Capítulo 9-Lucy

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Filho da pu...respira Lucy, respira. A Anne não tem culpa de ter um camelo como filho. Quem é que ele pensa que é para me ter beijado? Ainda por cima daquela maneira tão...tão maravilhosa? Camelo de merda. Se ele me aparece à frente eu juro que lhe bato, mas bato mesmo. Continuei o meu caminho até à cozinha e respirei fundo antes de entrar. Entrei e já se viam pessoas aterefadas, de um lado para o outro. Vi uma senhora que aparentava ter uns cinquenta e tais anos, alta, magrinha, e sorridente a vir na minha direção.

-Olá-ela cumprimentou-me-deves de ser a Lucy, a filha da Amy, não é?-sorriu.

-Olá-respondi um pouco tímida-sim sou eu mesma.

-Eu sou a Maria e vou ser eu a tua orientadora aqui na cozinha nos primeiros dias-ela sorriu.

-Está bem-assenti e segui-a.

Ela mostrou-me cada canto da cozinha, que por acaso era enorme, apresentou-me a todos os cozinheiros e empregados, incluindo aquele rabugento que me ignorou na outra vez e ensinou-me como trabalhavam ali. É certo que eu já dominava algumas técnicas na cozinha por causa da minha mãe, mas havia outras qu eu ainda precisava de praticar mais. Estive a manhã toda na cozinha e nem dei pelo tempo passar, aliás, o tempo passou a voar, literalmente. Quando olhei para as horas vi que já eram 15:00 horas da tarde e eu ainda não havia almoçado. Meu Deus, a minha barriga está a dar horas, sinto-me a desfalecer. Eu estava agora a tirar o meu avental e a colocá-lo no sítio, quando....

-Olá boneca-o que é que este camelo quer agora?

-O que é que tu queres ó camelo?-revirei os olhos.

-Beijas bem-ele aproximou-se sorrindo.

-Vai-te foder...-virei costas.

-Eu gostava de fazer isso contigo-ele riu e eu olhei para trás na sua direção.

-Cabrão de merda-exaltei-me-eu não sou como as tuas amigas.

-Mas gostavas de ser-provocou-me.

-Seu porco-ia dar-lhe uma chapada, mas ele não deixou.

Ele agarrou na minha mão e encostou-me à parede totalmente irritado. A sua boca veio de encontro com a minha e eu não consegui resistir e acabei por retribuir também. Senti as suas mãos por baixo da minha camisola e eu logo acordei daquele transe. Afastei-o de mim e acertei-lhe com uma chapada na cara, e cá para nós eu acho que vai deixar marca.

-Não te atrevas a tocar em mim outra vez-falei totalmente revoltada-és um nojento.

Peguei na minha mala e saí dali a correr. Senti lágrimas no meu rosto e não me importei com elas, eu só queria sair dali.

-Lucy...?-era a voz da Anne-estás bem querida?-ela agarrou no meu braço.

-Deixe-me ir...-virei a cara.

-O que se passou?-perguntou preocupada.

-O seu filho...ele é um estúpido-soltei a minha mão da dela e saí dali.

******

-Arrr...-entrei em casa batendo a porta-odeio-o, estúpido estúpido.

-Filha...?-vi a minha mãe sair da cozinha-o que se passa? Porque estás a chorar?-aproximou-se de mim.

-Deixa-me...-afastei-me dela-eu quero estar sozinha-subi para o meu quarto e tranquei-me no mesmo.

Atirei a minha mala para cima da cama e dei murros na minha almofada. Porquê que aquele idiota tem de ser um perfeito estúpido? E como é que ele teve coragem de me tocar? Deitei-me na cama e acabei por adormecer, mas acabei por acordar alguns minutos depois quando ouvi alguém bater na porta. Esfreguei os olhos, levantei-me e fui abrir a porta.

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