Um momento no camarim

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No dia seguinte, Felix chegou sozinho ao estúdio de fotos. Risabae tinha outra modelo para maquiar e precisou ir.

O ambiente estava silencioso, apenas com o leve som do espelho iluminado e dos produtos de maquiagem sobre a mesa. Felix, com a ausência de Risabae, havia começado a se preparar sozinho, aplicando a base com movimentos rápidos para tentar conter a ansiedade. Ele sabia que Hyunjin estaria ali para a sessão de fotos, mas não esperava que ele aparecesse tão cedo.

Então, de repente, a porta do camarim se fechou, e Felix sentiu seu coração disparar ao ouvir os passos aproximando-se. Ele ergueu os olhos pelo espelho, apenas para ver Hyunjin parado logo atrás, os olhos intensos e a expressão determinada. Antes que Felix pudesse reagir, Hyunjin avançou, segurando-o firme pela cintura e o prensando contra a parede.

— Hyunjin! — Felix exclamou, tentando manter a compostura, mas a voz saía entrecortada. Ele levantou as mãos, empurrando o peito de Hyunjin. — O que você pensa que está fazendo?

Hyunjin sorriu de lado, um brilho provocador nos olhos. Ele se aproximou mais, seus rostos a centímetros de distância.

— Só estou fazendo o que você quer, Felix, — ele murmurou, e sua voz saiu baixa, carregada de uma confiança que fazia Felix tremer. — Vamos lá, para de fingir.

Felix sentiu seu rosto esquentar, uma mistura de raiva e desejo o consumindo. Ele tentou empurrar Hyunjin com mais força, mas seu próprio corpo parecia não querer afastá-lo. Em vez disso, seu coração batia ainda mais rápido, uma atração inegável e intensa.

— Sai de perto, Hyunjin. Você está passando dos limites, — Felix conseguiu dizer, a voz rouca.

Mas antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, Hyunjin deslizou a mão para o pescoço de Felix, apertando-o levemente. Felix sentiu o ar rarear, seus lábios entreabertos em um arfar. A pressão da mão de Hyunjin enviou uma onda de adrenalina por seu corpo, um misto de nervosismo e algo muito mais profundo.

— Você acha que consegue me enganar? — Hyunjin sussurrou, com o rosto próximo ao dele, o hálito quente sobre a pele de Felix. — Eu vejo como você me olha, Felix. Você pode até negar, mas seu corpo diz o contrário.

Felix tentou responder, mas sua voz falhou, perdida na tensão daquele momento. A mão de Hyunjin apertava seu pescoço apenas o suficiente para deixá-lo sem palavras, para fazê-lo ceder ao que ambos sabiam estar ali, escondido sob a superfície.

Hyunjin então inclinou o rosto, os lábios a milímetros dos de Felix. Ele parou ali, esperando, deixando Felix sentir a proximidade e o calor, os corações de ambos batendo acelerados.

— Fala que não quer, e eu paro, — Hyunjin provocou, mantendo o olhar fixo no dele.

Felix fechou os olhos, lutando contra as sensações que o tomavam. Ele sabia que deveria empurrá-lo, dizer que aquilo estava errado, mas não conseguia.

Felix sentiu o coração disparar quando tentou, em vão, dizer que não queria. Ele sabia que precisava falar, que deveria afastar Hyunjin, mas as palavras não saíam. Era como se sua própria voz o traísse, confirmando o desejo que ele relutava em aceitar. Ele queria. E como queria.

Hyunjin sorriu ao perceber o silêncio de Felix, que, sem dizer uma palavra, o permitia se aproximar. Com um toque suave, Hyunjin deslizou o polegar pelos lábios de Felix, que os entreabriu involuntariamente, rendendo-se ao gesto. Aquela era a deixa que Hyunjin esperava.

Num impulso, ele aproximou os lábios e o beijou. Foi um beijo intenso, urgente, como se ambos tivessem esperado demais por aquele momento. Felix sentiu o calor invadir seu corpo quando os lábios de Hyunjin se pressionaram contra os seus, e ele não conseguiu evitar um leve arfar, tomado pela intensidade.

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