Capítulo 3

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- Isso é insano! - eu ria com um copo de poncho na mão, correndo pela casa enquanto Isaac congelava as pessoas com extintor de incêndio.

- Sua vez - ele me passou o extintor com cuidado, eu entreguei meu copo a ele, e comecei a fazer o mesmo que ele.

As pessoas gritavam, nos xingavam, outras riam e nos animavam. O extintor secou e fomos em busca de outra coisa para fazer.

- Podemos bater carteiras - Isaac sugeriu, eu o olhei, assustada - você cai em todas.

- E você é um cretino - eu revirei os olhos - eu tive uma ideia.

Sussurrei a ideia no ouvido dele, e quando terminei, ele nem ao menos me olhou, correu em direção ao meu plano.

Estava tocando Summer de Calvin Harris, as pessoas dançavam como se não houvesse amanhã. Eu segui o garoto de olhos esverdeados até o painel de energia da casa.

- Qual deles você acha que é? - ele me olhou e depois voltou para o painel.

- Abaixa todas as alavancas - eu disse 

- Cara, Meg vai surtar - ele deu uma gargalhada alta.

- Vocês são amigos? - perguntei, um pouco curiosa.

- Claro - algo brilhou no olhar dele ao dizer aquilo.

- Anda logo - eu o apressei.

Ele puxou todas as alavancas de vez e então... Nada. Silêncio. Escuro. E de repente todos começaram a gritar. Eu e Isaac quase morremos de rir, ouvíamos a confusão dentro da casa.

"O que aconteceu?" "Será que a polícia fez alguma coisa?" "Mas que droga!" 

E no meio da confusão, ouvimos um grito.

- ISAAC!! - Era Meg.

Isaac olhou pra mim, ainda rindo e simplesmente disse:

- Corre.

Quando eu não me mexi, ele me pegou pela mão, e me puxou, então começamos a correr.

Corremos sem olhar pra trás até a praia, eu estava completamente sem fôlego, Isaac não parava de rir um segundo se quer.

- Como você consegue correr e rir? - eu falei, começando a rir também.

- Foi hilário! Foi uma ótima ideia! Você devia ser mais assim - ele disse

- O que quer dizer? - perguntei, sentando na areia.

- Você sabe, menos séria, mais divertida.

Eu o olhei, fiquei calada, apenas o olhei. Enquanto mil coisas passavam na minha cabeça.

- Eu disse alguma coisa de errado? 

- Você é engraçado e bem humorado o tempo todo? - perguntei, séria.

- Bem... Não.

- Eu não sou séria o tempo todo.

Ele sorriu e pegou a minha mão, entrelaçou seus dedos nos meus, um arrepio percorreu todo o meu corpo, e de repente o pouco de raiva que eu tinha sentido naquele momento desaparecera, ele apertou minha mão delicadamente e disse:

- Você é o que chamamos de caixinha de surpresas - então soltou e começou a andar - A gente se vê.

Ainda era cedo, então eu resolvi passar na livraria da cidade.

Ao entrar no local, senti o peso de ser "a filha do assassino", olhares, sussurros e expressões de pena tomaram aquele lugar, e eu tentei ignorá-los. Sentei na parte do café da livraria e pedi um cappuccino, o garoto que me atendeu não conseguia olhar nos meus olhos, fingia olhar algo importante no bloco de anotações, o que me fazia revirar os olhos repetidamente.

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