏𝟏: 𝐅𝐮𝐠𝐚 - 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞 𝟐

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KAIDEN VOLKOV

    Depois do espetáculo que Gabriella me ofereceu, deixei-a sozinha no quarto destruído, e me dirigi ao escritório. A personalidade dela é como uma maldição, não é boa, mas continuo atraindo insistentemente, porque o perigo é mais excitante que os dias tranquilos que minha posição me ocasiona. Inicialmente eu a via como uma boneca de porcelana, que existia apenas para enfeitar, que facilmente poderia ser controlada. Mas estava completamente enganado. Conforme os dias foram passando a porcelana se rachou diante de sua verdadeira natureza. Ela era como uma fagulha de fogo que poderia causar um incêndio e devastar tudo que eu mais prezo. A honra da minha família. 

     Eu devo pisotear seu orgulho e sua força a todo custo, preciso mantê-la sobre controle, antes que meu pai decida que sua inutilidade se sobressai a sua usabilidade.

     Se fosse algumas semanas atrás eu não me importaria que ele a matasse acidentalmente — eu mesmo poderia fazer isso. Mas algo cresceu dentro de mim, algo escuro e frio, eu queria tê-la para mim, com todas as minhas forças, e teria, mesmo que precisasse atropelar o plano que tracei durante anos. Eu sabia que só poderia ter um dos dois, minha vingança perfeita ou Gabriella Hunter.

     Sentei-me na cadeira atrás da mesa, e peguei um dossiê da família Hunter. Folheei as últimas folhas vendo o nome do antigo namorado dela, deslizei o dedo sobre o nome "Trevor Bolton", passei os olhos pelas informações dele. Segurei uma foto deles se beijando no carro dele, senti uma fúria incontrolável percorrendo minhas veias, devolvi a pasta e fechei-a jogando-a sobre a mesa.

     Ela era minha. Desde o momento que coloquei os olhos dela eu sabia que ela pertencia a mim. A necessidade de destruir qualquer ameaça ao que é meu martelava em meus pensamentos. Se alguém ousa tocar no que é meu, deve pagar o preço.

     Me levantei a abri a gaveta, admirando a máscara demoníaca de metal, apanhei-a juntamente da minha adaga. Coloquei a lâmina reluzente na bainha e escondi no cós da calça. Deixei o escritório, e encontrei a fila de funcionários no corredor, que havia ordenado antes de ir confrontar Gabriella.

    — Preparem outro quarto para minha irmã dormir, e aumentem a segurança. Se ela deixar este lugar, amanhã outras pessoas vão limpar o chão sujo com o sangue de vocês. — disse eu, ameaçador. — E deem algo para ela comer.

      Estava odiando chamá-la assim, preferia usar o termo minha mulher, mas inevitavelmente nos tornaremos irmãos. Porém, depois qje tudo acabar posso tomá-la como esposa, afinal, é comum em nossa família casar-se entre si para evitar traidores de sangue sujo entre nós.

   — Entenderam?

    — Sim, mestre! — disseram em uníssono, e passei por eles me dirigindo ao elevador.

    Toda vez que faço uma festa, me questionam o motivo de ter um elevador em casa, eu costumo dizer que é pela praticidade, mas a verdade é que costumo matar pessoas no meu escritório, e é ruim carregá-los escada abaixo. A última vez que matei alguém fiz isso no andar de baixo para que Gabriella não ouvisse e nem visse, mas nada saiu como planejado porque ela é teimosa e curiosa.

      Eu devia ter matado ela no momento que a vi nas gravações das câmeras de segurança, já que as ordens do meu pai são eliminar as testemunhas fora de contrato. Mas hesitei, tenho hesitado perto dela. E isso está me enlouquecendo.

Salem, Massachussetts.
Sábado, 11:15 PM.

      Ajeitei a jaqueta de couro preta nos meu corpo, deslizei as luvas pretas na minha mão e peguei a máscara no banco do carona, colocando em meu rosto, e sentindo um prazer descomunal tomar conta dos meus sentidos, o meu metal frio contra meu rosto e a respiração abafada, era um lembrete de que quando terminasse o que vim fazer estarei em chamas, pela adrenalina e o prazer de ver o sofrimento alheio.

ᴍɪɴʜᴀ ᴅᴇsᴛʀᴜɪçãᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora