𝟏𝟎: 𝐅𝐮𝐠𝐚 - 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞 𝟏

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GABRIELLA HUNTER

Residência de Kaiden Volkov
10:21 PM. 

      Estava encolhida na cama, sentindo o tecido macio do cobertor contra minha pele, enquanto observava meu meio-irmão se trocando diante de mim. Meus olhos percorreram suas costas, admirando a tatuagem de lobo que cobria toda a sua pele. As garras envolviam seus ombros, criando um contraste intrigante com sua aparência angelical — apenas a aparência, ele era o diabo.
 
     Era difícil acreditar que alguém tão sofisticado como ele tinha uma tatuagem tão selvagem, mas fazia sentido, considerando que ele sempre usava camisa sociais que cobriam seus braços e costas. Mesmo quando optava por usar uma roupa menos formal para ir ao clube, eram sempre de manga longa e gola alta, como se ele quisesse esconder.

     — Vai acabar abrindo um buraco no meu corpo se continuar me encarando assim. —  disse Kayden, subindo a camisa e tirando de vista suas costas malhadas.

      — Eu não acharia ruim. Quem sabe assim você morre e me deixa em paz. — digo, revirando os olhos.

     Ele me repreendeu um olhar voraz e disse:

    — Não faça isso.

    — Não estou fazendo nada. — retruquei, franzindo a testa.

     —  Está revirando os olhos para mim. Se fizer isso de novo vou te dar motivos para fazer isso.

    Eu sorri de lado, provocando-o, e revirei os olhos mais uma vez. Nossos olhares se encontraram no espelho, e ele parou de ajeitar a gravata, a puxando violentamente. Ele se virou para mim, e eu rapidamente me levantei, ficando em pé sobre a cama. Uma risada nervosa escapou dos meus lábios enquanto o pânico começava a se espalhar pelo meu corpo.

     — Eu estava só brincando — disse, tentando manter a calma enquanto me afastava da borda.

    Ele ficou parado me olhado de cima a baixo, seus olhos estavam em mim com uma intensidade que fez meu coração acelerar. Em um único gesto agarrou meu calcanhar e me derrubou na cama, puxando-me para si com uma força inesperada. Deslizei pela superfície da cama, e quando me dei conta ele estava entre minhas pernas, com o rosto a pouco centímetros do meu.

     Virei o rosto, tentando desesperadamente não cometer outro erro. Beijar ele foi apenas um dos vários erros que já cometi na vida.

     A mão dele deslizou suavemente pelo meu ombro, fazendo a alça do meu baby-doll escorregar e cair de lado. Meu peito subia e descia rapidamente, cada respiração carregada de ansiedade que parecia pinicar minha pele. Eu não sabia o que ele estava pensando, o que ele iria fazer a seguir.

    O que ele quer de mim? Por que está fazendo tudo isso?

     De repente, um grito escapou do fundo da minha garganta quando senti os dentes dele perfurarem a pele sensível do meu ombro. A dor era aguda e intensa, irradiando por todo o meu corpo. Tentei empurrá-lo, mas ele apenas mordeu mais forte, aprofundando a mordida. O gosto metálico do sangue encheu minha boca enquanto eu lutava para me libertar, o som abafado dos meus gritos ecoando no quarto silencioso.

     — Isso dói! — gritei, sentindo a mordida arder na pele.

    Ele aliviou a pressão, mas sua língua deslizou lentamente pelo local marcado, provocando um arrepio.

     — Você tem sorte de eu ter um compromisso, ou não ficaria apenas nisso. — Ele se levantou, ajeitando-se com calma.

     Olhei para ele, furiosa, e joguei um travesseiro nele com força.

ᴍɪɴʜᴀ ᴅᴇsᴛʀᴜɪçãᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora