Estaca zero

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De volta em casa, Felix sabia que precisava acalmar a tensão que restava no ar entre ele e Risabae. Ele a puxou delicadamente para si, deslizando as mãos pela cintura dela enquanto seus olhos encontravam os dela, refletindo uma mistura de carinho e arrependimento.

— Bae, me desculpa se a sessão de hoje foi demais pra você — sussurrou ele, beijando sua testa suavemente. — Eu sei que Hyunjin ultrapassa alguns limites, mas... nada daquilo significa algo pra mim.

Risabae suspirou, e por um instante ele achou que ela fosse desviar o olhar. Mas, em vez disso, ela o encarou, deixando-se levar pelo toque gentil dele.

— Eu sei, Felix... Eu sei que é só trabalho — respondeu, acariciando o rosto dele com carinho. — Mas às vezes... é difícil de ignorar. É como se ele tentasse o tempo todo... provar algo.

Felix sorriu levemente, segurando a mão dela contra seu rosto.

— A única coisa que importa é o que eu sinto por você. — Ele sussurrou, puxando-a para mais perto e a beijando com um fervor silencioso, mas sincero. Risabae suspirou contra os lábios dele, permitindo-se ceder à intensidade daquele momento.

Sem mais palavras, eles se deixaram levar pelo momento, cada toque e cada beijo dissipando qualquer insegurança restante. Eles se beijaram de forma lenta e apaixonada, e antes que percebessem, estavam na cama, enlaçados.

Felix a segurava com firmeza, deslizando as mãos pelo corpo dela de uma forma que a fazia se sentir adorada. Ele a olhava como se ela fosse a única pessoa no mundo, e isso a fazia se derreter.

— Bae, você sabe o quanto eu te amo, não sabe? — murmurou ele entre beijos, deslizando os lábios pelo pescoço dela, fazendo-a arrepiar.

Ela sorriu, os dedos enroscados nos fios longos e loiros dele, puxando-os levemente.

— Eu sei... — respondeu, quase sem fôlego. — Mas gosto de ouvir você dizer.

Ele sorriu contra a pele dela, beijando-a ainda mais profundamente.

— Eu nunca vou te deixar esquecer — disse, a voz rouca e cheia de desejo.

Os dois se entregaram um ao outro, fundindo-se de uma forma que parecia quase mágica. Felix continuava a segurar Risabae com intensidade, como se ela fosse a coisa mais preciosa para ele. E, naquele momento, toda a insegurança e o desconforto que a sessão de fotos com Hyunjin haviam causado desapareceram completamente.

...

Depois que a intensidade do momento se dissipou, Risabae deitou-se sobre o peito de Felix, os dedos dele acariciando lentamente os fios rosados de seu cabelo. O silêncio entre eles era confortável, preenchido apenas pelo som das suas respirações.

Porém, alguns minutos depois, Risabae começou a falar, a voz suave, mas carregada de um leve tom de expectativa.

— Felix, eu queria conversar sobre... aquela ideia de ter um filho. — Ela hesitou, olhando para ele, tentando ler sua reação. — Eu sei que falamos disso algumas vezes, mas... não dá pra ignorar que já tenho 35 anos. Não quero esperar muito mais.

Felix suspirou, desviando o olhar para o teto. Ele amava Risabae, mas aquela conversa sempre o deixava desconfortável.

— Bae, eu sei que isso é importante pra você, de verdade... — ele começou, escolhendo bem as palavras. — Mas eu tenho só 24. Eu... eu não me sinto pronto pra ser pai agora.

Risabae ficou em silêncio por um momento, deslizando os dedos pelo peito dele de forma distraída.

— Entendo, Felix. Mas eu também preciso pensar em mim, no meu tempo. — Ela ergueu o rosto, os olhos fixos nos dele, um misto de tristeza e compreensão. — Não quero que isso vire um problema entre a gente, mas... a ideia de ser mãe é algo que sempre esteve comigo.

Felix a abraçou um pouco mais forte, sentindo o peso da conversa.

— Eu sei, Bae. E não quero te deixar triste ou fazer parecer que eu não ligo. Eu só... acho que ainda tenho muito o que viver e aprender antes de assumir uma responsabilidade dessas.

Ela deu um pequeno sorriso, ainda que um pouco melancólico, acariciando o rosto dele.

— E eu respeito isso. Só... não quero que passem muitos anos e eu olhe para trás com arrependimento. Tenho medo de não conseguir mais, de ser tarde demais.

Felix respirou fundo, ciente do dilema em que estavam. Sabia que essa questão era importante para ela, mas sentia-se preso entre o amor por Risabae e seu desejo de aproveitar a vida antes de se comprometer com algo tão sério.

— Que tal... tentarmos dar um tempo nesse assunto? Talvez possamos pensar juntos em uma solução, mas sem essa pressão agora — sugeriu ele suavemente.

Risabae assentiu, pousando a cabeça novamente no peito dele, com um suspiro leve.

— Vamos, sim. Talvez eu só precise de um pouco mais de paciência.

Felix a beijou suavemente no topo da cabeça, e ficaram ali em silêncio, abraçados, cientes de que a conversa não estava completamente encerrada, mas satisfeitos por, ao menos por ora, estarem juntos e em paz.

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