𝟒𝟎: 𝐏𝐫𝐞𝐭𝐨

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     Catedral Patrick, NY

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     Catedral Patrick, NY. 
     Horas depois...

        Eu achava que destruir Kaiden Volkov seria o fim da minha dor, mas estava errada. No momento em que o vi ajoelhado aos meus pés, suplicando, percebi que a destruição dele também era a minha. Porque mesmo quando ele estava no chão, despedaçado, eu ainda o desejava. Ainda precisava dele.

      Kaiden me quebrou em mil pedaços, mas ao seu lado, encontrei formas de me reconstruir. Não como a garota que fui, mas como alguém que compreendeu que o amor e o ódio podem coexistir, alimentando-se um do outro até que sejam inseparáveis. Ele transformou meu caos em força, e eu transformei a sua crueldade em algo mais. Algo que ninguém mais entenderia.

     Quando ele desapareceu uma hora antes do casamento, não senti medo de ser abandonada como outras noivas sentiriam. Sabia que Kaiden não era o tipo de homem que fugiria. Não. Ele foi arrancado de mim. E como alguém que foi ao inferno para buscar o que queria, fui atrás dele. Eu o trouxe de volta, destruindo qualquer obstáculo no caminho.

      Agora, ao vê-lo diante de mim, com aquele olho azul marejado sobre mim, sei que somos perfeitos em nossa imperfeição. Ele é meu. Sempre será meu. Kaiden Volkov pode ter me feito viver, então ficará ao meu lado até eu parar de respirar. E se um dia ele pensar em partir, prometo a ele o mesmo inferno que um dia prometi destruir.

       A igreja estava silenciosa, quase solene. Meus olhos percorriam o altar, observando cada detalhe daquele momento que parecia tão irreal. Meu vestido preto, vasto e pesado, espalhando-se pelo chão como uma sombra. Kaiden estava ao meu lado, imponente em seu terno negro, o olhar dele queimando como uma promessa que nunca seria quebrada.

       Havia poucas pessoas ali. Minha mãe chorava baixinho no banco da frente, sendo consolada pelo General Montgomery. Ela apertava um lenço com tanta força que parecia que aquilo era o único fio que a mantinha no controle. Montgomery lançou um sorriso fraco para mim, e retribui. No fim das contas ele era um antigo amigo da minha mãe.

      Os padrinhos e madrinhas adicionavam suas peculiaridades ao ambiente. Caim, surpreendentemente em um smoking azul, parecia deslocado, desconfortável. Desmond estava relaxado como sempre, ao lado de uma jovem que ele e Caim apresentaram como "nossa mulher". Um trisal. Claro que seria algo assim. Já Kaito e Vênus, perfeitos como sempre, combinavam em tons de vinho. 

      Então ouvi o som de pequenas patas. Meu coração deu um salto, e não consegui segurar o sorriso ao ver Killer, entrar pelo corredor com um smoking que quase roubou a cena. Ele carregava a caixinha de alianças nas costas, e a visão foi suficiente para me fazer rir baixinho.

      Kaiden pegou a caixinha das costas do cachorro, os dedos firmes, e olhou para mim com uma intensidade que parecia capaz de me despir ali mesmo.

     Quando o padre pediu os votos, ele segurou minha mão.

      — Gabriella, desde o momento em que coloquei os olhos em você, soube que estava condenado. Condenado a te amar, a te proteger, a viver por você. E, se necessário, a morrer por você. Não importa quantas vezes você tente me matar... e sabemos que foram algumas, — sempre vou te amar. Porque você é meu lar, minha loucura e minha redenção. E, mesmo que o mundo inteiro tente nos separar, saiba disso: não importa onde você esteja, eu sempre vou te encontrar. Sempre.

ᴍɪɴʜᴀ ᴅᴇsᴛʀᴜɪçãᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora