Capítulo 14

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ELENA GARCIA

Assistimos a mais dois filmes. Já está tarde. Levanto, dobro a manta.

—Vou dormir – falo

–Mas já? – pergunta, levantando-se também.

—Está tarde, acho melhor eu ir — ele concorda

—Vai dormir sozinha na área dos empregados —

—Sim, lá é onde eu durmo —

–Não é seguro. Vai dormir lá em cima comigo — Que?

–Quero dizer, em um dos quartos lá em cima. Vai que entra alguém na casa, a área dos empregados seria a primeira que iriam — meu Deus, nem pensei nisso.

–Você está certo!Vou escovar os dentes e logo subo.

Saímos cada um para um lado. Ele sobe, eu deixo a louça que sujamos na cozinha, vou escovar os dentes e faço tudo o mais rápido possível, com medo. Termino, subo rápido as escadas, parando na frente do quarto dele. Bato.

–Qual quarto? –pergunto, ao vê-lo abrir a porta

–Pode ser esse _abre a porta do quarto ao lado.

Adivinha, tudo preto. Ele indica onde ficam as coisas de cama. Agradeço, ele sai, corro, pego a roupa de cama no closet e deito, cobrindo minha cabeça.

Não consigo dormir,penso só em coisas ruins. Do nada, começa a chover e ventar. Imagino só um maníaco entrando na casa, vindo até mim.

Um trovão! Eu pulo na cama, tremendo toda. Já não basta o medo, agora vem esses trovões. Logo vem outro.

Tento dormir, mas não consigo. Ouço uma espécie de "toc toc". Descubro um pouco para ver o que é e vejo um vulto, algo preto. Em seguida, um trovão.

—Meu Deus!! _grito,

Ainda ouço o "toc toc". Será alguém querendo abrir a janela? Aquele vulto...

—NÃO FAÇA NADA COMIGO! SOCORRO!! _grito desesperada, já chorando e cobrindo a cabeça.

Meu coração acelera, vou morrer.

—ELENA? _ouço alguém falar. Tapo meus ouvidos, sabe até meu nome. Me tremo toda.

—Elena, o que aconteceu? _ouço perto de mim. É o Anthony. Descubro a cara,ele está sentado na cama.

—Anthony! _falo chorando e abraço ele.

–O que aconteceu? Solto dele, limpo minhas lágrimas.

—Tem alguém na janela, querendo abrir! —Choro, a chuva cai forte, ainda ouço o toc toc.

— É só a chuva, as árvores tocando na janela— nego

—E esse toc toc, o vulto! —Ele ri.

—A árvore bate na janela, causa o vulto—

—Não estou convicta disso, pode ser alguém— Levanto.

—Você que tá com medo, não é nada demais— Rir

—Culpa sua— Dou um tapa no braço dele, ele dá uma gargalhada.

—Você que é medrosa— Fecho a cara.

—Você ficou falando de gente entrar, imaginei um maníaco vindo me pegar—Ele só ri.

—Não ri, Anthony, fiquei com medo—

—A casa tem seguranças—diz

–Tem louco para tudo, vai que ele consegue— Ele nega.

—Não consegue—

Ouço um trovão e corro para perto dele.

—Vamos dormir no meu quarto, você não vai conseguir dormir aqui sozinha— diz, saindo até a porta.

–Eu... —não sei o que fazer

—Vem, Elena!— Estende a mão.

Pego meu celular, seguro a mão dele e o sigo. Entramos no quarto dele, ele vai deitar e fico no meio do quarto parada.

–Vem deitar, Elena! _nego

—Posso dormir no tapete, é fofinho—tento

—Jamais, vem logo!—concordo, sem muito o que fazer, nunca dormi com um homem antes.

Deito, me cubro, sinto o colchão tão macio, parece que estou nas nuvens. O cheiro dele tá em todo lugar.

—Boa noite, Elena. _ diz

—Boa noite, chefe _digo

—Elena!! _sorrio

–Sim, chefe! _ele gargalha

—Nada de chefe ou patrão, me chama de Anthony. _sorrio

—Boa noite, Anthony—

—Boa noite, Elena—diz

Não vejo mais nada, durmo em seguida.

Acordo abraçada a algo, abro os olhos. Meu Deus, estou nos braços dele. Seu rosto é lindo, seus cabelos soltos, ele é tão lindo. Ele dorme tão tranquilo. Será que não teria problema se eu fingisse dormir de novo? Seus braços em volta de mim são tão bons. Fecho os olhos, tá tão bom que durmo de novo.

Acordo, ainda estou nos braços dele. Não foi um sonho. Abro os olhos, ele está acordado e sorri. Sorrio de volta. Meu Deus, eu morri e fui para o céu..

Esse homem é um anjo...

A consciência volta com tudo. Estou nos braços do meu chefe.

Misericórdia!

—Desculpa! _Tento sair, ele não deixa.

—Não! _responde_Como foi sua noite? Dormiu bem?_ pergunta

—Sim, muito bem, como uma pedra—Falo a verdade,até de manhã ele é bonito.

Que bom! _diz, tentando sair de novo. Consigo, aí percebo que saí do meu lugar e fui até o dele.

Misericórdia, praticamente pulei nos braços do homem.

Levanto rápido e pego meu celular.

—Como você está hoje? Melhor da gripe? _pergunto

–Estou ótimo! _sorri

Ele levanta, ajudo a arrumar a cama. Despeço-me dele para ir fazer o café. Ele diz que logo depois também vai me ajudar. Saio do quarto, passo pelo quarto do terror, arrumo a cama onde quase dormi, guardando a roupa de cama. Saio indo para a cozinha, ainda sem acreditar que dormi nos braços dele.

Que vergonha!..

O milionário Recluso Onde histórias criam vida. Descubra agora