20-1.Lily

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É desafiador ser a fornecedora de flores e convidada de um casamento. Passei o dia inteiro na correria para garantir que as flores do local estivessem posicionadas como Lucy queria. Além disso, vamos fechar a floricultura mais cedo por causa da cerimônia, então Serena precisou de ajuda para completar todas as entregas e colocá-las na van.

Quando Atlas chega ao meu prédio para me buscar, estou longe de estar pronta. Acabo de receber uma mensagem sua perguntando se deve subir. Tenho certeza de que Atlas está sendo cuidadoso porque, como tudo entre nós é muito recente, ele não sabe quem pode estar aqui caso bata à porta, nem se eu quero que os outros saibam que vou levá-lo ao casamento. Hesitei em convidá-lo justamente por isso, mas tenho certeza de que, no casamento de Lucy, ninguém nem conhece Ryle. Nossos círculos sociais são diferentes. E ainda que alguém o conheça e que ele ouça falar que eu levei alguém, vale a pena correr o risco. Desde que Atlas topou vir comigo, eu não via a hora de esta noite chegar.

Pode subir, ainda estou me arrumando.

Atlas bate à porta do apartamento momentos depois. Quando a abro para que ele entre, sinto como se meus olhos pudessem dobrar de tamanho como em um desenho.

- Nossa.

Eu o encaro, todo arrumado com seu terno preto de grife. Ele fica parado no meio do corredor por mais tempo do que eu normalmente levo para convidar alguém para entrar, pois, quando estou na sua presença, eu me esqueço de coisas básicas, como ser educada.

Atlas está segurando um buquê, mas não são flores. São cookies.

Ele o entrega para mim.

- Imaginei que você já tivesse flores de sobra - explica.

Ele se aproxima e me beija na bochecha, e sinto vontade de virar o rosto um pouquinho para que seus lábios encostem nos meus. Tomara que eu não precise ser paciente por muito mais tempo.

- Parecem perfeitos - digo, gesticulando para ele entrar. Entre. Preciso de uns quinze minutos para me vestir.

Passei o dia tão ocupada que não tive tempo de comer. Desembrulho um dos cookies e dou uma mordida. Com a boca cheia, digo: Desculpe, mas estou morrendo de fome. - Aponto para o quarto. - Pode esperar comigo aqui no quarto enquanto me arrumo. Não vou demorar.

Atlas está olhando ao redor, observando tudo enquanto me acompanha até o quarto.

Meu vestido está estendido na cama, então o pego e vou ao banheiro. Deixo a porta entreaberta para que possamos conversar enquanto me troco.

- Onde está Josh?

- Você se lembra de Brad, da noite do pôquer?

- Lembro, sim.

- O filho dele, Theo, está lá em casa com Josh. Os dois estudam na mesma escola.

- Ele está gostando de lá?

Não estou vendo Atlas, mas ele está mais próximo do banheiro quando diz: - Acho que sim.

Ele parece estar bem ao lado da porta. Ponho o vestido pela cabeça e abro a porta um pouco mais. O vestido que escolhi é vinho, justo e de alcinha. Tem um xale que combina, mas ainda está pendurado no closet.

Atlas me observa quando apareço na porta. Ele me olha da cabeça aos pés, mas não lhe dou tempo de me elogiar.

- Pode subir meu zíper?

Viro de costas para ele e ergo o cabelo, mas o sinto hesitar. Ou talvez ele esteja apreciando o momento.

Alguns segundos depois, sinto seus dedos pressionarem minhas costas enquanto ele puxa o zíper. Minha pele se arrepia toda. Quando termina, solto o cabelo e me viro para ele.

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