O sol tocou meus olhos, dando bom dia. Abri-os lentamente, encontrei Isaac me observando com um leve sorriso em seu rosto, ele tocou o meu com a ponta do dedo e beijou meus lábios.
- Bom dia – ele disse, quase num sussurro.
- Bom dia – me espreguicei.
Ele fez sinal com a mão para que eu esperasse e levantou da cama. Pegou uma rosa azul em cima de sua mesa e engatinhou até mim na cama.
- O que é isso? – sorri alegremente.
- Primeiramente por ser a melhor namorada do mundo – ele me entregou a rosa – depois por ter passado em seu teste, parabéns.
Ele sorria, e parecia verdadeiramente feliz. Porque eu estava surpresa? Aquele era Isaac, é claro que ele estava feliz por mim.
- Obrigada – eu sorri abertamente e me inclinei, beijando-o. – Você é incrível.
- Eu sei – ele riu e deu de ombros.
- Já viu sua mãe?
- Já – ele começou a brincar com nossas mãos – ela está bem, acordou de bom humor.
- Assim como você.
- Bom, podemos enfrentar a vida de várias maneiras, escolho enfrentar com um sorriso, e você ao meu lado. – ele falou, de cabeça baixa, mas os olhos fixos em mim.
Eu não conseguia parar de sorrir, e meu coração parecia fazer uma festa dentro de mim.
Tomamos café com os outros, e parecia que a confusão de ontem nem tinha acontecido, todos estavam de bom humor. O café da manhã foi regado de piadas, risos e leveza. Rose estava ótima, me abraçou várias vezes e me parabenizou pela aprovação, assim como os outros. Depois, saímos eu e Isaac para a praia.
A maré estava cheia, mas a praia estava quase deserta. Caminhamos um pouco de mãos dadas, conversando e rindo de tudo.
- Thiago era um bom namorado? – ele perguntou de repente.
- Era – eu sorri e estreitei os olhos – Aria era uma boa namorada?
- Era.
- E porque terminaram?
- Queríamos coisas diferentes – ele deu de ombros e me olhou.
- O que você quer? – perguntei mesmo já sabendo a resposta.
- Eu quero conhecer – disse – O mundo, as coisas, pessoas, línguas.
- Você quer o mundo.
O sol estava fraco, aquecia gentilmente meu corpo, como um abraço, o som do mar quase abafava nossas vozes. Isaac suspirou e respondeu:
- Sim.
- Queremos coisas diferentes – sussurrei – Vamos acabar também?
Ele parou e me olhou confuso, como que perguntando onde eu queria chegar.
- Eu quero ser médica, servir no exército, estar em casa aos domingos, casar, descansar, estar com minha família e amigos. Eu quero uma vida simples, você quer o mundo.
- Faculdade e exército envolveriam uns dez anos, não?
- Sim.
- Então eu terei o mundo por esses anos, e então ficarei em casa aos domingos, terei uma vida simples e etc.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Interlace
RomanceUm assassinato acontece, e depois disso, tudo muda. Nova cidade, nova vida, porém mesma angústia, dor e confusão. É uma saída acreditar na inocência, mesmo quando tudo aponta o contrário? Ou é a verdade? Em meio ao caos, a nova cidade oferece um por...