GABRIELLA HUNTER
Clube Oito Estrelas
Sábado, 09:13 AM.
— Que você não tem serventia. — sussurrou sem nenhuma emoção. — Talvez na cama. Mas apenas isso.
Eu não conseguia acreditar no que acabei de ouvir. As palavras dele eram como balas que atingiram minha confiança perfurando-a e destruindo-a. Meu rosto ardia, não apenas pela raiva, mas pela humilhação que senti. Eu queria gritar, chorar, mas fiz ainda melhor: dei-lhe um tapa certeiro cujo som ecoou pela sala. A palma da minha mão estava vermelha e ardia intensamente. Coloquei toda minha força nesse golpe.
Dei um passo para trás vendo seu olhar mortal. Ele segurou minha nuca e me puxou para perto, meu coração disparou. O medo e a raiva se misturavam dentro de mim, causando uma avalanche de emoções que eu mal conseguia processar. Seus olhos, cheios de fúria, me encaravam, e eu sabia que ele poderia acabar comigo ali se quisesse. Não havia nada, e nem ninguém que pudesse impedi-lo. Mas eu não quis mostrar fraqueza. Não para ele.
A testa dele estava contra a minha, seus olhos nos meus. Senti seu corpo pressionar o meu, sua respiração contra minha pele. Meus pelos se ergueram quando uma corrente elétrica percorreu meu corpo, fazendo-me estremecer em meus braços, como se cada parte de mim estivesse reagindo a ele.
Ele aproximou seus lábios de meu ouvido.
— Fraca. — mordeu o lóbulo da minha orelha, deixando junto com sua saliva, uma amostra de calor. — Nunca vai ser capaz de me ferir assim.
Respirei fundo, estufando o peito e levantando a cabeça orgulhosamente.
— Então posso te bater de novo? — perguntei, com uma ousadia que nem eu sabia que tinha. Ele mordeu os lábios, como se quisesse conter algo. Uma risada.
— Se fizer isso, vou te devolver dez vezes mais forte, e não vai ser no rosto. — prometeu-me, enquanto sua voz carregada de maldade inundava meus ouvidos.
Ele se afastou de mim, e saiu da sala, deixando-me sozinha enquanto meu peito subia e descia tentando regular minha respiração. Minhas mãos tremiam levemente, e eu podia sentir o suor frio escorrendo pela minha nuca. O silêncio que se seguiu foi entorpecedor, cada segundo que se passava parecia uma gota de calmante se espalhando pelo meu sistema.
Olhei ao redor da sala, tentando encontrar algo que me distraísse daquele estado desgastado em que eu me encontrava. As paredes pareciam se fechar ao meu redor, e a sensação de vulnerabilidade era esmagadora. Mas, ao mesmo tempo, uma chama de determinação começou a arder dentro de mim.
Eu sabia que não podia deixar aquilo assim. Precisava encontrar uma maneira de enfrentar aquela situação, de mostrar que não seria intimidada. Com um último suspiro profundo, endireitei os ombros e abri a porta, pronta para o que viesse a seguir.
E veio um tombo, de repente, bate contra algo e perdi o equilíbrio e caí por cima de algo macio. Apoiei minhas mãos e ergui meu rosto, encarando a pessoa por baixo de mim. Cabelos castanhos bagunçados, óculos de armação simples desajustados e uma careta engraçada.
— Jacob? — pareceu mais uma pergunta, do que um cumprimento. Não tinha certeza se esse era mesmo o nome dele.
— Oi para você também, estranha. — Ele ajeitou os óculos com um gesto rápido.
— Me chamo Gabriella. Desculpe pela apresentação tardia. — Sorri, tentando ser simpática.
Ele retribuiu o sorriso, revelando uma covinha charmosa no queixo.
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ᴍɪɴʜᴀ ᴅᴇsᴛʀᴜɪçãᴏ
DiversosEu pensava que já tinha enfrentado demônios suficientes, mas ao encarar Kaiden Volkov, percebi que tudo o que vivi era apenas o começo do verdadeiro inferno. Ele transformou minha vida em um caos ardente, mostrando as várias facetas do diabo. Cada d...