Planos para o futuro

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Felix e Hyunjin estavam eufóricos naquela manhã. A ansiedade corria solta enquanto eles dirigiam até o prédio de Risabae para buscar Theo. Hyunjin tinha um sorriso largo e brilhante enquanto dirigia, e Felix, no banco do passageiro, segurava uma mantinha azul e branca que ele mesmo tinha escolhido para enrolar o bebê.

— Você acha que ele sentiu nossa falta? — Felix perguntou, a voz doce e cheia de expectativa.

— Com certeza, Lixie. Ele vai reconhecer seu cheiro no momento em que você segurá-lo — Hyunjin respondeu, esticando uma mão para apertar a de Felix.

Quando chegaram à portaria, Risabae já estava esperando. Ela segurava Theo, enrolado em uma manta macia, com a bolsa do bebê pendurada no ombro. Seus olhos pareciam um pouco cansados, mas ela sorriu ao ver os dois.

Felix praticamente saltou do carro e correu até ela, as mãos já estendidas para pegar Theo.

— Meu bebê! — Felix exclamou, quase chorando de felicidade enquanto segurava Theo nos braços. — Oi, anjinho... papai tá aqui.

Theo, ainda meio sonolento, abriu os olhinhos e deu um pequeno som, quase um gemido, antes de relaxar no peito de Felix. Hyunjin veio logo atrás, pegando a bolsa do bebê enquanto passava a mão pelos cabelos de Theo.

— Ele tá tão maior... — Hyunjin comentou, com um sorriso admirado.

Risabae observava os dois com uma expressão pensativa, seus braços cruzados como se tentasse se proteger de algo. Quando Felix se virou para agradecer, ela tocou o braço dele levemente.

— Felix, podemos conversar um instante? — ela pediu, a voz baixa e hesitante.

Felix piscou surpreso, mas assentiu, entregando Theo para Hyunjin.

— Claro, Risabae. O que foi?

Hyunjin se afastou um pouco com Theo, deixando-os a sós. Risabae respirou fundo e olhou para o chão por um momento antes de levantar o olhar para Felix.

— Eu estive pensando muito esses dias... e eu... eu não sei se levo jeito para ser mãe — ela começou, a voz tremendo ligeiramente.

Felix franziu o cenho, surpreso com as palavras dela.

— O que você quer dizer com isso? — ele perguntou, tentando manter o tom calmo.

— Quero dizer que... eu amo o Theo, claro que amo. Mas eu não sinto que estou... conectada a ele da mesma forma que você e Hyunjin estão — ela explicou, os olhos marejados.

Felix ficou em silêncio, processando o que ela estava dizendo.

— E eu sei que ainda é cedo, mas... quando ele começar o desmame, daqui a uns meses, vocês... — ela hesitou, apertando as mãos. — Vocês achariam ruim se eu pedisse para ficarem com a guarda dele?

Felix piscou várias vezes, claramente pego de surpresa.

— Risabae... — ele começou, a voz um pouco embargada. — Isso é... muito sério.

Ela assentiu, os olhos fixos no chão novamente.

— Eu sei, e eu não estou dizendo que vou decidir isso agora. Só que eu... estou pensando no que seria melhor para ele. Eu vejo o quanto vocês o amam, o quanto vocês já estão conectados a ele. E talvez... talvez ele mereça algo que eu não posso oferecer.

Felix colocou a mão no ombro dela, sentindo a mistura de emoções naquelas palavras.

— Nós amamos o Theo com todo nosso coração, Risabae. Mas você também é parte da vida dele. Não precisa tomar essa decisão sozinha ou agora — ele disse, tentando confortá-la.

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