TRINTA E SEIS.

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Senti minha boca seca, minha cabeça latejar e meu braço doer, além de um silêncio terrível e um cheiro que conhecia bem, mesmo estando em outro continente

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Senti minha boca seca, minha cabeça latejar e meu braço doer, além de um silêncio terrível e um cheiro que conhecia bem, mesmo estando em outro continente.

Abri os olhos aos poucos, confirmando minhas suspeitas ao me deparar com um quarto de hospital. Passei os olhos por todo cenário, percebendo que já estava de noite, me analisando e vendo que estava com uma tipoia, cheia de filhos de aparelhos pelo corpo, alem do acesso no braço e Jude, dormindo todo torto na cadeira de acompanhante do meu lado, com uma cobertinha que não cobria metade do seu corpo.

O que rolou???

Não faço a minima ideia, só sei que estava com uma sede que parecia que tinha andando de Copacabana a Barra da Tijuca em um sol de cinquenta graus. Me mexi, na intenção de pegar o copo de agua ao lado de cama, mas senti fisgadas em cada parte do meu corpo.

- Ai! - Sussurrei, colocando a mão no ombro e respirando fundo, voltando a posição que estava. Jude abriu os olhos aos poucos, os arregalando assim que me viu.

- Ei... - Se aproximou com cuidado, acariciando meu cabelo. - Oi, meu amor. Por Deus, que bom que está bem.

- Oi, pretinho. - Sorri, tossindo, já que minha garganta estava tão seca quanto. Ele pareceu entender, pegando o copo de água e dando na minha boca com cuidado. - Obrigada. - Soltei, bem melhor.

- Ta tudo bem? Está sentindo dor em algum lugar?

- Sendo sincera? Em tudo, mas nada absurdo. Mas estou sentindo como se tivesse perdido o episódio final da temporada da série e começado a próxima sem entender nada. O que rolou? Como vim parar aqui?

- Você sofreu um acidente enquanto voltava pra casa, pretinha. Chegou aqui em Madrid, pegou o taxi e ele acabou bat... Na verdade, estou fazendo o protocolo totalmente errado, devia chamar o médico, não ficar de falação na sua cabeça. - Disse, afobado, me fazendo segurar o riso, vendo ele apertar o botão ao lado da cama, voltando a me observar, respirando fundo. - Que alívio ver você acordando. Estava tão preocupado...

- Eu estou bem, amor. - Segurei sua mão, a beijando. - Estou, né? - Ele riu fraco.

- Está... O médico vai poder falar melhor, mas... Não foi nada grave. - Acariciou meu rosto.

- Menos mal. Uma hora dei uma despertada e vi você chorando alto aqui do lado da cama, achei que tivesse partido dessa pra uma melhor. - Brinquei e ele gargalhou, mas segurou depois.

- Para de me fazer rir, Cecilia. - Soltou, risonho. - Você está claramente mentindo, porque chorei, mas foi baixo. - Foi a minha vez de rir, fazendo uma carinha de dor. - Fiquei desesperado ao ouvir o barulho do telefone, vim chorando lá de casa.

- Como se tivesse recebido a pior das notícias.

- Até me debrucei na cama ao te ver. - Brincou e eu não aguentei, rindo de novo. - Desculpa, vou te deixar quietinha até alguém chegar. - Beijou minha mão.

SPECIAL II • JUDE BELLINGHAM Onde histórias criam vida. Descubra agora