Joca. 🔥
Tava me arrumando pro baile, e ainda sim, com a foto da Isis na mente. Porra, garota gostosa do caralho, tem o dom de fazer minha mente viajar nela e desligar de todo o resto.
Luísa: Pronto? - Chegou no quarto e eu olhei pra ela, tava bonita não vou negar, vestido longo vermelho e decotado, o cabelo em um penteado e e maquiagem leve no rosto. - Gostou? Você tá bonito.
Joca: Pronto. - Respondi ignorando sua última pergunta e coloquei a arma na cintura, tampando com a blusa. Coloquei o boné na cabeça, e a escuta que a Luísa tinha me entregado, coloquei dentro do ouvido, ela era minúscula, imperceptível. - Vamos.
Luísa desceu na frente e eu fui indo atrás, descendo as escadas. Assim que chegamos lá fora eu já vi o carro, carro simples, pra não chamar atenção. Golf preto.
(...)
Parei na rua de baixo do morro e fomos subindo, falei com os soldado que permitiram a entrada, mas me encarou e logo bateu radinho, imagino que seja informando que eu entrei, uma pessoa estranha.
Luísa: Minha arma tá carregada, tu viu qualquer coisa me avisa. - Franzi a sobrancelha ao saber que ela estava armada, e não tinha me avisado.
Joca: Suave. - Luísa grudou em mim e entrelaçou sua mão na minha, e eu fechei a cara. - Qual foi?
Luísa: Temos que fingir que somos um casal, não quer levar a missão por água a baixo, né? - Fiquei calado e continuei subindo, detestando essa ideia do caralho.
Daqui já se ouvia a música alta, e por onde eu passava eu observava os becos, e os aviãozinho ali. Alguns me encarava, outros estavam concentrados em vender as drogas. Olhei pra cima, e em uma laje mais afastada tava o olheiro.
Joca: Fogueteiro a esquerda, norte do morro. - Falei baixo, mas alto o suficiente pra ser escutado pela escuta.
Maltês: Beleza. Mais algum? - Questionou, era esquisito ouvir a voz dele dentro da minha cabeça.
Luísa: Em cima da laje a direita, lado leste. A mais ou menos 800 metros da entrada. - Falou baixo, e eu direcionei meu olhar, batendo no cara em cima da laje.
Continuamos andando e observando todos os pontos principais do morro, até chegar na quadra fechada.
Baile tava bem cheio, e eu fui me apertando com a Luísa, até ficar em um cantinho que permitia a nossa visão completa.
Passei o olho em todos os camarotes, até avistar o Corola no camarote principal, 5 segurança rodeando ele, e uma garota sentada no teu colo, enquanto ele parecia ter 50, ela tinha cara de 20.
Luísa: Viu ele? - Balancei a cabeça concordando e ela direcionou seu olhar pra onde eu olhava. - Vagabundo. - Murmurou.
Passou a fileira de soldado fazendo a segurança e ficaram em um canto, encarando a gente. Luísa pra disfarçar, me abraçou e beijou meu pescoço, me arrepiando. Fechei a cara e apertei a nuca dela com força, sussurrando no seu ouvido.
Joca: Você tá passando dos limites comigo, tu segura tua onda que eu não tô afim de você, vim aqui pra cumprir meu papel no movimento, não foi pra comer buceta. - Continuei apertando e ela apertou meu pescoço no seu braço, me sufocando e arranhou com a sua unha.
Luísa: estamos no mesmo patamar, você não me assusta. Nos jogamos igual, e o que eu quero, eu consigo - Senti a ardência e soltei ela, assim que vi que os olhos saíram de cima de nós.
Luísa me olhou sorrindo debochada e eu encarei feio, sabendo que essa mulher iria me dar trabalho.
Quem via de fora podia até pensar que era verdade, mas eu tava pronto pra meter um tiro na cara dessa filha da puta.
Joca: Corola tá falando com um cara, papo de uns 30 anos, parece ser o braço direito dele. - Falei pro Maltês ouvir.
Maltês: Beleza. Quero que você da uma andada no morro e observa bem a cara de todo mundo do movimento, grava na tua memória. - Fiquei calado e fiz o que ele mandou, pegando na mão da Luísa e andando no meio do povo.