41 - Clary Fray

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Apenas mais um dia normal. Começo das aulas, rotina, sair com os amigos... tudo parece extremamente normal. Eu diria que está parado demais. Não acontece nada de emocionante a dias, semanas.

E estamos naqueles dias chatos, onde nada é atraente o suficiente. Magnus está de plantão no hospital, Izzy está se ocupando de fazer as unhas, Alec está lendo, Simon jogando, Jace e eu assistindo um filme. Mesmo com todos na sala, somos os únicos prestando atenção na televisão.

Na verdade, eu duvido que Jace esteja prestando atenção em alguma coisa. Ele parece muito distante. Mesmo me envolvendo com seu braço, e com a cabeça apoiada no topo da minha, ele não reage a nenhuma cena do filme.

– Jace? – chamei, levantando a cabeça.

– Hum?

– Podemos conversar lá dentro?

Ele assentiu e me ajudou a levantar. Fomos para o meu quarto e ele sentou na minha cama.

– O que aconteceu? – perguntei.

– Não sei. Você que me chamou aqui – respondeu, erguendo uma sobrancelha.

– Chamei porque você está calado.

– Não sou muito de falar. Você sabe disso.

– Sim. Mas está diferente.

Suspirei e sentei em seu colo, acariciando seus cabelos.

– Conte para mim – pedi.

Ele me abraçou e apoiou a cabeça em meu peito. Continuei mexendo em seus cabelos até ele respirar fundo para começar a falar.

– É no trabalho, tem algo errado.

– O que?

– Não sei. Eles não falam a respeito. Mas eu notei algo estranho. Pra começar, não estão nos enviando trabalho algum.

– Verdade.

– E certo dia eu ouvi meus pais discutindo. Eles já discutiram antes, mas não daquele jeito.

– E sobre o que falavam?

– Não consegui identificar, era muito barulho ao mesmo tempo.

– Entendi.

– Mas sei que não era apenas uma briga de casal.

– Meus pais já brigaram algumas vezes antes deles se separarem. Sempre parecia muito pior. Mas eu me lembro que foi quando eles pararam de brigar que foi o início do fim. As brigas simplesmente pararam. Até que um dia ele foi embora.

– Não sei se é a mesma coisa.

– O que eu quero dizer, é que se eles brigam, é porque ainda se importam.

– Entendi.

– Mas não é isso que te preocupa.

– Não. Eu sei que tem algo errado ali. E não tem nada a ver com o casamento deles.

– Então porque não investigamos? – perguntei.

Ele levantou a cabeça, me olhando com o cenho franzido. Ficou em silencio, sem esboçar qualquer expressão, por longos segundos antes de abrir aquele sorriso malicioso dele.

Meu coração acelerou na mesma hora. Ele me abraçou e me virou, me jogando na cama.

– Jace! – falei, rindo.

– Você é um gênio! Por isso é minha namorada – falou, se afastando pra me olhar.

– Não sei do que está falando.

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