SURPRESAAAA
O meu mundo parou quando Harry me deu aquela notícia devastadora. Ela não pode morrer, eu não posso perder a minha mãe. Será que fui muito injusta com ela? Se calhar exagerei um pouco. Talvez o Harry tenha razão quando me disse que eu estava a ser infantil e uma criança. Eu estava a agir de cabeça quente e não estava a pensar em mais nada a não ser somente em mim. Eu sou má, muito má por sinal. Sou péssima, sou horrível, sou tudo. Parei de pensar quando parei em frente à porta do quarto dos meus pais. Respirei fundo e bati de leve na porta, mas ninguém respondeu. Sem fazer barulho entrei no quarto e vi que a minha mãe dormia nos braços de Anne. Aquela imagem partiu-me o coração e eu senti uma lágrima solitária no meu rosto. Os meus olhos cruzaram-se com os de Anne e esta sorriu um pouco. Ela saiu da cama devagar e aproximou-se de mim.
-Ela ama-te muito-ela sorriu-ela nunca te esqueceu, estiveste sempre no seu coração-ela abraçou-me-como eu sei que ela esteve sempre no teu-e com estas palavras ela saiu do quarto deixando-me sozinha com a minha mãe.
Aos poucos aproximei-me dela e sentei-me na cama ao seu lado e fiquei ali a olhar para ela e sorri ao ver a sua barriga grande. Por um impulso quis tocar na sua barriga. Senti o bébé a mexer por baixo da minha mão e deixei escapar uma lágrima. A minha mãe mexeu-se e os seus olhos abriram e cruzaram-se com os meus. Ela sentou-se na cama e encarou-me.
-Lucy...?-deixou escapar uma lágrima-és mesmo tu?
-Sim...-assenti.
-Oh meu Deus...-ela abraçou-me e começou a chorar no meu ombro-eu tive tantas saudades tuas meu amor.
-Eu também-abracei-a com força e comecei a chorar também, malditas hormonas de grávida-porque não me ligaste?
-Já sabes?-olhou para mim e eu assenti-desculpa, mas eu pensei que já não quisesses ter nada haver connosco já que encontraste a tua família e para todos os efeitos eu já não sou tua...tua mãe...-ela limpou uma lágrima.
-Eu disse aquilo da boca para fora-confessei-eu sabia que lá no fundo eu nunca conseguiría chamar mãe a outra mulher que não tu e eu estou muito arrependida do que disse e do que fiz e...
-Eu compreendo-ela assentiu-isso quer dizer que vais voltar?-vi um pequeno sorriso se formar no seu rosto.
Eu fiquei a olhar para ela e baixei a cabeça.
-Eu compreendo-ela falou triste.
-Desculpa...-olhei para ela-desculpa por te ter magoado, desculpa por tudo.
Ela olhou para mim e sorriu.
-O que seria de mim se não te desculpasse?-ela sorriu e abraçou-me.
Olhei para ela e ela para mim e eu por momentos quis contar-lhe que ela vai ser avó, mas faltou-me a coragem e por isso não o fiz.
-Estás diferente-olhei para ela.
-Diferente como?-o meu coração acelerou, será que ela descobriu?
-Não sei...-encolheu os ombros.
-Deve de ser só impressão tua-sorri sem graça.
-Olha...-ela falou-eu preciso de te contar uma coisa que há muito tenho para te contar, mas nunca tive coragem para o fazer e...-respirou fundo-lembraste daquelas saídas que eu e o teu pai tínhamos?
-Sim-assenti.
-Bem, nós não tínhamos noites românticas como te dizíamos-suspirou-nós íamos...íamos caçar.
-Caçar?!-levantei uma sobrancelha-àquelas horas da noite?
-Sim...-notei que ficou nervosa-é que...eu não sei como te dizer...
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I Need You
WerewolfLucy era uma rapariga comum como todas as outras. Ela tinha 19 anos e vivia com os seus pais adotivos em Londres. Lucy era uma rapariga bonita, de cabelos castanhos, olhos verdes, magrinha, mas era uma miúda muito rebelde e muito teimosa, mas lá no...