QUARENTA E UM.

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Olhei pra janela, dando um sorrisinho e sentindo um frio na espinha de novo, sensação que me acompanhava desde que saí do consultório. 

Eu me iludi. Me iludi achando que ia demorar pra aceitar, que ia demorar pra cair a ficha, mas foi só ouvir o coraçãozinho que derreti igual uma manteiga.

Foi uma sensação diferente, que não consigo descrever. Uma felicidade, misturada com susto de ter outro coração batendo dentro de mim.

Mas passado a emoção, o medo voltou a tomar conta. A primeira parte já foi. Ele está bem e só isso importa, mas a partir de agora vem tanta coisa que to com vontade de dar um gritão aqui da janela de casa mesmo.

- Que susto, mulher. - Soltei assim que Tina pulou no meu colo, toda se querendo, me fazendo rir, acariciando sua cabeça. Ela deitou no meu colo igual uma bolotinha, se esfregando na minha barriga e eu semicerrei os olhos. - Você ta desconfiandoque eu to prenha, né? - Ela miou. - Ta sim, mentirosa. Nunca ficou grudada comigo, só quer saber daquele lá, e desde que eu cheguei tá nesse grude do nada? Te conheço, garotinha. - Fiz mais carinho nela, que fechou os olhinhos.

- O almoço daquele lá está uma delicia hoje, modéstia parte. - Jude soltou, fazendo eu me assustar de novo, rindo mas derretendo assim que vi ele entrar com mais uma bandeja de comida. Vivia assim há três dias e apesar de odiar não poder fazer algumas coisas sozinha, essa parte não tinha do que reclamar.

Peguei o celular e tirei foto dele, que riu, colocando a bandeja na minha frente. Tina correu atrás dele assim que ele saiu do quarto e eu revirei os olhos, rindo. Falsa. 

Fui tirando as coisas da bandeja, montando uma mesinha pra gente ali pertinho do vidro e logo ele voltou com dois copões de suco.

- Boa dupla. - Ele deixou os sucos na mesa e fizemos um toque com a mão boa. - Trio. - Corrigiu e deu um beijo rápido na minha barriga, sentando na frente dele pouco depois, começando a comer.

- Aquele lá realmente arrasou. - Soltei e fizemos um toque de novo. - Não tá aprendendo a cozinhar só pra jogar na cara do Jobe não, né? 

- Estou. - Gargalhei. - E como você é minha paciente daqui pra frente, também vai ser minha cobaia. 

- Obrigada, meu pretinho. - Selei nossos lábios. - Se continuar assim, vai ser uma honra ser.

- Eu não sabendo lidar com a pressão de alimentar a mulher mais bonita do mundo e fazendo a pior comida que você já comeu amanhã. - Gargalhei.

- E eu vou comer mesmo assim. Depois da comida do Cama nas férias, nada mais me abala.

- Meu Deus, aquilo ali de fato foi a pior coisa que já provei. Ruim com força. - Ri, concordando, enquanto ele me observava. - Eu também to pensando dez coisas por segundo. - Soltou, percebendo que eu estava falando menos que o costume.

SPECIAL II • JUDE BELLINGHAM Onde histórias criam vida. Descubra agora