4 - Luna Lovegood

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Eram 11:00 em ponto e eu, assim como centenas de outros estudantes, estava debruçada à janela da locomotiva vermelha acenando um último adeus ao meu pai que sorria acenando de volta da Plataforma 9 da Estação de King's Cross em Londres. Assim que não pude mais ver o rosto gentil e sorridente de Xenofílio Lovegood me sentei no banco da cabine vazia e puxei de minha mala o último exemplar d'O Pasquim, a revista da qual meu pai era editor chefe e comecei a reler o artigo sobre os benefícios dos rabanetes para a saúde e desenvolvimento dos jovens, era bastante interessante saber que eu poderia ter um aproveitamento escolar 75% maior se consumisse rabanetes regularmente. Minha leitura foi interrompida quando as gêmeas Patil abriram a porta da cabine e me perguntaram se poderiam se sentar comigo.

- É claro que sim, fiquem à vontade, aceitam uma edição cortesia d'O Pasquim?

Elas se olharam com um sorrisinho amarelo e apenas acenaram com a cabeça positivamente. Claro que elas não queriam realmente ler O Pasquim, muito menos queriam se sentar comigo, mas as outras cabines deveriam estar cheias demais e eu fui a última opção, então aceitar a revista era a coisa mais educada a se fazer. Ninguém gostava de andar, falar ou até mesmo ser visto com a "DiLua Lovegood", sempre suspirando e sonhando por aí, mas é claro que eu não ligava pra nada disso, eu era perfeitamente feliz sendo exatamente como era. Sorri para Parvati e Padma e entreguei duas edições da revista para elas.

- Obrigada Luna - Agradeceram em uníssono.

- De nada - Respondi gentilmente e passei a olhar os campos verdes que passavam rapidamente pela minha janela enquanto as garotas folheavam a revista sem interesse algum.

Era interessante observar os campos verdes se transformarem em cidades, vilas e povoados, e depois virarem campos montanhosos novamente. Mesmo depois de seis anos vendo tudo aquilo repetidamente eu não me cansava, parecia tudo igual mas eu sempre notava algo novo. Essa era a graça de observar a tudo, ver como por fora tudo parecia igual, mas, ao olhar mais atentamente víamos pequenas mudanças, uma árvore que cresceu, outra que foi derrubada, uma nova casa construída... Era fascinante demais. Fiquei uma boa parte da tarde observando a paisagem que passava pela minha janela até que decidi que era hora de começar a escrever o e-mail para as minhas novas amigas. Era bem engraçado pensar em como nos conhecemos de uma forma inusitada e em como descobrimos tantas coisas iguais e diferentes uma sobre a outra em tão pouco tempo. Apesar de toda a dor de cabeça pra conseguir finalmente receber em casa meu kit de cultivo de plantas e jardinagem eu era grata por ter conhecido Rose, Bella, Annabeth Tris e Clary. Nós nos conhecemos em um site de reclamações após comprarmos alguns itens naquele site fajuto de nome impronunciável e não recebermos nada, estávamos todas bem estressadas e começamos a falar mal do site, algumas semanas depois já éramos muito amigas e estávamos pensando em um jeito de continuar conversando durante o ano letivo, o que pra mim seria um belo desafio, já que Hogwarts era uma escola isolada e acessar à internet por lá era uma tarefa realmente difícil.

Peguei meu notebook e abri um documento na página de escrita pensando no que poderia contar a elas, nenhum acontecimento realmente importante me vinha à mente então decidi contar um pouco mais sobre mim e a história maluca da minha vida, já que tudo que elas sabiam sobre mim era que eu me chamava Luna Lovegood, tinha 16 anos e estava no penúltimo ano de estudos em Hogwarts, que era basicamente a melhor escola-internato existente no Reino Unido.

"Olá meninas,

Eu não sabia bem por onde começar a escrever isso, minha vida não é exatamente cheia de acontecimentos e eu só estou voltando para a escola hoje, então decidi contar mais pra vocês sobre de onde eu vim e tudo mais. É uma história bem interessante e bem louca, não sou tão boa como meu pai para contar sobre isso mas vamos lá. Minha família é originalmente americana, tínhamos um outro sobrenome que meu pai não sabe qual era já que não encontrou em nenhum dos registros de família que sobreviveram às mudanças.

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