28-3. Lily

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do beijo. Atlas agarra a parte interna da minha coxa e afasta minha perna para o lado para ter espaço.

Depois ele está em cima de mim, dentro de mim, e se movendo contra mim até eu explodir ao seu redor.

Atlas está deitado na cama, e estou aconchegada nele, com a perna por cima da sua coxa. São esses momentos que mais gosto de compartilhar com ele. Os minutos quietos que conseguimos roubar do caos das nossas vidas, quando estamos apenas nós dois, saciados e contentes. Minha cabeça está apoiada em seu peito, e seus dedos sobem e descem pelos meus braços.

Ele me beija o topo da cabeça e diz:

- Faz quanto tempo que a gente se encontrou na rua?

- Quarenta dias - digo. - Sim, eu estou contando.

Ele murmura, como se isso o surpreendesse.

- Por quê? Parece mais tempo?

Não. Só queria saber se você também estava contando. Dou uma risada e pressiono os lábios em sua pele, bem em cima do seu coração.

- Como foram as coisas na festa hoje? - pergunta ele. Sei o que ele está perguntando sem que seja necessário dizer. Ele quer saber como Ryle me tratou.

- A festa foi boa. Conversei com Ryle durante uns cinco segundos.

- Ele foi grosseiro?

- Não. A gente ficou longe um do outro a maior parte do tempo.

Atlas passa os dedos no meu cabelo, no meio das mechas, deixando-as cair nas minhas costas. Ele pega outra mecha e repete o movimento.

- Já é um progresso. Tomara que as coisas fiquem mais fáceis daqui pra frente.

- Tomara. - Eu realmente espero que as coisas entre Ryle e eu continuem ficando mais fáceis, mas não vou mais deixar suas reações controlarem minha felicidade. Estou com Atlas pra valer, e quero estar presente nessa parte da minha vida. Se isso deixa Ryle magoado ou chateado, ele que carregue o fardo dos próprios sentimentos. - Talvez eu peça para Allysa participar de uma conversa minha com Ryle esta semana. Quero discutir o que aconteceu e o que fazer a partir de agora, mas sem estar sozinha com ele.

- É uma boa ideia.

Talvez minhas interações com Ryle nunca ultrapassem a mera civilidade. Mas civilidade eu aceito. O que não aceito são os insultos, as mensagens ameaçadoras, as explosões. Ele precisa melhorar muito, e finalmente estou disposta a repreendê-lo de verdade.

Eu já deveria ter agido com mais firmeza, mas tenho tentado lidar com a situação da forma menos dramática possível. Porém, cansei de adaptar minha própria vida por causa de Ryle.

Sou leal às pessoas que me trazem coisas boas. Sou leal às pessoas que querem me apoiar e me ver feliz. E é em função delas que vou tomar as minhas decisões.

Vou continuar dando o meu melhor, e isso é tudo o que posso fazer. Talvez eu não tenha tomado todas as decisões certas nos momentos certos, mas vou continuar me concentrando no fato de que ao menos tive coragem para tomá-las.

Atlas toca meu queixo e inclina minha cabeça para que eu o encare. Sua expressão é de quem está exatamente onde quer estar.

- Você não faz ideia do quanto gostei disso - revela. Ele me puxa para perto, erguendo-me sobre seu peito até nossos olhos ficarem na mesma altura. Ele acaricia a lateral da minha cabeça. - Queria que você ficasse assim na minha cama todas as noites. Quero tomar banho com você e cozinhar com você e ver televisão com você e ir ao mercado com você. Eu quero tudo com você. Detesto que tenhamos que fingir que ainda não sabemos que vamos passar o resto da vida juntos.

É impressionante a rapidez com que o coração consegue dobrar de velocidade. Deslizo meus dedos em seus lábios.

- Não estamos fingindo. Vamos mesmo passar o resto da vida juntos.

- Quanto tempo precisamos esperar antes de começar?

- Pelo jeito, já começamos - observo.

- Quanto tempo precisamos esperar antes de eu te chamar para morar comigo?

Sinto um frio na barriga.

- Seis meses, pelo menos.

Atlas assente como se estivesse decorando a informação.

- E depois de quanto tempo posso te pedir em casamento? Sinto um nó na garganta e fica difícil engolir.

- Depois de um ano, um ano e meio.

- Depois de um ano morando juntos ou depois de um ano a partir de agora?

- A partir de agora.

Ele sorri e me deita sobre si.

- Bom saber.

Não consigo evitar sorrir em seu pescoço.

- Que conversa surpreendente.

- Pois é, meu terapeuta vai me matar quando eu contar para ele.

Estou sorrindo quando saio de cima dele e me deito de lado. Eu me aconchego em seu braço e passo os dedos pelo seu peito, depois os levo até as linhas de seu abdômen. Seus músculos se contraem e tremem sob minhas unhas.

- Você malha?

- Quando consigo.

- Dá pra perceber.

Atlas ri descontraidamente.

- Está flertando comigo, Lily?

- Estou.

- Não preciso de elogios. Você está nua e na minha cama. Não há muito mais que precise fazer. Você me conquistou há anos.

- Ergo a cabeça e abro um sorrisinho, como se ele estivesse me desafiando.

É mesmo?

Ele balança a cabeça, sorrindo preguiçosamente. Passa o polegar no meu lábio inferior.

Tenho certeza de que estou na minha capacidade máxima. Acho até que alcancei a transcendência hoje à noite.

Mantenho meus olhos fixos nos seus, mas me reposiciono e começo a descer vagarosamente pelo seu corpo.

- Acho que ainda consigo te impressionar - sussurro.

Atlas expira profundamente quando beijo seu abdômen. Ainda estou olhando para o seu rosto, e adoro ver que sua expressão começa a ficar tensa enquanto me observa.

Ele engole em seco quando começo a afastar o lençol até não ter mais nada o cobrindo da cintura para baixo. Seu olhar se intensifica.

- Porra, Lily.

Ele deixa a cabeça cair no travesseiro assim que minha língua desliza por seu membro. Ele geme quando o coloco na boca, e então eu provo que ele estava muito errado.

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