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Joca. 🫡

Cheguei em minas, aparentemente minha "casa" nesse tempo seria em um lugar mais afastado da cidade, bem escondida. Pensei que iria ficar apenas eu e o tucano, mas aparentemente não, logo que cheguei veio uma mulher do cabelo cacheado receber a gente.

O cabelo era longo, batia na bunda, era morena, cara de uns 30 e poucos anos, não parece ser velha, não muito, se chamava Luísa.

Luísa: Tudo bem? - Perguntou quando eu desci as escadas, e observei ela fazendo o café, e eu não respondi. - Coronel me disse que tu era calado, não precisamos conversar, mas ter educação é legal.

Joca: Tu é o que do Coronel? - Questionei pegando um copo de água, e apertando o botão do filtro.

Luísa: Os olhos e ouvidos dele aqui em Minas. - Passou o café na garrafa e eu balancei a cabeça. - Você já sabe qual vai ser seu papel aqui?

Joca: Ainda não, vim meio de última hora. - Respondi e iria subindo novamente, mas parei no meio da escada quando ela me chamou.

Luísa: Joca. - Olhei pra ela, que só sorriu pra mim, me fazendo franzir a sobrancelha. - Bem vindo, espero que curta a estadia.

Pude sentir a malícia na sua voz e eu só balancei a cabeça, terminando de subir as escadas, e voltando pro quarto que eu tava.

(...)

Isís era engraçada, diz que não podemos ter nada, e que seria só amizade, mas ficou bolada em saber do papo da Luísa. Garota difícil de entender!

Mandei outra mensagem pra ela perguntando se ela tinha ficado bolada e guardei meu celular, decidido a dormir também, tava cansado pra caralho, viajem foi longa e maçante, só queria tirar um sono e descobrir por qual motivo o Coronel me mandou aqui, além de ter sido pra me afastar da filha dele.

(...)

Pulei da cama quando alguém bateu na porta, acordei no maior susto, mas respirei quando escutei a voz da Luísa, me chamando do outro lado.

Luísa: Joca, Reunião, temos visita.

Joca: Beleza. - Respondi direto e me troquei, passando o fuzil pelas costas, não confio nem na minha sombra.

Abri a porta e desci as escadas, observando três velhos na cozinha, junto com o tucano e a Luísa.

X: Veio armado! - Riu e eu franzi a sobrancelha, fechando a cara. - Maltês, satisfação - Ergueu a mão e eu apertei.

Joca: Joca. - Olhei pros outros dois parado na cozinha, armados assim como eu, pela cara, eram peixes grande na hierarquia.

Hélio: Hélio. - Um deles disse, e eu concordei com a cabeça, e olhei pro outro.

VR: VR, meu consagrado.

Maltês: Coronel deixou tu as minhas ordens. Ele te falou sobre a missão? - Neguei com a cabeça. - Matar o cabeça do PCC.

Joca: Tá maluco porra? Esse fodido aí é esperto pra caralho, qual foi. - Exclamei alto e o Maltês riu.

Maltês: Por isso, a missão já foi arquitetada, você só vai executar, se ligou? - Balancei a cabeça. - O seguinte, a facção vai fazer um baile essa noite, e você como não é conhecido aqui em Minas, vai ir pra observar os movimentos, e como os cara se comporta, você e a Luísa. - Franzi a sobrancelha e olhei pra Luísa, que sorriu pra mim.

Luísa: Fica tranquilo, eu sou acostumada, iremos fingir que somos um casal. - Fiquei calado, ainda encarando ela.

Maltês: Luísa vai te entregar a escuta, tu vai colocar dentro do ouvido, se ligou. Por ela vamos nos comunicar, tanto você manda informações, como vai receber. Vou deixar um carro pra tu, vai usar pra ir e pra voltar, apenas. - Balancei a cabeça escutando atentamente. - O tucano vai ficar pra fazer a segurança da casa.

Joca: Qual vai ser o meu suporte se tudo der errado? - Questionei e ele me encarou.

Maltês: CV vai estar espalhado por toda a mata, qualquer bagulho tu fala em voz alta que nós escuta. Tu viu que as coisa tão saindo do combinado, você vai pegar a Luísa e vai sair do morro, sem levantar suspeitas.

Hélio: Esse é o cabeça do PCC. - Tirou uma foto do bolso e me entregou. Olhei atentamente guardando a imagem na cabeça. - Corola.

VR: Qualquer bagulho que der errado, tu pula fora e nos comunica, quero que fique atento em tudo ao teu redor, localiza os soldados, e como funciona por dentro do morro. - Balancei a cabeça concordando.

(...)

Os cara já tinha ido embora, e eu sentei na área de fora pra fumar um, minha mente marolou nessa missão.

Luísa: Saímos às 23:00, tudo bem? - Perguntou do meu lado e eu concordei. - Posso? - Estendeu a mão pro cigarro e eu encarei ela, entregando.

Joca: Você já fez isso antes? - Perguntei. Eu já acostumei me infiltrar pelos lugares, a Luísa não tem cara.

Luísa: Eu já te disse, sou os olhos e ouvidos do Coronel aqui em Minas. - Respondeu tragando e soltando a fumaça e eu murmurei, olhando pra frente novamente. - Fica tranquilo, você tá com gente grande.

Joca: Não Luísa, eu tô com você, e eu não confio nem na minha sombra. - Luísa me encarou e riu, como se eu tivesse feito alguma piada. Fechei a cara e virei as costas, indo pra dentro.

Parei na cozinha pra tomar água e peguei meu celular, lendo as notificações com o nome da Isís.

Isís: Tô bolada não. (12:45)

Sorri sabendo que tava sim, e subi pro meu quarto, ligando de chamada de vídeo pra ela, que atendeu um tempo depois, já de bico.

Joca: Se não tá bolada, tá com ciúmes. - Falei logo que ela atendeu, e a garota revirou os olhos.
Isís: Qual foi Joca! Eu já disse, não to com nada. - Suspirou irritada e eu dei risada, maior mentirosa.
Joca: Fica suave gostosa, vim com a cabeça focada na missão, apenas isso. - Isís sorriu fraquinho e eu admirei o rosto dela, toda linda.
Isís: Não tem problema se você quiser ficar com alguém, não tô te cobrando fidelidade na nossa amizade. - Ironizou rindo e eu franzi a sobrancelha.
Joca: Mas eu tô, descobrir que tu tá com alguém ai, o filho da puta aparece com 2 tiro na cara, sacou? - Falei sério e ela me imitou, tirando com a cara de vagabundo pô.

Ficamos conversando mais um pouco, e logo ela desligou, dizendo que iria ajudar a mãe.

Entrelaçados.Onde histórias criam vida. Descubra agora