Já faziam quase duas horas e a minha mãe ainda não tinha saido do consultório e eu estava aqui a dar em maluca. Eu só conseguia andar de um lado para o outro, eu acho que até já fiz um buraco no chão. É melhor confirmar, humm não está tudo bem com o chão, mas comigo não caralho. O meu pai entrou com a minha mãe, ele podia mandar uma mensagem sei lá, mas não. Tótó.
-Filha...-olhei para trás ao ouvir a voz do meu pai.
-Meu Deus, finalmente eu já estava a dar em maluca-abracei a minha mãe-e então?
-Eu estou mesmo grávida-ela sorriu e abraçou-me.
-A sério?!-acho que gritei um pouquinho alto porque as pessoas não param de olhar para mim-eu vou ter um maninho? Ai meu deus, ai meu deus.
Vi os meus pais a rir e por impulso abracei-os.
-Vocês são os melhores pais do mundo-beijei a bochecha da minha mãe e o meu pai abraçou-me.
-Vamos para casa, sim?-disse a minha mãe com lágrimas nos olhos.
O caminho foi feito no meio de risos e gargalhadas porque, bem...pode se dizer que eu não me calei um segundo. Eu ia no banco de trás aos pulinhos.
-De quantos meses estás?-perguntei entusiasmada-em que dia nasce o bébé? É menino ou menina? São gémeos? Já pensaram no nome?
-Hey calma calma...-a minha mãe gargalhou-eu só estou com três meses, mas ainda não sabemos o sexo do bébé e não, ainda não pensámos num nome.
Chegámos a casa e eu ainda não me havia calado, eu acho que os meus pais já deviam de estar fartos de me ouvir.
-E...qual a explicação que te deram para tu de repente conseguires engravidar?-perguntei enquanto seguia a minha mãe até à cozinha.
-Eu tinha poucas probabilidades de ter filhos-a minha mãe sorriu fraca-por anos tentei ter um bébé, mas não consegui e...
-E foi por isso que me adotaste-completei a sua frase.
-Sim...-ela sorriu-mas agora parece que resultou e eu consegui finalmente engravidar. Mas tenho de ter cuidado, a minha gravidez é uma gravidez de risco.
-Mãe...-olhei para ela preocupada-tu agora que vais ter um bébé....humm...vais esquecer-te de mim?
-NÃO...-ela olhou para mim séria-eu nunca faria uma coisa dessas Lucy-ela abraçou-me com força-tu és e vais continuar a ser sempre a minha filha, não importa o que aconteça.
Sorri sem jeito e coçei a cabeça...
-Eu...eu...vou dar uma volta-sorri e dei-lhe um beijo na testa virando costas.
-Lucy...-olhei para trás na sua direção-eu amo-te filha.
Apenas sorri. Peguei na minha mala e no meu casaco e saí de casa. Ok está bem eu admito, talvez aquela pergunta tenha sido escusada, mas sei lá, normalmente quando um casal tem mais filhos eles só dão atenção a eles e vão-se esquecendo dos outros. Eu já fui esquecida uma vez pelos meus pais biológicos, eu só não quero que se esqueçam de mim outra vez. Continuei a andar quando o meu telemóvel começou a tocar. Olhei para o visor e vi que era o Mike, o meu namorado. Sim tenho namorado, qual é o problema? Não sabiam? Passam a saber agora. Não precisam de saber de tudo, olhem-me estes.
#chamada on#
-Olá-disse ele do outro lado da linha.
-Olá meu amor-sorri ao ouvir a sua voz.
-Achas que esta noite posso jantar em tua casa?
-Humm....eu acho que sim-encolhi os ombros-mas...está tudo bem?
-Sim está tudo ótimo-notei que sorriu-eu só quero passar algum tempo com a minha namorada.
-Oh que fofo-sorri-está bem.
-Beijos fofa-ele falou.
-Beijos estúpido.
#chamada off#
Bem, acho que tenho de voltar para casa e avisar a minha mãe que vamos ter companhia para o jantar. Alguns minutos depois cheguei a casa e encontrei a minha mãe na cozinha a fazer o almoço.
-Voltei-gritei entrando na cozinha fazendo a minha mãe dar um salto.
-Porra Lucy-ela levou a mão ao coração-queres matar-me de susto?
-Claro que não-ri da sua cara-olha achas que o Mike pode jantar cá esta noite?
-O Mike?!-ela bufou-sabes bem que eu não gosto da companhia dele, ele não é rapaz para ti Lucy...
-Está bem está bem, eu já sei disso tudo, ok?-sentei-me na cadeira aborrecida-mas ele pode vir cá hoje jantar?
-Pode...-a minha mãe falou aborrecida-mas só jantar, depois ele vai embora, não gosto quando ele fica cá a dormir.
-Está bem mãe-levantei-me e abracei-a-obrigada-virei costas para sair da cozinha.
-Ah é verdade quase me esquecia-olhei para ela-a Anne esta noite vem cá jantar e...
-Fixe-sorri para ela.
-E o seu marido e os filhos também-a minha mãe completou.
-Isso é que já não é fixe-aquele camelo do caraças-isso quer dizer que aquele camelo também vem?
-Sim...-a minha mãe riu-e sabes uma coisa? Vocês os dois juntos ficam melhor do que tu e aquele Mike e...
-Já estou a ir...-virei costas e saí da cozinha, mas ainda consegui ouvir a minha mãe a rir.
(...)
A noite chegou e eu estava agora no meu quarto a arranjar-me para o jantar. Sim porque a minha mãe me obrigou a vestir-me "em condições". Tomei um banho completo e depois fiz uma leve maquilhagem. Fui até ao quarto e coloquei um vestido preto solto que ía até meio das minhas coxas. Deixei os meus cabelos soltos encaracolados e calcei uns saltos pretos, aqueles que a minha mãe me OBRIGOU a usar esta noite. Saí do quarto e desci até à cozinha de onde vinha um cheirinho delicioso.
-Humm que cheirinho-abracei a minha mãe por trás e reparei no seu maravilhoso vestido verde água comprido e nos seus cabelos apanhados num coque frouxo.
-É?-ela sorriu e olhou para mim-oh meu Deus, tu estás tão linda filha-os seus olhos brilharam.
-Obrigada-encolhi os ombros.
-Eu acho que o Harry vai adorar quando te vir e...
-O quê? O Harry?-revirei os olhos-eu não gosto daquele camelo-bufei-e porque razão ele iria olhar para mim?
-Porque és bonita e boa menina-ela falou como se fosse óbvio-e ele como é um bom rapaz e tem bom gosto, vai achar-te maravilhosa.
-Vai sonhando mãe, vai sonhando-ri dela enquanto pegava nas coisas para pôr a mesa.
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I Need You
WerewolfLucy era uma rapariga comum como todas as outras. Ela tinha 19 anos e vivia com os seus pais adotivos em Londres. Lucy era uma rapariga bonita, de cabelos castanhos, olhos verdes, magrinha, mas era uma miúda muito rebelde e muito teimosa, mas lá no...