#Conectadas

53 - Clary Fray

Peguei minha bolsa, coloquei algumas armas dentro e me vesti apropriadamente. Não posso ficar parada aqui. Abri a janela e olhei em volta. É alto demais para eu pular. Talvez se eu for pelos fundos, eu consiga alguma coisa.

Me esgueirei pelos corredores, evitando passar onde eu ouvia sons. Depois de muito esforço, eu estava na cozinha, mais precisamente, pulando a janela.

Sair do Instituto foi até que fácil demais. Me afastar até uma área que não desse para me ver, mais fácil ainda. Estava tudo perfeito demais.

Andei pelas ruas, fazendo planos e pensando qual seria meu próximo passo. Tenho que ir em casa, saber se Simon está lá, mas não posso fazer isso pela porta da frente como um dia normal. Mas então o que eu...

– Ai! – exclamei, quando esbarrei em alguém – desculpe... Alec?

– Pensou mesmo que eu não iria notar? – ele perguntou, cruzando os braços.

– Na verdade, eu estava torcendo para que não.

– Vamos voltar agora.

– Não.

– Clary...

– Se você tentar me obrigar, eu grito e as pessoas vão chamar a polícia.

– Você não ousaria – ele disse, cerrando os olhos.

Respirei fundo, preparando para dar uma prévia do que eu ousaria fazer, mas Alec cobriu minha boca, grunhindo que eu era irritante.

– Qual o seu plano? – perguntou, se afastando.

– Na verdade, ainda não tenho um.

– Perfeito.

– Mas estava planejando ir ao meu apartamento.

– Porque não colocamos um anuncio na internet de como te achar? Seria uma forma de suicídio mais rápida.

Rolei os olhos e comecei a caminhar. Alec veio atrás de mim. Peguei o caminho mais longo até o meu prédio. Esse caminho daria na entrada dos fundos. Era uma porta estreita, que dava para um beco. Caminhamos em silencio o tempo todo, até finalmente estarmos dentro da área de serviço.

– E agora? – perguntou.

– Vamos subir pela escada e ver se Simon esteve aqui.

– Tudo bem.

Estava tudo fácil demais. Subimos em silencio e logo estávamos na porta do meu apartamento. Abri devagar, estranhando estar destrancado. Quando dei o primeiro passo, algo voou na minha direção. Alec foi rápido o suficiente e me puxou para trás, fazendo o copo acertar a porta.

– Clary? – Simon perguntou, aparecendo.

– Sim.

– Desculpe pelo copo, mas fiquei em pânico.

– Tudo bem. O que houve aqui? – perguntei, entrando no apartamento.

Estava um caos. Tudo revirado e muitas coisas quebradas.

– Não sei. Quando eu cheguei já estava assim. Estou desde então revirando o que já foi revirado, para ver se acho algo ou se lembro de alguma coisa que eles possam ter levado.

– E eles levaram?

– Não que eu saiba. Mas é bem difícil pensar com a casa nesse estado.

Ficamos olhando em volta. Até o sofá estava rasgado, eles não deixaram nada passar.

– Achamos seu amigo nerd, podemos voltar para o Instituto? – Alec perguntou.

– Não me chama de nerd – Simon reclamou, enquanto eu rolava os olhos.