26 - Especial de Natal - Bella Swan

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Os dias passavam monótonos, e tediosos. Em contraponto, corriam agitados, e frenéticos.

Monótonos nos acontecimentos. Estávamos no final de dezembro, então tudo se resumia em férias, viagens, família. Pelo menos, para a maioria. Já eu, como de costume, queria mesmo era distância de toda a comoção das festas de final de ano.

Depois de encerrar meu semestre acadêmico dentro do esperado – nada de muito fantástico, mas também não tive que me preocupar com notas – Chegou a tão aguardada, cobiçada, esperada... Férias!

Para meu desassossego, nem mesmo ver minha mãe eu poderia esse ano, ver meu pai então, fora de cogitação. O jeito era ficar na universidade, encolhida e bem longe do frio que castigava Washington nessa época do ano.

E para mim, que não adorava o vento gelado, a umidade da neve e os dias fechados, era só mais um incentivo para me manter enclausurada em baixo das minhas cobertas, dentro do dormitório vazio.

A parte da agitação, porém, ficava em cargo de meu íntimo mesmo. Descontrolada, a um ponto quase insano. Pensamentos contraditórios, desconexos, angustiantes. E não tinha nem previsão de término para essa tortura.

Que beleza! Bufei revirando os olhos.

Ouvi meu novo celular tocar. Tinha sido presente de meus pais. Um extra na minha mesada, que eles justificaram como merecido. Queria acreditar que eu, de fato, merecia. Mas aquela vozinha da consciência não permitia.

Eu estava me enganando, estava enganando meus pais, e todos que apostavam em mim. Era fraca, e não conseguia controlar aquele tino. Não que eu fosse de me menosprezar, mas eu via minha falha, via meu limite e não tinha a coragem suficiente para enfrenta-lo, para ultrapassa-lo. E era justo isso, que me deixava ruim. Não só a falha em si, mas acima disso, minha covardia de não enfrenta-la.

Essa tortura já durava dias. Desde a apresentação do trabalho com Edward que essa dúvida pairava. Até quando eu conseguiria ir, com essa mancha em minha mente?

Suspirei e decidi pôr esse assunto de lado. Não queria me martirizar por pensamentos tão sombrios logo agora.

- Oi Jack. – atendi o telefone.

- Bella. O que temos para hoje?

- Ah, não sei. Alguma sugestão?

- Precisava passar no shopping. Topa?

Alguns minutos depois, estava na frente da casa de Jack. Bati na porta e aguardei. Rachel foi quem abriu.

- E aí, Bella. – disse me dando passagem – O Jack está meio atrasado. Mas já vem.

Eu afirmei com a cabeça, esperando-o próximo a cozinha.

- Eu fiz bolinhos. – disse ela alegremente – Está servida?

Eu afirmei novamente, seguindo-a. Ela deu a volta na ilha da cozinha e tirou do forno uma fornada de bolinhos, colocou um punhado em uma travessa e colocou-a sobre a mesa. Me encarou enquanto ia pega-los.

- Me diz uma coisa, Bella. O que Jacob e você tem?

A pergunta foi direta, certeira, e me atingiu feito um soco. Fiquei momentaneamente sem fala. Mas obriguei-me a focar e dizer a verdade.

- Somos amigos.

- Amigos, e... Só?

- Sim. Só amigos.

- Ajudaria muito, se ele também soubesse disso.

Ela se retirou com um sorriso malicioso, antes que eu pudesse dar uma resposta. Me questionei se alguma vez eu dei alguma outra opção a Jack.

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