28-2. Lily

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- Eu gostei. Foi diferente do que eu imaginava.

- Diferente como?

- Achei que todos os chefs eram babacas e gritavam com os funcionários.

Ele ri.

- Não tem nenhum babaca nesta cozinha. Sinto decepcioná-la Ele descruza minhas pernas para se posicionar entre elas. - Adivinha só.

- O que foi?

- Josh vai dormir na casa do Theo hoje.

Não consigo deixar de sorrir.

- Que coincidência maravilhosa.

Os olhos de Atlas me observam, depois ele apoia a cabeça na minha, encostando delicadamente os lábios na minha orelha.

- Na sua casa ou na minha?

- Na sua. Quero me deitar numa cama que tenha o seu cheiro.

Atlas mordisca minha orelha, me causando um calafrio na espinha. Depois segura minhas mãos e me ajuda a descer da bancada. Ele desvia a atenção para alguém que está passando:

- Ei, você pode assumir a finalização dos pratos?

O cara responde:

- Pode deixar.

Atlas olha de novo para mim e diz:

- Te encontro lá em casa.

Tinha dado uma passada no meu apartamento para arrumar uma bolsa antes de ir ao restaurante dele, caso isso fosse acontecer. Assim, chego à casa dele primeiro. Aproveito enquanto espero Atlas no meu carro para falar com Allysa.

- Ela dormiu direitinho?

Dormiu. E sua noite, tudo bem?

Tudo.;)

Divirta-se. Vou querer o relatório completo.

Os faróis do carro de Atlas iluminam o meu quando ele chega à entrada da casa. Ainda estou pegando minhas coisas quando ele abre minha porta. Assim que saio do carro, Atlas põe uma mão impaciente no meu cabelo e me beija. É o tipo de beijo que grita que saudade de te beijar.

Ao se afastar, ele estuda meu rosto com um sorriso meigo.

- Gostei de te ver me observando na cozinha esta noite.

Sinto um calafrio no corpo todo.

- E eu gostei de te observar.

Não consigo dizer isso sem sorrir. Pego minha bolsa no banco do carona, e Atlas a tira das minhas mãos, pendurando-a no ombro. Acompanho-o pela garagem. Ainda tem caixas de mudança empilhadas em uma parede e um banco de musculação desmontado no chão, ao lado das caixas vazias. Há dois cestos de roupa suja na frente de uma máquina de lavar e secar.

É reconfortante ver um pouco de bagunça na sua garagem. Estava começando a achar que ele era bom demais para ser verdade, mas Atlas Corrigan tem coisas na vida para resolver e roupa acumulada para lavar como todos nós.

Ele destranca a casa e segura a porta para mim. É menor do que sua casa anterior, mas é mais a cara dele. E não é uma casa de tijolos banal, numa fileira de residências de aparência semelhante. As casas desta vizinhança têm personalidade. Cada uma delas é bastante diferente das outras, indo de uma casa rosa de dois andares na esquina a uma construção moderna, quadrada e envidraçada na outra extremidade da rua.

A casa de Atlas é de estilo bangalô e se situa entre duas residências maiores. Quando estive aqui da última vez, percebi que, por algum motivo, o quintal dele era o maior dos três. Tem espaço de sobra para uma horta no futuro...

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