Capítulo 17/ 2ª temporada

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(Ponto de visão: Mayra)

O barulhinho das máquinas de respiração é ouvido e eu faço o máximo para conseguir abrir os olhos e reparar em que lugar estou.

Mas nada, ou meus olhos não abriam, ou eu enxergava tudo preto.

Com as mãos trêmulas cheias de tubinhos injetados nela, saio tocando em tudo, na esperança de encontrar algum botão que sirva pra chamar algum médico.

"Droga, droga, droga" bufo frustrada após várias tentativas falhadas de encontrar o tal botão.

Escuto a porta sendo aberta e uma pessoa, obviamente, adentra no quarto. Levanto um pouco a cabeça, tentando novamente abrir os olhos e ver quem estava ali comigo, se era alguém que queria me ver ou apenas o próprio médico. Só que infelizmente, não consegui. Uma lágrima angustiada cai dos meus olhos, e tento afastar os maus pensamentos que já estavam inundando minha mente.

"Q-quem está aí?"

"Calma, é apenas eu, Felipe, seu médico. Vim ver como a mocinha está." escuto ele se aproximando e botando uma de suas mãos em cima da minha "e aí? Sente alguma coisa? Está confortável ou quer algo? Seja sincera, estou aqui para tentar ajuda-la"

"E-eu não consigo enxergar nada... Aconteceu alguma coisa com a minha visão?" pergunto em um sussurro.

"Uhm..." uma longa pausa "infelizmente sua visão se afetou um pouco, eu lamento, mas a senhorita aí passou por fogo, era difícil ficar completamente ilesa..."

"Não, não, não, não, não pode ser! Por favor, me diga que é mentira! Eu, eu-" me debato na maca.

"Tente se acalmar um pouco, Mayra. Sua agitação não será nada bom para você. Se continuar assim serei obrigado a injetar uma injeção para te fazer dormir por algumas horas..."

"Não, por favor não faça isso" falo com uma voz frágil e chorosa.

"Isso só depende se ficar bem quietinha. Quer ver alguém? Por exemplo, seus pais, ou seu namorado"

"Namorado? Eu... Não namoro."

"An... Desculpe. Pensei que aquele rapaz que está lá fora era seu namorado, ele estava tão nervoso e preocupado com seu estado que cheguei a pensar outra coisa... Cheguei a achar que aquela menininha que tá com ele era a filha de vocês..." ele da uma risadinha "realmente me enganei de novo, desculpe..."

"Tudo bem..." respiro fundo "pode chamar o tal rapaz até aqui? Preciso muito ve-lo"

"HM... Sim, claro. Aguarde apenas 1 minuto, já vou chama-lo"

Após isso, só escuto o barulho da porta sendo aberta e a voz de Felipe chamar por Rafael. Passos são ouvidos e logo uma mão grande e gelada é pousada sobre minha bochecha.

"Olá..."

"Rafael?"

"Sim"

"Ra-Rafael, o que aconteceu?"

"Eu... Eu também não sei..." ele suspira "me perdoe" ele sussurra de uma forma quase inaudível.

"Você disse que nada iria sair do controle, eu fiquei com medo, mas você me encorajou dizendo que seria algo divertido, eu aceitei, pois tive momentos mágicos e queria me divertir mais ao seu lado. Mas... Tudo acabou mal, eu não to conseguindo ver nada... Nem sei se você está bem..." digo com dificuldade, como se tivesse um caroço gigante preso na minha garganta.

"Eu... Eu realmente não sei o que aconteceu, foi tudo tão rápido. Eu não quero dizer isso, mas se você não tivesse arrancado o pote da minha mão e jogado álcool, estaria tudo bem agora"

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