11 - Clary Fray

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BANG!

Ai caramba.

BANG! BANG!

Mas será possível?

BANG! POW! CRASH!

Não. Eu não aguento mais. Eu não durmo a uma semana! Esse vizinho louco não respeita horários! Mas chega. Esse é o meu limite. Vou falar com ele. Chega disso. Quem ele pensa que é?

Saí do meu quarto, batendo portas e ciente do barulho que estava fazendo madrugada a dentro.

Avancei pelo meu apartamento até a porta dele e comecei a espancar sua porta. Melhor usar as duas mãos, vai surtir mais efeito.

Quando a porta se abriu, era aquele mesmo cara da portaria. O loiro gato. Droga.

- Qual o seu problema? - ele perguntou, parecendo inconformado.

Ele não estava de pijama. Vestia roupas de sair. Todo de preto, bota, e cabelos bagunçados. Estava lindo, infelizmente.

- Você pode me admirar depois que me explicar o motivo de ter feito esse escândalo todo - ele disse, se recortando no batente da porta.

- Eu não consigo dormir - falei, começando a voltar a mim.

Ele abriu um sorriso, me olhando da cabeça aos pés.

- Já entendi. E você veio aqui para que eu te de uma canseira? - perguntou.

- O que? Não! - respondi, com a voz aguda e falhada.

- É a única explicação para você vir até mim por não estar conseguindo dormir.

- Você é desprezível - grunhi.

- Não. Eu sou o Jace - ele disse, estendendo a mão para mim.

Olhei para a mão dele e cruzei os braços. Ele sorriu e se aproximou um pouco mais.

- Adorei esse pijama de vaca - disse, me analisando.

Eu adoro meu pijama, mas não devia ter saído com ele.

- São três da manhã - falei.

- Obrigada por me informar. Meu relógio está quebrado.

- Então agora que você já sabe que horas são, pare de fazer barulho! Eu não durmo a uma semana por causa da batucada que você faz.

- Batucada?

- Não sei o que você faz aí na sua casa. E nem quero saber. Mas compartilhamos uma parede, e eu exijo que pare de fazer!

- Então quer dizer que você fica me ouvindo durante a noite?

- Não. Só quero dormir!

- Eu faço silêncio com uma condição.

- Qual?

- Que me dê a honra de saber seu lindo nome.

- Não. E você vai fazer silêncio.

- A vou?

- Vai! Se não... Eu vou falar com a sindica!

Eu não esperava que ele fosse gargalhar daquela forma. Mas ele chegou a jogar a cabeça para trás. Fiquei sem reação.

- Qual é a graça? - perguntei.

- Quando você for falar com a sindica, por favor me leve junto.

- Está debochando de mim?

- De forma alguma Clarissa.

- Como você sabe meu nome?

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