NOVE.

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As coisas não melhoraram

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As coisas não melhoraram. Em nenhuma das nacionalidades.

Do lado da seleção brasileira, eles perderam para o Uruguai, novamente nos pênaltis. Maju e Vini foram pro Brasil organizar o leilão e a festa dele, que estava completando o terceiro e último dia hoje.

E sinceramente, no intervalo de alguns jogos desejei estar lá, pelo menos não teríamos entregado uma sequência de futebol horroroso em campo.

Mas a sorte estava do nosso lado e por causa dela, estávamos na final.

Apesar do meu pessimismo durante toda a nossa temporada, hoje acordei confiante e foi bom demais ver que não estava sozinho, todos estavam com uma energia diferente.

Falamos palavras de carinho um pro outro e antes de entrarmos, cada um discursou um pouco, nos incentivando a conquistar essa taça.

E isso, fez com que a derrota fosse ainda mais amarga.

O primeiro tempo foi morno de ambos os lados, com poucas finalizações, pouco ataque, pouca criatividade.

Porém, o segundo já começou com gol deles, fazendo com que a Espanha ficasse com a posse do jogo. Pouco depois, Palmer salvou a gente, dando uma esperança de virada ou talvez levar nos pênaltis, mas não teve jeito.

Um 2x1 amargo e dolorido.

Dessa vez, minha família estava em peso. Meus pais, minhas tias, os pais e a irmã da Ella e porra, quando o juiz apitou, não conseguia nem olhar na direção deles. Nem da torcida num geral.

Era uma sensação sufocante e pela primeira vez, estourei de raiva e tristeza, chutando a caixa de água e sentando no banco frustrado.

Depois respirei fundo, vendo todos em campo, tão desolados quanto eu. Fui abraçando um por um, soltando leves palavras de força que servia tanto pra eles, quanto pra mim, vendo o campo ficar cada vez mais cheio.

Nossos familiares não podiam descer completamente, a prioridade era do time vencedor, então me aproximei na grade da arquibancada, vendo que minha mãe tinha sido a escolhida pra falar comigo, me recebendo com um abraço apertado.

- Ta tudo bem. Fizemos o que deu. - Tava mentindo na cara de pau e ela sabia, me repreendendo com o olhar por isso.

- Realmente está tudo bem. Você foi ótimo, sabe que essas coisas acontecem, nem sempre vamos vencer, certo? - Assenti, sentindo meu rosto arder e derramando algumas lágrimas, que ela tratou de secar. - Estamos muito orgulhosos de você. - Dei um sorrisinho, a abraçando de novo.

Tínhamos reservado um restaurante pra comemorar após o jogo, mas eu estava sem clima nenhum.

- Eu... Não vou com vocês, tá? Estou sem clima. Mas não deixem de ir, é nossa última noite aqui, apresenta a cidade pra eles. - Dei um sorrisinho pra ela.

- Tem certeza, meu amor? Não vai ser bom pra distrair?

- Vocês são bons demais nisso, mas dessa vez, realmente não vou me sentir bem. Talvez deixe o clima até pesada com minha cara de cu. Mas sério, não deixem de ir por isso. Eu estou bem, só preciso... Assimilar tudo o que aconteceu.

SPECIAL II • JUDE BELLINGHAM Onde histórias criam vida. Descubra agora