#Conectadas

29 - Especial de Natal - Clary Fray

Aaah o natal. Essa correria, as lojas lotadas, pessoas mal-educadas por toda parte e músicas natalinas tocando em toda parte. Adoro o natal. Adoro ainda mais deixar os presentes para última hora e ter que enfrentar tudo isso. Por sorte, não fui a única. Jace também esqueceu.

Eu não queria estar sozinha com ele um dia inteiro, mas infelizmente não pude inventar uma desculpa boa o suficiente para ele. E estar nevando, só fez o fato de eu não poder sair sozinha, ficar mais evidente.

Depois do nosso beijo no terraço, ele não se aproximou mais como daquela vez. Na verdade, ele nunca esteve tão afastado. Sem piadinhas, sem dar em cima de mim. Agora ele era como o Alec comigo, sempre calado e na dele.

– Vou naquela loja – falei, apontando para uma loja qualquer e já começando a andar.

Entrei na loja, batendo os pequenos floquinhos de neve do casaco. Olhei por cima do ombro e vi que Jace entrava logo atrás de mim. Droga. O interior da loja estava uma confusão só. O caos característico do espirito natalino.

Rodei tudo, olhando minha pequena lista. Eu já tinha comprado um fone novo para Simon, um estojo de sombras para Isabelle e uma echarpe para minha mãe. Ainda falta o presente do Alec, Magnus, Jace e Luke.

Sai dali, entrando na loja ao lado. Aquela loja era bem grande, tenho certeza que vou encontrar tudo ali. Assim que entrei, soube o que daria a Magnus. Aquela blusa brilhosa era simplesmente a cara dele. Vi que Jace se afastou de mim e pegou um cesto no canto da loja. Fingi interesse em uma prateleira de blusas masculinas apenas para ver o que ele estava pegando na ala feminina. Infelizmente não conseguia ver muita coisa tão de longe.

Acabou que eu gostei bastante de uma daquelas blusas e peguei uma verde para Luke. Jace pegava mais alguma coisa, mas quando me aproximei, ele guardou o que havia pego e colocou a cesta atrás das costas.

– Encontrou tudo o que queria? – perguntou.

– Só encontrei mais dois – falei, revirando minha cesta – e você?

– Estou quase lá.

– Me ajuda a encontrar algo para o Alec?

– Tudo bem, vamos lá.

Ele andou de volta para a ala masculina. O segui até uma sessão de roupas pretas, pegou uma blusa de botão e jogou para mim.

– Será mesmo que ele vai gostar? – perguntei, abrindo a blusa pra olhar.

Jace apenas rolou os olhos e voltou a andar. Eu finjo que está tudo bem, mas essa hostilidade dele acaba comigo. E pensar que eu cheguei a pensar que ele pudesse estar afim de mim.

Voltei a andar na loja, não tão animada, já que agora, eu só precisava encontrar um presente justamente para o homem que me tira da razão. Posso comprar um remédio para controlar a bipolaridade dele. Seria bom. Acho que todos curtiriam isso.

Minha animação estava cada vez menor, até eu avistar o presente. Era aquilo. Precisava ser aquilo. Era perfeito! Corri até ele e o peguei antes que mais alguém visse. Simplesmente não acredito! É mais que perfeito! Me senti orgulhosa se mim mesma e marchei rumo ao caixa. Jace já estava terminando de pagar por suas comprar, de forma que mais uma vez eu não consegui ver o que era.

Enquanto a moça, que não parava de olhar para Jace, passava meus produtos, eu desviei minha atenção para a parede atrás dela. Estava cheia de chaveiros. Meus olhos focaram em um em especial. Um pequeno pincel prateado. O chaveiro falava mais de mim do que qualquer outra pessoa, mas eu pensei nas meninas imediatamente. Sei que nunca vai chegar a tempo do natal, mas o que vale é a intenção.