Capítulo 1 / 2ª temporada

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P.O.V. Mayra

Um dia "normal" que terei que levantar da cama, botar uma roupa básica e ir rumo a minha faculdade! Sinceramente, eu já estou cansada com tudo isso, tudo é tão chato, tudo é tão patético e ridículo! Acho que eu sou apenas mais uma jovem desiludida no mundo. Antigamente eu acreditava que todo mundo, de uma forma especial, era uma princesa, e um dia, seu príncipe iria chegar e se apaixonar do nada, pedi-la em casamento e viverem felizes para sempre. Até aos meus 16 anos eu acreditava nisso, na minha festa de 15 anos, como todas as outras meninas, eu queria ter uma festona em um salão de festas gigantes, reunindo familiares e amigos, na pista de dança, poder dançar com as minhas pouquíssimas melhores amigas, que eram apenas 2, Ashley e Melany ao menos eram companheiras inseparáveis. Porém, não tive nada disso, meus 15 anos foi uma pequena e brega comemoração dentro de casa, no nosso pequeno quintal. Na época, confesso que fiquei feliz com a pequena festinha que minha madrasta e meu pai fizeram pra mim, recebi apenas 1 presente, que foi o do meu pai. Minha madrasta, Laisa, apenas disse: "bom Mayra, acho que a festa que arrumei pra você está mais do que um presente, esse com certeza foi um presente maravilhoso, que talvez você nem merecesse!"

Sendo que, na verdade eu merecia mil vezes mais do que aquilo, nunca dei trabalho a ninguém, namorados não tive nenhum, enquanto Nayara teve mais de 10, e na escola eu era nota 10 em todas as matérias, quem pegasse o meu boletim não escontrava notas abaixo de 9, e sobre Nayara... Ela sim era um desastre na escola, notas só abaixo de 4. Porém, sempre foi a preferida dali.

Mas agora a melhor coisa a fazer é botar uma roupa em meu corpo, pegar a mochila com alguns livros, e pegar carona com meu pai pra faculdade. A roupa teve que ser algo básico, como sempre. Apenas uma calça jeans preta, uma blusa da cor bege, e um tênis all star verde da cor bem clarinha. No cabelo fiz um simples rabo de cavalo, tenho que agradecer a Deus por ter cabelos lisos fáceis de lidar. Escovo os dentes e estou pronta, logo decendo as escadas.

"Já podemos ir?" Meu pai pergunta.

"Sim, já."

"Pai!" a voz estridente de Nayara fala.

"O que foi querida?"

"Não esqueça de comprar uma barra de chocolate, uma caixa inteira de chicletes com recheio de menta, morango, uva e framboeza, e meus biscoitos trakinas, fandangos e Fofura!"

"Tudo bem filha, pode deixar que não irei esquecer de jeito nenhum!"

Se fosse eu que pedisse isso tudo, certamente seria xingada e ouviria ao menos "você está gorda Mayra! Não tem vergonha do ponto que está chegando?!" mas realmente não ligo, não quero saber o que a Laisa ou a Nayara pensa sobre mim, se estou gorda a hora que eu quiser posso fazer dieta ou entrar em uma academia e perder calorias, simples assim!

Tem horas que eu sinto falta de ter uma mãe, queria poder ter passado mais tempo com a minha mãe, uma mulher que eu não sei exatamente nada sobre sua vida. Se perguntar como ela era, eu não saberei responder, pois as lembranças que tenho de seu rosto são muito poucas. Todas as vezes que eu falava com meu pai sobre isso, ele respondia "ér... Não vamos falar sobre isso por agora Mayra, não me sinto muito confortável... Ainda estou ferido com a perda da sua mãe, e aposto que não gostaria de me ver chorando aqui, agora" e eu acabava sempre concordando. Meu pai depois de 19 anos ainda estar ferido até poderia ser verdade, isso se meu pai não fosse um homem que sorri por qualquer coisa e diz a maioria das vezes que tem a melhor esposa do mundo. Ele já esqueceu por completo a minha mãe, já poderia parar com o teatrinho de "ainda estou ferido pela perda da sua mãe"...

"No que tanto está pensando hein Mayra?" meu pai pergunta.

Nesse exato momento estamos dentro do carro, ele botando a chave na ignição.

"Nada"

"Duvido que seja 'nada'."

"Estou apenas refletindo sobre a minha vida. Nada mais".

"Isso é bom".

"Acha mesmo que refletir sobre a MINHA vida é bom? Eu não acharia isso!"

"E por que não seria Mayra? Você tem uma família unida que te ama demais, um pai, uma mãe, e uma irmã maravilhosa!"

"Você errou muito feio nessa frase que acabou de dizer..."

"Não, sinceramente acho que não errei nem um pouco".

"Pra começar a Laisa não é minha mãe"

"Você quando era pequena a chamava de mãe, desde que lhes apresentei, as duas gostaram uma da outra e você quis lhe chamar de mãe"

"Desde meus 6 anos que não a chamo mais de mãe" fiz uma pausa o olhando "isso já faz tempo, é passado"

"E por que disso?"

"Porque sim ué, tenho os meus motivos."

"Sabe, sou tão sortudo por ter essa família tão maravilhosa..."

"É né, tem gente que tem sorte mesmo..." disse com sarcasmo na voz, mas acho que ele foi lerdo suficiente para não perceber.

"Bom, chegamos, te busco em breve, tá, querida?"

"Okay"

Depois que saio do carro, meu pai grita meu nome, logo me viro e o olho.

"Te amo filha, demais!"

"Também te amo pai!" sorrio sem graça, logo caminhando para dentro daquele prédio enorme que era a minha faculdade.

Falsiane... Mas amo!

❤❤❤❤❤

Finalmente, como o prometido, aí está o primeiro capítulo dessa fic que promete! Beijos!

Apenas diferente.Onde histórias criam vida. Descubra agora