TRINTA E OITO.

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Eu estava arrasada

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Eu estava arrasada.

Na real, de ontem pra hoje, eu tinha recebido uma enchurrada de informações, mas nenhuma tinha me abalado mais do que saber que teria que passar um bom tempo sem fazer minhas próprias tranças.

A mulher negra, depois que aprende a fazer seu próprio cabelo, não confia em mais ninguém. E eles me tiram meu principal talento? Não, peraí...

Brincadeiras a parte, eu de fato estava ZONZA com a chave que tinha virado na minha vida de um dia pro outro. Ontem, nesse mesmo horário, estava com medo e entrar em mais um avião duvidoso que Ana tinha fretado e hoje, meu medo era saber que estava gerando uma vida dentro de mim.

Se eu falasse que "aaai nossa, como aconteceu???" enquanto me faço de coitada, seria mentira. Mas falar que quando recebi a notícia, fiquei feliz, também seria.

E no momento eu só estava... Assustada. Com tudo. Com gerar ALGUÉM dentro de mim. Em como as pessoas iam reagir. Como ficaria minha carreira. Com...Tudo.

A Maju tinha passado a manhã comigo e eu segui quietinha, guardando só pra mim. E assim faria até me sentir confortável com a situação. Porque confesso que pra mim, tinha a estranha sensação que entrou por um ouvido, saiu pelo outro e a vida ia seguir normal como se nada.

Levantei minha regata com a mão boa e observei minha barriga, vendo ela do jeitinho que sempre foi. O bofinho ou a moninha simplesmente escondido??

Ouvi a porta do quarto abrir e abaixei rapidamente, abrindo a do banheiro aos poucos, vendo o Jude sentado na cama, me esperando, me olhando assim que ouviu o barulho.

- Oi... - Falamos juntos, observando um ao outro.

Ele levantou, se aproximando e me abraçando com cuidado, beijando minha testa.

- Como está se sentindo?

- Dolorida, mas bem. Muito difícil lesão de jogador. - Mexi um pouco o ombro e ele riu.

- Acabaram de te liberar. Vamos pra casa.

- Finalmente. - Soltei, como se tivesse passado dias aqui, sendo que foi literalmente uma noite. Conviver com um homem dramático está oficialmente me afetando.

Realidade: Eu sendo tão dramática quanto ele desde sempre.

- Você ta sentindo alguma dor pra andar? Quer ajuda?

- Quero. - Fiz corpo mole pra ele me carregar e o garoto não veio? Mas me olhou com cara de tédio assim que eu gargalhei. - Você é um fofo!

- Eu vou te bloquear já já, Cecilia.

- Duvido. - Ele riu, revirando os olhos, pegando a sacola com as minhas coisas, esperamos o médico voltar pra passar todas as recomendações e estava oficialmente liberada.

Apesar do clima leve que estava no quarto, fomos o caminho pra casa todo em silêncio, ao contrário da nossa cabeça, que tenho certeza que a dele estava tão bagunçada quanto a minha.

SPECIAL II • JUDE BELLINGHAM Onde histórias criam vida. Descubra agora